Capítulo IX - Chou, Hennya, Iwambou e Kamatari
Há entre os seguidores de Šišio um que é notável por sua
grande coleção de espadas. Seu nome Čō. Čō Sawagedžō, o colecionador de
espadas. Nativo de Osaka e nascido em uma família de ex-samurais que lutaram do
lado dos monarquistas durante o Bakumatsu, Čō possui um fascínio muito grande
por espadas, a ponto de ao longo dos últimos três anos ter feito uma coleção de
várias delas. As que mais lhe fascinam são as de Šakku Arai, e seu grande sonho
é possuir a última espada forjada pelo lendário ferreiro pouco antes de vir a
falecer. Čō era um pacato cidadão que vivia em Osaka, até que no dia 28 de
março de 1876 o Governo Meiji proibiu por lei o porte de espadas por parte dos
cidadãos comuns através do Decreto Haitō.
Por meio do decreto Haitō, apenas nobres, soldados e
policiais podiam portar armas. Como resultado desse decreto, muitos ferreiros
de espadas passaram a produzir implementos rurais e talheres para cozinha para
sobreviverem, e a arte do kendžutsu sofreu um grande golpe. E Čō, por sua vez,
se viu proibido de portar suas amadas espadas. Pouco tempo depois, juntou-se a
Makoto Šišio, o qual prometeu a Čō que quando tomar o país relaxará tal
proibição, vista por Čō como grotesca e obscena, além de um atentado à
identidade e ao orgulho nacional japonês.
De Kyušu (sul do Japão) veio um mais um membro do
Juppongatana. Seu nome Kamatari Hondžō, alcunhado de a Grande Foice. Kamatari é
um travesti. Embora por fora pareça uma mulher, na verdade é homem, e dentro do
Džuppongatana nutre uma paixão platônica por Šišio e ao mesmo tempo uma grande
rivalidade para com Yumi. Assim como Čō, Kamatari também se ressentira com o
Decreto Haitō. Mas o verdadeiro motivo de se juntar a Šišio não foi esse.
Kamatari veio de uma família de ex-samurais que vivia nos arredores da atual
Hakata (hoje em dia um dos bairros de Fukuoka). Com a industrialização do Japão
promovida pelo Governo Meidži, um grande êxodo do campo para a cidade teve
início, tal como ocorrido na Europa. E para isso, o Japão aboliu tanto o velho
sistema feudal quanto a classe dos samurais. Muitos ficaram insatisfeitos com
isso, e Kamatari é um deles.
Motivo similar levou outro membro do Juppongatana, o
anoréxico Kariwa Hennya, alcunhado de o Voador Alado, a se juntar à organização
do espadachim mumificado. Hennya veio das proximidades de Aizu, e como já
mencionado antes tal área fora castigada fortemente por seu posicionamento a
favor do Xogunato durante o Bakumatsu. E, além disso, decepcionara-se com as
políticas de ocidentalização das instituições e da cultura japonesa. Com isso
Hennya acreditava que mais cedo ou mais tarde o Japão se transformaria em nada
mais que uma cópia malfeita e degenerada da Europa ou dos Estados Unidos.
Do lado de Šišio ainda temos o estranho, sorridente e
elástico Iwambō, alcunhado de o Demônio Gordo. Mas o que ninguém sabe dentro do
grupo de Šišio é que Iwambō na verdade é um boneco extremamente flexível e
manipulado por um velho artista de figurino chamado Gein. Gein, um senhor de
idade bem avançada, pertence a uma linhagem de artistas que remonta ao século
IX, e o maior prazer de sua vida é aperfeiçoar cada vez mais suas criações.
Gein acredita que a vanguarda do estado da arte da tecnologia está é nas
criações bélicas, e não nas criações civis.
Durante o Bakumatsu Gein fora membro do Yaminobu, onde tinha grande amizade com dois outros membros da organização: Murakami e Sumita, ambos mortos por Kenšin. Mas mesmo assim, Gein não nutre nenhum rancor contra o espadachim ruivo. Iwambō/Gein se juntou a Šišio logou após a compra da Fragata Purgatório. E isso por ordens diretas do traficante de armas baseado na China Eniši Yukiširo. Eniši e Heixing (número 2 da organização comandada por Eniši) viram que os negócios com Kanryuu fracassaram, assim como quem o derrotou foi ninguém menos que Kenšin Himura.
Gein viu nisso como uma forma perfeita de testar sua
invenção, o Iwambō número 1 (o qual é feito de pele, gordura e ossos humanos
roubados de cemitérios), além de se envolver com mais uma pessoa envolvidas em
batalhas. E Eniši, por sua vez, uma forma de preparar o terreno para sua futura
vingança contra Kenšin, de forma que Iwambō fizesse espionagens sobre o Japão e
coletasse informações a respeito do paradeiro de Kenšin.
1 Comentários
Sishio vai,aos poucos montando seu exército.
ResponderExcluirPor motivos distintos , mesmo alguns desafetos seus, decidem unirem-se a ele.
Sishio vai comendo pelas beiradas, para executar sua vingança.