Loading....

Força Especial Bataranger 3 - Capítulo 6 - A história de Zaira

 





No capítulo anterior:

Os Batarangers enfrentam mais um HM inseto. Enquanto isso, Angélica recebe a visita de Zaira.



Capítulo #6 – A história de Zaira



Apartamento de Angélica


Angélica ficou espantada com a informação de Zaira, arregalando os olhos e colocando as mãos na boca.

Angélica: “Então, Araki fingiu... que estava morta? Tinha que ser!”

Zaira: “Exatamente, doutora. A Dra. Araki fingiu sua própria morte, para causar comoção. O vídeo serviria para induzir a opinião pública a se voltar contra vocês. Aliás, é o que está acontecendo. É só ver o noticiário.”

Zaira mostrou seu celular e na tela havia uma página de notícias com manchetes: “Sem provas, comandante da F.E.B. acusa cientista morta de ‘sequestro’”, “Comandante Lopes ataca cientista morta ao tentar rebater acusações”, “Comandante da F.E.B. nega acusações de cientista morta e a acusa de sequestro”, “Comandante Lopes nega affair com cientista morta”, “Deputado pede afastamento de comandante da F.E.B.”, “Secretário de Segurança Pública é pressionado por conta de caso de cientista morta”... Angélica fez um gesto indicando que não queria mais ver e Zaira guardou o celular no bolso.

Angélica: “Ela pensou em tudo! Desgraçada! A opinião pública ficou do lado dela e contra nós!”

Zaira: “E isso é só o começo... Ela está planejando algo muito maior, mas não tive acesso.”

Angélica: “Isso era o que ia te perguntar, Zaira. Como teve acesso à, pelo menos, uma parte do plano de Araki?”

Zaira: “Através do Mestre Ômega, digo, do Sr. Lahm. Certa vez, quando ele voltou da visita à Dra. Araki na prisão do Paraná, ele foi ao apartamento dela e acessou o cofre de lá, que continha as coordenadas para o plano de captura dos HMs e dos Batarangers. É aí onde eu entro. Recebi as ordens e sequestrei todos eles, incluindo a menina da cura, exceto uma moça, que o BataVerde me impediu (*). Bem, logo após de nós, os soldados Ômega e eu, levarmos os Batarangers e Sabrina Reis até a Ilha das Rosas, voltei ao Rio e o Sr. Lahm me mostrou uma nota manuscrita que estava no cofre, dizendo que a Dra. Araki fingiria sua morte e faria um vídeo de ‘despedida’, acusando a F.E.B. de tê-la feito cometer suicídio.”

Angélica: “E minha captura e de Simone Reis, para sermos sufocadas pelos Irmãos Cobra (**)? Ela disse que não tinha planejado antes, era verdade?”

Zaira: “Sim, era verdade, foi tudo no improviso. Na manhã do dia seguinte da captura dos Batarangers, o Sr. Lahm me pediu para trazer os irmãos para o continente e seguir todas as ordens da Dra. Araki, porque ela tinha que capturar alguém. Era Simone Reis, assim que ela saísse da BataBase. Então, alguns soldados e eu a capturamos e o resto é história.”

Angélica: “E o assassinato de Lahm? Por que ela o matou? Ela tinha isso planejado?”

Zaira: “Como eu disse naquele dia (***), o Sr. Lahm desaprovou a captura de Simone Reis e da senhora, porque ele achava que, com os Batarangers na ilha, a situação estava sob controle e que não precisava nada daquilo. Talvez, na minha opinião, a Dra. Araki o matou, porque os Batarangers entraram em contato com a senhora e que eles seriam resgatados. Acho que ela não confiava mais nele e acabou o eliminando.”

Angélica: “Faz sentido... Agora, Zaira, por que está me contando tudo isso? O que veio fazer aqui, exatamente?”

Zaira: “Vim contar à senhora toda a verdade sobre a suposta morte da Dra. Araki, assim que soube da notícia.”

Angélica: “Pois eu acho uma imprudência sua andar por aí, visto que Araki continua viva. Aliás, você não ia se entregar à polícia comum?”

Zaira: “Eu ia, mas resolvi voltar atrás. Na verdade, eu voltei atrás, porque achei que a Dra. Araki poderia mandar me matar na prisão, seja por alguém incitar uma rebelião e me matar ou por uma comida ou uma bebida envenenada. De qualquer forma, estou condenada a ser morta, porque desertei.”

Angélica: “Pois se depender de mim, não vai morrer de ‘morte matada’. Vamos fazer um trato? Se contar tudo o que me contou aos Batarangers e ao comandante, você terá a nossa proteção. Considere isso como um Programa de Proteção à Testemunha informal.”

Zaira: “Eu agradeço, Dra. Gomes, mas acho que eles não vão me aceitar, depois de tudo o que fiz.”

Angélica: “Aceitando ou não, seu testemunho vale ouro, visto que a opinião pública está a favor de Araki, mesmo considerando-a apenas como ‘a cientista morta’. Vamos agora para a base.”

Zaira: “Oh, não precisa confiar em mim, não, doutora. Só contei tudo o que sei e o que vi. Não precisa acreditar em tudo o que digo.”

Angélica: “Pois só de você me ajudar a encontrar os Batarangers no navio, entregando-me o comunicador (****), fez com que eu tivesse um pouco de confiança em você. Aliás, você quer o comunicador de volta?”

Zaira: “Oh, não, pode ficar. Os soldados Ômega acabaram mesmo.”

A informação deixou Angélica desconfiada, tanto que perguntou:

“Os soldados Ômega acabaram? Como assim? Zaira, tem algo a mais que queira me contar?”

Zaira: “Bem, doutora, eu prefiro dizer isso ao comandante e aos Batarangers. A senhora vai mesmo me levar à base?”

Angélica: “Sim, mas não posso levá-la voando, porque você é bem grande e pesada, com todo o respeito. Vamos ter que ir de táxi ou qualquer outra condução.”

Zaira: “Tudo bem, doutora. Então, vamos.”

Então, elas deixaram o apartamento e foram para a base.


BataBase – Divisão de Ciência & Tecnologia


Por volta das quatro horas da tarde, os sete Batarangers ainda estavam na DCT junto com Talita em frente ao telão com o mapa da cidade. Eles ouviram passos e viram Angélica. Logo, os Batarangers foram correndo abraçá-la.

Angélica: “Que bom revê-los, meninos. Nem foi há muito tempo, mas parece que demorou um dia. E aí, como se viraram sem mim?”

Cris: “Bem, o comandante e eu encaramos a imprensa que estava lá fora na entrada, enquanto Mateus e Roberta enfrentavam outro HM inseto com habilidade de saltar longe.”

Angélica: “Tudo isso, hehehe? Talita, obrigada por cuidar das ‘crianças’, hehehe.”

Talita: “Hehehe... De nada, doutora.”

Ela se retirou dali e foi para outro canto da DCT.

Angélica: “Bem, eu também tenho novidades para vocês, na verdade, ela tem.”

Ela apontou para Zaira, que aproximou-se timidamente de onde eles estavam. Desconfiados, os Batarangers sacaram as BataPistolas e apontaram para Zaira.

Cris: “O que ela faz aqui, doutora?! Não basta o que aconteceu antes, aqui mesmo na base (*****)? De tudo o que ela fez conosco?”

Zaira: “Doutora, eu disse que eles não iriam me aceitar.”

Angélica tinha que resolver o impasse. Por isso, bradou:

“Calma, gente! Batarangers, abaixem as armas! Fui eu quem trouxe Zaira para cá. Podem ficar tranquilos, porque ela passou pela revista e nada de errado foi encontrado.”

Contudo, os Batarangers não abaixaram as pistolas. Aline disse:

“Mesmo assim, doutora, não confiamos nela. Não aceitamos lacaios de Araki por aqui!”

Angélica: “Olha, Aline e pessoal, eu... eu sei o quão estão irritados com Zaira, mas podem ouvir o que ela tem a dizer, por gentileza?”

Tarso: “Tomara que seja importante, doutora, porque não sei se vamos acreditar no que ela diz. Deve ser mentirosa igual a patroa.”

Angélica: “Gente, confesso que eu não confiava nela, mas ela me ajudou certa vez. Foi ela que me ajudou a encontrar vocês naquele navio! Foi ela que me passou o comunicador que permitiu com que eu escutasse os soldados Ômega lá no navio. Se não fosse por isso, vocês seriam fuzilados por eles. Dá para ouvirem o que ela tem a dizer, por favor?”

Os Batarangers fizeram expressões de surpresa ao ouvirem isto. Então, Cris fez um sinal e eles abaixaram suas pistolas.

Cris: “Bem, se a senhora está dizendo, então, vamos ouvir o que Zaira tem a dizer, mas se ela fizer graça, ela vai se ver com a gente.”

Angélica: “Calma, ninguém vai brigar na minha divisão. Zaira, por que você não vai falando com eles, enquanto eu falo com o comandante? Com licença.”

Ela se afastou dali. Zaira ficou diante dos Batarangers, com certo incômodo, por conta dos olhares desconfiados deles. Então, ela começou a falar:

“Bem, antes de tudo, quero dizer que estou completamente arrependida de tudo de ruim que fiz a vocês. Não espero que me perdoem, mas só quero que ouçam o que tenho a dizer.”

Jéssica: “Vai falar tudo sobre Araki? Se não for isso, pode esquecer.”

Zaira: “Sim, é sobre ela mesma. Só quero que me escutem.”

Roberta: “Tudo bem, grandona. Vamos escutar.”

Então, Zaira contou a eles exatamente tudo o que contou à Angélica. Eles voltaram a fazer expressões de surpresa e ficaram boquiabertos.

Cris: “Então, Araki fingiu a própria morte? Era bom demais para ser verdade!”

Jefferson: “Pensando bem, estava na cara. Qual era a melhor forma dela seguir com o plano livremente? Fingir a morte e nos acusar, colocando a opinião pública contra nós.”

Cris: “E está dando certo, infelizmente. Só ver os repórteres que estavam aqui.”

Tarso: “Tudo bem, mas por que está nos contando tudo isso agora, Zaira? Por que está nos ajudando?”

Zaira: “Monteiro, não tinha como ficar do lado da Dra. Araki depois que ela matou o Sr. Lahm e me ameaçou. Como vocês a enfrentam há muito tempo, decidi ajudá-los. Era o máximo que eu poderia fazer.”

Aline: “Você não tem família, Zaira? Ou você também foi criada em laboratório, como alguns de nós?”

Zaira: “Se eu tenho família, eu não sei, porque eu fui criada em um local parecido com uma prisão na Ilha das Rosas. Lá, eu recebia treinamento para ser uma soldado Ômega, contudo eu quase não tinha contato com o mundo exterior. Só saí de lá para capturar vocês e os HMs.”

A informação pegou os Batarangers de surpresa mais uma vez.

Cris: “Espere aí, você disse que vivia em uma prisão na Ilha das Rosas? Engraçado, uma amiga nossa também disse que vivia em uma prisão lá.”

Zaira: “Essa amiga de vocês é uma HM ou é soldado?”

Cris: “É uma HM felina.”

Zaira: “Ah, então, ela pertencia à Granja.”

Batarangers: “Granja?!”

Zaira: “Sim, era onde ficavam os HMs, lá no complexo da ilha. Nós, soldados, ficávamos no Haras.”

Aline: “Peraí, existe um complexo na ilha? Mas a ilha é pequena!”

Zaira: “Sim, tem um complexo submarinho na ilha. Nele, há três divisões: a Granja, o Haras e a Teia. Inclusive, foi para Granja que levamos os HMs capturados, exceto Sabrina Reis.”

Mateus: “Os HMs capturados ainda estão na ilha? Por isso que ainda não foram encontrados. Já faz três meses...”

Zaira: “Eu não sei dizer se ainda estão lá, mas a única HM que não ficou presa na Granja foi Sabrina Reis, por ordens do Sr. Lahm. Não me perguntem porquê.”

Tarso: “Na minha opinião, Araki e Lahm acharam que Sabrina seria presa fácil para os Omegatrons. Por isso que a deixaram solta pela ilha. Se eles obtivessem êxito, nós ficaríamos arrasados emocionalmente. Contudo, ela sobreviveu e nós também.”

Cris: “Um bom ponto, primo.”

Roberta: “E essa tal Teia aí, grandona? O que é?”

Zaira: “Ah, é o laboratório secreto da Dra. Araki.”

De repente, ouviu-se passos na DCT e era Angélica e o comandante. Ao ouvir a última frase de Zaira, a cientista perguntou:

“Como é? Araki tem um laboratório secreto?”

Zaira: “Sim, doutora. Ah, olá, comandante. É bom falar com o senhor novamente.”

Comte. Lopes: “Igualmente, Zaira. Sua ajuda foi muito oportuna para encontrar os Batarangers.”

Cris: “O senhor também confia nela, comandante? Oh, desculpe, eu não pedi permissão para falar.”

Comte. Lopes: “Tudo bem, Ribeiro. Não é questão de confiança plena, mas ela é um arquivo vivo. Se nós a perdemos, Araki vence.”

Cris: “Entendo.”

Angélica: “Então, voltando o assunto, Zaira, você acabou de dizer que Araki tinha um laboratório secreto. Outra coisa: já que o comandante e todos os Batarangers estão aqui, explique para nós o que você me disse lá em casa, que os soldados Ômega ‘acabaram’.”

Zaira: “Certo, doutora. Então, respondendo à senhora sobre o laboratório secreto, ele é chamado de A Teia e é a parte do complexo submarino onde a Dra. Araki fica por mais tempo, só que ninguém entra lá, a não ser ela própria.”

Jefferson: “É curiosa essa fixação de Araki por aranhas. No quadro da cabana da ilha, tinha uma rosa com patas de aranha, o Omegatron com a voz dela tinha patas de aranha mecanizadas e o laboratório dela é A Teia.”

Jéssica: “Deve ser por causa do sobrenome dela lembrar ‘aracnídeo’, mano. Prossiga, Zaira.”

Zaira: “Bem, respondendo sobre os soldados Ômega acabarem, logo após a conversa que tive com a Dra. Gomes, quando vocês estavam no navio, eu voltei ao Haras e o local estava completamente vazio! Lá, eu encontrei uma nota, que era uma ordem, dizendo para todo o esquadrão ir ao navio e nunca mais voltar ao Haras. Realmente, não havia nenhuma alma viva por lá.”

Aline: “Parando para pensar, realmente, parecia que todos os soldados Ômega estavam no navio.”

Zaira: “De fato, não havia ninguém no Haras. Nem o instrutor.”

Comte. Lopes: “Como? Vocês tinham um instrutor?”

Zaira: “Sim, Comte. Lopes. Ele que nos treinava. Não víamos o rosto dele, porque ele sempre estava de capacete.”

Cris: “Não era Skruk, o antigo codinome de Araki?”

Zaira: “Não, o instrutor era anônimo. Aliás, eu nem sabia que a Dra. Araki se disfarçava de soldado Ômega. Fui saber depois, quando desertei.”

Comte. Lopes: “Bem, eu sei que vocês, Batarangers, não vão gostar, mas é preciso voltar à ilha, principalmente para investigar este tal complexo e libertar os HMs que estão na tal Granja. O problema vai ser pedir outra liberação da Capitania dos Portos e a nova BataLancha ainda não está pronta.”

Zaira: “Não se preocupe, comandante. Há uma passagem do Porto até a ilha, sem precisar de qualquer embarcação.”


CONTINUA...


(*) Ler Força Especial Bataranger 2, capítulo 6 (“Uma luz no caso”).

(**) Ler Força Especial Bataranger 2, capítulo 18 (“Ninho de cobras”).

(***) Ler Força Especial Bataranger 2, capítulo 24 (“Surpresa em alto-mar”).

(****) Ler Força Especial Bataranger 2, capítulo 24 (“Surpresa em alto-mar”).

(*****) Ler Força Especial Bataranger, capítulo 16 (“O último ato de Skruk”).



No próximo capítulo:

Os Batarangers se dividem para voltar à Ilha das Rosas, para investigar o complexo submarino.


4 Comentários

  1. Zaira tem que ser protegida !
    As informações que passou sobre o modus operandi de Araki pode ser decisivas.

    Que sabe ela se torne um Bataranger no futuro?

    Seria interessante e eu iria curtir.

    O que será que a Teia de Araki, reserva?

    Sinto que vem bomba e da pesada!

    Parabéns!

    Bataranger cada vez melhor!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelo feedback de sempre. A Ilha das Rosas reservava mais segredos do que se esperava... Abraços.

      Excluir
  2. Mais um excelente episódio mostrando as artimanhas sem fim dessa super vilã dos infernos. Estou curioso para o desfecho desse arco da Ilha das Rosas. Zaira se demonstrou uma personagem interessante e que merece mais destaque.

    Uma dúvida: Bataranger III será a season finale ou você pretende seguir numa parte 4?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu tinha dito naquela live que seria uma trilogia, mas podem haver outras sequências, dependendo do desenrolar da história e do feedback de vocês. Abraço.

      Excluir