Os Batarangers destruíram os cupinzeiros espalhados pela cidade e resgataram o Capitão Torelli ferido.
Capítulo #20 – O segredo no pulso
Centro do Rio de Janeiro – Apartamento de Angélica
Cerca de 15 minutos após o chamado de Angélica, Cris bateu na porta do apartamento da cientista. Ela atendeu e o rapaz adentrou o aposento.
Cris: “Estou aqui como a senhora me pediu, doutora. O que houve?”
Angélica apontou para seu laptop e disse:
“Bem, Cris, eu o chamei aqui agora, porque eu descobri algo que vai ajudar no seu processo contra Araki e a Corporação Ômega.”
Cris: “Bem, toda a ajuda é bem-vinda, mas o que é?”
Angélica: “Veja você mesmo.”
Então, Cris sentou à frente da tela do laptop e viu o que estava lá. Vários arquivos dentro de uma pasta chamada MANUSCRITO. Ele clicou nos arquivos e eram páginas digitalizadas de folhas de papel manuscritas com tinta de caneta esferográfica azul. Mesmo vendo tudo aquilo, o rapaz não conseguira compreender nada.
Cris: “Desculpe minha ignorância, doutora, mas o que são essas páginas?”
Angélica: “Não percebeu, Cris? São páginas do manuscrito de Araki!”
Cris: “O quê?! Araki tem um manuscrito?”
Angélica: “Sim, tem. Segundo Zaira nos contou, tanto para mim aqui no apartamento como para vocês lá na base, Araki tinha deixado anotações para que Lahm executasse o plano de captura de vocês e dos HMs. Contudo, Lahm mostrou à Zaira uma nota manuscrita dizendo que Araki fingiria sua morte e faria um vídeo de ‘despedida’ nos culpando pelo eventual suicídio.”
Cris: “Tá, até aí tudo bem, mas como isso vai ajudar no meu processo?”
Angélica: “Calma que ainda não terminei. Então, antes de morrer, Zaira me entregou sua pulseira e nela tinha uma entrada USB para acessar aos arquivos do manuscrito.”
Cris: “E como Zaira conseguiu esses arquivos? Por Lahm?”
Angélica: “Então, sobre isso, Zaira explica em um vídeo. Está na área de trabalho.”
Cris clicou no ícone de vídeo na área de trabalho do laptop e na tela apareceu o rosto de Zaira, com a imagem um tanto tremida por conta dela estar segurando o celular ou tablet pelo qual ela estava gravando enquanto estava caminhando. Ela dizia, de forma um tanto ofegante:
“Olá, Dra. Gomes. Se a senhora está vendo este vídeo, é porque eu lhe entreguei a pulseira e que eu já não estarei mais neste mundo. Bem, eu estou gravando este vídeo para dizer que nesta pasta estão alguns arquivos que são páginas digitalizadas do manuscrito da Dra. Araki. A senhora deve está se perguntando como eu obtive o manuscrito e eu vou dizer. Lembra quando disse que o Sr. Lahm passou-me uma nota revelando que a doutora iria fingir sua morte e culparia vocês da F.E.B.? Pois bem, eu não disse à senhora, mas o Sr. Lahm também me passou o segredo do cofre em que estava as coordenadas para o plano de captura dos Batarangers e dos HMs. Ele disse que precisava saber mais sobre a segunda parte do plano da doutora e por isso que me confiou o segredo. Bem, assim que soube que a doutora foi até o navio do Sr. Lahm, fui até o apartamento dela e abri o cofre. Lá dentro, só havia um caderno de capa dura. Eu o folheei e vi que lá estava toda a primeira parte do plano, mas não a segunda, a que interessava ao Sr. Lahm. Mesmo assim, eu percebi que aquilo valia ouro e eu digitalizei pelo meu celular algumas páginas do caderno e as salvei na minha pulseira. Eu poderia levar o caderno até a polícia comum, mas eu também fui cúmplice de tudo isso e é melhor que eu não esteja mais neste mundo. Por isso que confio tudo isso à senhora. Só a senhora e os Batarangers são capazes de acabar com a Dra. Araki de uma vez por todas, porque vocês são honrados e nunca praticam o mal. Bem, vou encerrando por aqui. Adeus, Dra. Gomes. Cuide-se.”
O vídeo encerrou-se. Cris percebeu que Angélica estava com os olhos marejados ao ver o vídeo de Zaira.
Cris: “Deve ser difícil para a senhora vê-la se explodir. Sei lá, ela me parecia ser uma boa pessoa, apesar de trabalhar para Araki e Lahm.”
Angélica: “De fato, ela era uma boa pessoa. E então, o que achou da explicação dela?”
Cris: “Bem, isso deve explicar o sacrifício dela, porque ela não queria só liberar o caminho para vocês, mas também achou que o segredo que ela guardava era muito perigoso para guardá-lo viva.”
Angélica: “Faz sentido. Realmente, esses trechos do manuscrito podem comprometer Araki. Quando eu os li, imediatamente pensei em você e o chamei.”
Cris clicou em um dos arquivos e comentou:
“Hum, a letra de Araki está bem nítida. Não tem como o júri atestar que é falso.”
Angélica: “Claro que não. Eu conheço a letra de Araki, afinal, trabalhei com ela há anos.”
Cris: “Bem, a senhora fez bem me chamar para ver isso. A senhora pode me enviar tudo isso, para eu mandar ao meu advogado, por gentileza?”
Angélica: “Claro, vou fazer isto imediatamente. Aliás, vou mandar também minha gravação da minha conversa com Zaira antes de ir ao navio junto com a Roberta. (*)”
Cris: “Ótimo, doutora. A senhora não fazia ideia o quanto está me ajudando com esse lance do processo. Sem a senhora, eu estaria perdido.”
Angélica sorriu e disse:
“Não há de quê, Cris. Estou sempre disposta a ajudar vocês, Batarangers. No seu caso, Cris, eu quero ajudá-lo a obter justiça, pela sua mãe.”
Cris sorriu de volta e disse:
“Sim, eu quero que minha mãe tenha justiça, seja onde estiver. Com essa descoberta, estou cada vez mais esperançoso de que vou ganhar.”
Angélica: “É assim que se fala! Bem, Cris, você deve está cansado, então, vou dispensá-lo. Peço-lhe desculpas por chamá-lo a esta hora da noite”
Cris: “Não precisa se desculpar, doutora. A senhora me mostrou informações muito importantes que vão ajudar no meu processo e que vão colocar Araki de volta para a cadeia.”
Angélica: “Vamos crer que sim. Boa noite, Cris e até amanhã.”
Cris: “Até amanhã, doutora.”
Ele retirou-se do apartamento.
***
No dia seguinte à invasão dos homens-cupins, nada de extraordinário aconteceu, a não ser a Defesa Civil agindo para conter os danos causados pela invasão. Na BataBase, o dia seguiu-se normalmente, com os Batarangers treinando e Tarso e Roberta contando suas desventuras no complexo de Araki.
O Capitão Torelli foi oficialmente readmitido como comandante da Divisão Tática pelo Comandante Lopes. Isso se deu durante o funeral dos soldados vítimas da invasão dos homens-cupins. A volta do capitão foi bem aceita pela tropa da DT. Obviamente, o Comandante Lopes omitiu aos soldados que o Capitão Torelli treinou os soldados Ômega...
As irmãs Simone e Sabrina Reis, além de Felícia, seguiram o dia normalmente. A mais velha foi trabalhar no hospital, enquanto a mais nova e a mulher-felina ficaram em casa, com a segunda contando tudo o que ocorrera no complexo de Araki.
Por falar em funeral, Comandante Lopes, Angélica, Capitão Torelli e os Batarangers realizaram um em tributo a Zaira no jardim da BataBase. Lá, puseram uma lápide improvisada com o epitáfio “ZAIRA - Soldado de mente fria e coração quente”. Angélica pôs o comunicador e a pulseira de Zaira diante da lápide. Os outros puseram flores no local.
E assim foi o day after do “grande plano” fracassado de Araki...
Uma semana depois
Passada uma semana após a invasão dos homens-cupins e da ida ao complexo de Araki, nada de extraordinário aconteceu na cidade, além da rotina. Contudo, para Cris, a semana era importante, porque haveria mais uma audiência de seu processo contra Araki e a Ômega.
No dia da audiência, o advogado de Cris apresentou os indícios obtidos da pulseira de Zaira, as páginas do manuscrito de Araki. Nas páginas apresentadas, a cientista relatava como planejou a captura dos Batarangers e dos HMs. Além disso, o áudio da conversa de Zaira e Angélica no Mirante do Leblon falando sobre o assassinato de Lahm foi exibido. Houve uma confusão por parte dos representantes da Ômega, alegando que tudo o que fora apresentado por Cris e seu advogado era “manipulado”. O juiz pediu ordem e a audiência foi suspensa e remarcada para o dia seguinte.
No dia seguinte, o júri iria avaliar os novos indícios apresentado por Cris e seu advogado e daria o veredicto. Passou-se três horas e o júri considerou que a Corporação Ômega, Rosicler Araki e o médico que receitou o Arakinus eram culpados pela morte de Lídia Ribeiro. O juiz condenou-os a uma indenização por danos morais, cujo valor era de R$ 50 mil, que deveria ser paga ao autor do processo, o Sr. Cristiano Ribeiro, filho da vítima.
Do lado de fora do tribunal, Cris foi abraçado por Aline e Tarso.
Aline: “Você conseguiu, meu amor! Sua mãe finalmente terá justiça!”
Cris: “É verdade. Não foi fácil, mas consegui.”
Tarso: “Agora você tá rico, primo, hehehe...”
Cris: “Que nada, hehehe... Ainda estou pagando o aluguel de onde moro... Esse dinheiro da indenização vai acabar rapidinho.”
A namorada e o primo de Cris o abraçaram novamente.
Tarso: “Bem, Aline e eu temos que voltar para a base e vamos contar a notícia para os outros. Como você foi liberado hoje, Cris, o que vai fazer no resto do dia?”
Cris: “Eu? Ué, vou contar as novidades para minha mãe.”
Cemitério do Caju
Cris foi ao túmulo de sua mãe contar-lhe a notícia de que venceu o processo. Ele chorou copiosamente e quando se acalmou, disse:
“Bem, a justiça tardou, mas não falhou, mãe. Agora, a Ômega, Araki e o médico vão literalmente pagar pelo o que fizeram à senhora. Porém, Araki ainda está desaparecida. O último plano dela falhou, mas ela deve está planejando algo. Temos que impedi-la antes que tente algo. Bem, vou indo, mãe. Até outro dia.”
Ele fez o sinal-da-cruz e retirou-se do túmulo de sua mãe. Ele foi caminhando pelas galerias do cemitério, até que viu o túmulo do Dr. Flávio Rodrigues, onde tinha encontrado a esposa e os filhos do cientista há alguns meses (**).
Cris disse ao túmulo:
“O senhor pode descansar em paz agora, Dr. Flávio. A justiça foi feita.”
De repente, Cris pensou em algo e saiu apressadamente do cemitério.
Algum lugar do Centro do Rio de Janeiro
Cris estava diante de uma porta de um apartamento no Centro e ele foi atendido por Márcia Rodrigues, a viúva do Dr. Flávio. Quando viu Cris, ela soltou uma exclamação e disse:
“Oh, se não é o rapaz do cemitério! O que o traz aqui?”
Cris: “Eu vim aqui dar-lhe uma notícia, Dona Márcia. Ganhei o processo contra a Ômega.”
Então, Márcia deu um abraço apertado em Cris e disse:
“Que ótima notícia! Você conseguiu, rapaz! Malditos! Que paguem cada centavo a você pelo o que fizeram à sua mãe!”
Cris: “Eles vão pagar, Dona Márcia. Com certeza, o Dr. Flávio ficaria feliz, se estivesse aqui.”
Márcia: “Sim, ele ficaria. Aliás, eu também coloquei a Ômega na Justiça pelo o que fizeram com ele. Se você a venceu, eu também posso.”
Cris: “Sim, a senhora pode e vai conseguir, se Deus quiser.”
Márcia: “Bem, estou muito feliz por você, garoto. Não quer entrar e tomar um café?”
Cris: “Não, obrigado, Dona Márcia. Eu só vim dar-lhe a notícia. Só posso desejá-la boa sorte no seu processo.”
Márcia: “Obrigada, Cristiano. Vou precisar de sorte e de fé.”
Cris: “Então, até outro dia, Dona Márcia.”
Márcia: “Até, Cristiano.”
Eles se abraçaram mais uma vez e Cris retirou-se do apartamento.
(*) Ler Força Especial Bataranger 2, capítulo 24 (“Surpresa em alto-mar”).
(**) Ler Força Especial Bataranger 2, Epílogo.
3 Comentários
Uma grande descoberta !
ResponderExcluirAcho que, finalmente, a casa da maldita Araki vai cair...
Isso só ressalta o quanto estava enganado em relação à Zaira.
Cris, por, sua vez, conseguiu fazer justiça à sua mãe e agora aguardemos a cartada final de Araki, que deve estar em desespero...
Ou não...
Parabéns por esse incrível trabalho!
Obrigado pelo feedback de sempre. A história está na reta final e já sinto falta de escrever Bataranger, mas pretendo não parar. Abraço.
ResponderExcluirÉ isso aí!
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