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Rise to the Skies - Página 07

 


Boa noite, pessoal.

Desculpem não conseguir postar as histórias com mais frequência, estou em um período de reconstrução da minha vida e tá tudo muito sem ordem. Mas isso vai passar.

Segue a história que está boa... Consegui fazer um bom final nela.


7. Crecentia Super Stars, parte 1

A passagem pelo guichê foi bem rápida, as atendentes eram todas muito profissionais, fossem humanas ou não. Arisa registrou para aprender com os técnicos mais experientes, mas também pediu passagem para poder ver o restante do evento, já que Yuyu havia falado que aquele evento movia Aerial inteira.

Depois de registrada e com um crachá pendurado ao pescoço, Arisa entrou no evento.

E ela ficou abismada.

O lugar era gigante.

Ela sequer sabia para onde olhar, porque para onde quer que olhasse, havia coisas a serem vistas e pessoas, muitas pessoas. Mais do que ela poderia sequer imaginar. Era incrível que agora a quantidade de pessoas dentro do evento era dez, não... Mais de mil vezes o que ela tinha visto nas filas da entrada.

Não entendendo para onde ela poderia ir, ela resolveu buscar, em referência visual, qual lhe chamaria mais atenção... E não deu outra. Era uma tenda de um Técnico, ele tinha vários produtos lançados, e que todos pareciam ser de ponta. Foi em direção a ele que ela foi, e ao chegar perto,

A fila para acessar sua tenda era muito grande. Várias pessoas estavam ali com fichas, a maioria com produtos quebrados, e alguns queriam só tirar fotos com o Técnico. Arisa olhou para ele, no alto de uma plataforma, atrás de uma mesa... E ele sorria a todo momento. Parecia estar adorando toda aquela atenção.

Arisa entrou na fila para ver como ele trabalhava, e quando ela estava no meio, subitamente ele parou de atender, indo atender ao evento principal daquela feira.

Foi quando ela percebeu que havia passado muito tempo que ela havia chegado ao evento, e a fome bateu forte. Ela chegou em um lugar onde vendia uma comida frita, retangular, com um aspecto interessante e um cheiro delicioso.

O mais interessante que Arisa notou era que no fundo da tenda havia uma bandeira dos países de onde ela vinha, e ela conhecia aquela bandeira. Era uma legítima bandeira do Brasil.

Ficando mais curiosa ainda, a jovem Hisami chegou ainda mais perto e ficou em frente à bancada. Ela tinha a intenção de falar a língua comum de Nova Star, que ela tinha aprendido um pouco naqueles meses em que estava ali, e, para sua surpresa, quando ela chegou, havia uma jovem que falava o seu bom e velho japonês.

A atendente e a jovem conversavam sobre quanta gente passava por ali, e a menina queria descansar, provavelmente estava ali desde muito cedo.

- Boa tarde! – Cumprimentou Arisa. As duas se espantaram ao ouvir o idioma tão familiar que elas utilizavam minutos antes de atender aquela menina.

- Boa tarde, seja bem-vinda! No que podemos te ajudar? – Perguntou a atendente.

- Que comida retangular é essa? Nunca vi, mesmo na Terra.

- É pastel, criança. Se quiser experimentar, cada um custa 5 dol. Qual sabor você vai querer?

- Vou querer esse aqui, de palmito com Catupiry. Não conheço nenhum dos ingredientes, mas me chamou a atenção.

- Tudo bem. Encosta o seu relógio aqui e o valor será descontado automaticamente.

Ela fez conforme foi orientado e logo recebeu aquela comida que tanto a intrigava.

- Só toma cuidado. Está bem quente, acabou de sair do óleo. – Advertiu a atendente.

Foi quando ela mordeu, e sentiu o sabor da massa. Ela tinha comido algo parecido, sim, mas não com aquele sabor tão rico. Ela foi comendo, e chegou ao recheio. Nunca tinha comido palmito, e tampouco aquilo que chamavam de Catupiry. Parecia ser um tipo de queijo, mas ela adorou o sabor que sentiu.

Arisa comeu o pastel em pouco tempo e, quando terminou, ficou feliz. Agradeceu a atendente e à menina que ajudou em todo o processo.

E foi quando ela sentiu um pouco de sono. Não era nada de mais, ela só ignorou e seguiu em frente.

Quando voltou ao stand em que tinha ficado na fila, este tinha sido desmontado. Era estranho, a fila estava enorme, e logo depois de uma apresentação do palco, ele havia simplesmente sumido.

Decepcionada com o que aconteceu e tentando entender o que aconteceu ali, Arisa seguiu visitando a feira. Logo chegou a outro stand, este não tinha muita gente... O profissional parecia decepcionado. O stand dizia “Associação da Terra”, e continha dois ou três profissionais ali, todos aventureiros. Um curandeiro, um mago e um engenhoqueiro.

Este último parecia decepcionado, Arisa não sabia o porquê. Foi quando ela resolveu chegar perto dele. Era relativamente alto, bem magro. Não era esbelto, era realmente alguém cuja magreza até parecia doença.

Os olhos castanhos estavam encovados, o corte curto rente ao couro cabeludo dava a impressão de que ele não ligava quase nada para aparência, sua roupa era simples, uma camiseta lisa com uma calça jeans e um tênis simples, alguém que passaria despercebido na Terra, o que não era o caso em Nova Star.

O normal era ser chamativo ali, e se alguém tentava não chamar a atenção, naturalmente chamava.

Seus olhos cansados cruzaram os vivos de Arisa e ela sorriu, fazendo com que ele sorrisse em resposta a ela.

- Aconteceu alguma coisa, senhor? – Perguntou Arisa educadamente.

- Parece que ninguém se interessa em saber o que um Engenhoqueiro faz, menina. – Respondeu o Engenhoqueiro tristemente.

Arisa sorriu, sua curiosidade seria útil naquele momento.

- Meu nome é Arisa Hisami, sou uma Técnica que veio do Japão. E o que exatamente faz um Engenhoqueiro?

Os três se espantaram com a novidade – normalmente os Técnicos são as estrelas da feira, mas ela estava ali. Os outros dois que estavam em outros dois pontos do stand viraram seus pescoços em surpresa naquele mesmo momento.

- É um imenso prazer te conhecer, senhorita Hisami. Eu sou Diego Moruga, venho da região da Catalunha, no nordeste da Espanha. – Fui arrastado pra cá no pior momento da minha vida, mas agora estou feliz, este mundo me deu esperança renovada. E respondendo à sua pergunta, um Engenhoqueiro recebe as necessidades de uma pessoa e inventa algo que ajude, melhorando algo que já exista ou criando algo totalmente novo.

- Então acho que podemos aprender muito um com o outro, senhor Diego. Por mais que nós, Técnicos, consertemos os equipamentos para as pessoas, muitas vezes precisamos de conhecimentos como os seus. Minha moto lá fora é algo que eu melhorei, do mesmo jeito que um Engenhoqueiro faria.

E, com essa afirmação Arisa cativou, primeiro os donos do stand em que estava – com seu jeito doce e respeitoso de agir, e, com a conversa que tinha com o Engenhoqueiro Diego, várias outras pessoas apareceram no stand, curiosas com tanta empolgação que a menina mostrava ao conversar. Em poucos minutos o stand estava cheio, e os quatro faziam um debate improvisado sobre o que Diego e Arisa conversavam antes.

Depois do que pareceram ser duas horas (ou até mais), o debate terminou, e com as pessoas indo embora, os três agradeceram profusamente à jovem Hisami. Eles tinham a plena consciência de que se ela não tivesse aparecido e mudado o rumo das coisas, o stand deles estava fadado ao fracasso. Ela agradeceu a boa conversa.

- Sinto que ganhei mais do que vocês hoje. Aprendi muito com a nossa conversa, e agora tenho uma visão mais ampla da parte técnica do que antes.

Os três, felizes, seguiram, após fechar seu stand, para o alojamento dos expositores. O dia tinha sido bem longo. Aparte disso, Arisa foi procurar o que comer novamente, era hora de jantar e ela se sentia cansada. Feliz, mas cansada.

Depois de optar por algo mais clássico da culinária japonesa – com o que estava acostumada e não comia havia meses, ela voltou à feira, havia programação noturna e parecia bem interessante.

Porém, o cansaço se fez presente. Arisa não conseguia mais pensar com clareza, e naquele momento ela precisou procurar por onde poderia descansar. Depois de alguns minutos pensando em que atitude tomar, seu raciocínio lógico a levou de volta ao lugar próximo ao guichê dos ingressos. Se havia um lugar em que ela receberia informações sobre o que procurava, era aquele.

Chegou com passos lentos de quem estava bem cansada, e logo encontrou Gregory novamente. Depois de alguns minutos de conversa, o segurança indicou à nossa protagonista onde ela poderia descansar. Estava ciente de que seria um pouco caro, já que eram acomodações com um pouco de luxo, e Arisa agradeceu o agora amigo por todas as informações preciosas que havia recebido dele.

Ela se forçou a dar mais atenção ao redor, debilitada com o sono, e quando chegou ao lugar para descansar, ela conseguiu chegar à pessoa responsável pelos “chalés”, pois parecia muito com um – a menina só tinha visto chalés em revistas, quando ainda estava em seu mundo.

- Preciso de um lugar para descansar. Tem algum disponível? – Perguntou Arisa com voz de extremamente cansada. A atendente entendeu rapidamente o que acontecia. Mas a menina não deixava de se manter alerta, o que era louvável.

- Tem sim, fique tranquila. O pernoite é 100 dol. – Respondeu a atendente com a voz mais suave que pôde.

- Mas a placa lá fora diz que é 300. – Inquiriu Arisa.

- Isso se você alugar por um dia inteiro. É isso mesmo o que você quer? – Perguntou a atendente, ao levantar a sobrancelha esquerda em questão de dúvida.

- Não, é só pernoite mesmo. – Respondeu Arisa com um muxoxo.

- Deixa eu te explicar... Quando tem o evento por aqui, nós deixamos a modalidade “pernoite” ativa, sabendo que as pessoas só vão passar a noite por aqui e depois ir embora do evento. Por isso é mais barato. A opção que você viu na placa é a normal, quando as pessoas vêm para essas bandas e procuram algum lugar para ficar por mais tempo. – Explicou a atendente, de maneira professoral.

- Obrigado pela sua paciência. Eu gostaria de um banho, se possível.

- Cada quarto tem o seu banheiro, então não precisa se preocupar com isso. Lá tem sabonete simples e uma toalha simples. Se você tem os seus produtos, não se acanhe, pode usá-los.

- Tudo bem, eu quero um pernoite.

- Só que o pagamento é adiantado. Tem algum problema?

- Nenhum. Entendo que as pessoas podem ficar e ir embora no dia cedo, antes de você chegar para trabalhar. Você aceita que formas de pagamento?

- A máquina de aproximação do relógio.

Arisa aproximou seu relógio e descontou o pernoite, seguindo para dormir.

O quarto era simples, linhas retas, funcionais, pouca decoração. Mas tudo era bastante limpinho e a simplicidade era atrativa naquele momento de cansaço. A menina fechou a porta no momento seguinte que entrou.

Arisa dirigiu-se para o banheiro, tomou um banho, o que acentuou seu sono, mas ela se sentiu confortável. Em seguida, puxou de sua bolsa uma muda de roupa limpa e notou, antes que pudesse guardar a roupa suja em um compartimento à parte, que ali também havia uma máquina, que parecia ser a mistura de máquina de lavar e secar.

A menina deu graças à situação ser tão fortuita. Ela lavou sua roupa suja e a guardou em sua bolsa como uma muda de roupa para a próxima vez, e, em seguida, deixando sua bolsa ao lado da cama, no criado mudo, removeu seu sapato e deitou-se na cama, dormindo instantaneamente no momento seguinte, tamanho cansaço.

Em seus sonhos, Arisa lembrou-se de seu mundo, e de partes do que ela vivera naquele mundo até aquele momento. Foi quando ela ouviu um ruído alto, e batidas insistentes em sua porta.

4 Comentários

  1. Grande George!

    O desenvolvimento do capítulo foi ótimo mostrando como Arisa se portou num evento de grande magnitude.

    Com seu carisma,ela salvou a noite do stand do Engenhoqueiro.

    Gostei da terminologia.

    Assim como curti até Arisa desconhecia o que é um bom e delicioso pastel de palmito com catupiry.

    No final, o cansaço extremo ( terá sido o pastel?) e esse gancho que me deixou curioso...

    Parabéns!

    Curti muito!

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    1. Fico feliz que tenha curtido. Eu tenho aprendido um bocado com os ganchos que o Norberto tem falado tanto, e realmente ele tem razão.

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  2. Bem bacana essa fic. Ela é diferente de tudo que temos aqui no Blog. Muito bom.

    A odisseia de Arisa é empolgante e sua jornada entre mundos a traz ensinamentos incríveis. Fora que ela tem tido um papel de destaque até como pacificadora em muitos deles. Desculpe se estou interpretando errado. Mas, até agora, ela me passa uma singeleza de alma curiosa.

    O final do episódio deu um clima mais tenso! Quem bate à porta insistentemente?

    Muito bom.

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    1. Mas é isso mesmo, é a singeleza de uma alma curiosa. Você pegou maravilhosamente o cerne da questão. Esse clima mais tenso traz um pouco de um arco que eu quero dar andamento... haha

      Abraço

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