Capítulo XXII - Making Of: Bonus Track II
7 – Significados de sobrenomes: sobre o sobrenome do tio da
Chloé, Bernard Boulanger, é um sobrenome que significa padeiro, equivalente ao
Becker alemão. Não sei se vocês sabem, mas em diversos lugares da Europa como a
Alemanha, a França e a Espanha o uso de sobrenomes relativos ao ofício que
exercem é muito comum. Entre eles Schumacher (sapateiro em alemão), Kuznetsov
(ferreiro em russo), Schneider (alfaiate em alemão), Bauer (camponês em
alemão), Becker (padeiro em alemão), Fischer (pescador em alemão), Rybakov
(pescador em russo), entre outros tantos.
E sobre os parentes de Lille da Chloé, eu os imagino com uma
família mais ou menos como a da Marinette. E sobre o sobrenome do amigo
cineasta do André de Cannes, é uma referência ao famoso escritor francês Émile
Zola (1840 – 1902), um dos grandes expoentes da literatura francesa no fim do
século XIX e começo do século XX.
8 – Ligação de pontos: no capítulo 3 é dito que a Chloé,
quando vê a Marinette, invariavelmente se lembra das primas que moram em Lille,
e que em parte ela não vai com a cara da azulada por causa disso. Eu quis fazer
uma ligação de pontos e explorar um aspecto da personalidade da Chloé que o
desenho ainda não explorou. E seria muito legal isso ser oficializado, diga-se
de passagem.
9 – O amigo cineasta de Cannes: como na quarta temporada é dito
que o André Bourgeois dirigiu o filme “Solidão”, e mais o fato de Cannes é o
local no qual anualmente é sediado o festival de cinema de Cannes, achei que
seria muito legal juntar os dois pontos. E então resolvi criar o Alfred Zola,
amigo cineasta do André dos tempos em que ele ainda era diretor. Até como forma
de explorar um pouco o passado de cineasta dele e mostrar que ele tem seus
amigos no meio cinematográfico daquela época (e procura de certa forma ainda
manter algum contato com o mundo do cinema).
10 – Capcom x SNK: A parte em a Chloé diz que o Dan Hibiki
não passa de uma cópia barata do Robert Garcia é uma referência ao fato de que
o Dan foi inspirado visualmente em personagens como o Ryo Sakazaki e o Robert
Garcia. A história é a seguinte: depois que o Street Fighter 2 fez grande
sucesso, muitos jogos de luta foram lançados aproveitando a onda dos jogos de
luta. E um desses jogos é o Art of Fighting, lançado em 1992 pela empresa
japonesa SNK.
Para criar os personagens Ryo Sakazaki e Robert Garcia, os
protagonistas de Art of Fighting, a SNK se inspirou no Ryu e no Ken (tanto nos
golpes, na mecânica de jogo e biografia quanto visualmente). Anos mais tarde a
Capcom “deu o troco”, de uma forma bem humorada, e criou o Dan Hibiki
visualmente baseado neles, já no primeiro Street Fighter Alpha (onde era um
personagem secreto, tornando-se jogável só no Alpha 3 e depois nos crossovers
com a Marvel, ainda nos anos 1990).
E a parte em que o Dan diz “Eu odeio a arte de lutar, mas eu
serei o rei dos lutadores! (em inglês ‘I hate the art of fighting, but I wanna
be the king of fighters’)” é uma alusão a uma das falas de vitória dele no
Street Fighter Alpha 3, em que ele cita dois jogos da SNK que fizeram muito
sucesso nos anos 1990, o Art of Fighting e o The King of Fighters.
E por que o chamei de Deus Dan em um trecho, alguns me
perguntarão? Em Dragon Ball o pessoal chama o Yamča de Deus Yamča, e já vi até
alguns chamarem o Monaka de Deus Monaka (aquele que aparece no Torneio entre os
universos 6 e 7 e “vence” o Hit). E em Cavaleiros do Zodíaco o pessoal chama o
Jabu de Deus Jabu. Portanto, resolvi “criar” o Deus Dan (que é digamos o Mister
Satan do Street Fighter).
11 – Chloé e XY: Sobre a parte em que a Chloé fica
enraivecida com o que a Juri Han disse sobre o XY, é uma referências às fãs
mais exaltadas do Justin Bieber e outros artistas da época em que ele começou a
fazer muito sucesso (entre eles os Jonas Brothers, a Demi Lovato, Selena Gomez,
Katy Perry, Miley Cyrus, Ariana Grande e outros), que ficavam p* da vida só de
verem alguém os criticando. Muitas fãs do Justin Bieber chegavam ao ponto de
detestar a Selena Gomez (de quem não tenho lá grande estima, diga-se de
passagem) só porque ela foi namorada dele durante certo tempo.
Eu via muito desses tipos (que costumam usar termos para se
designarem tais como selenators, smilers, katycats, beliebers, lovatics,
arianators e outros afins) no tempo do Orkut e mesmo no começo do Facebook.
Apareciam muito em comunidades anti só para encherem o saco e torrarem a paciência,
com papos do tipo “a Demi é perfeita” e outros do tipo. E quando eles batiam na
tecla da perfeição eu geralmente os respondia que perfeito é o Cell, não esses
tipos. E achava o fim da picada eles chamarem de divas umas garotas que mal
saíram das fraldas como a Selena Gomez, a Miley Cyrus e a Ariana Grande.
12 – O elo entre o Chapolin e o Kamen Rider: no capítulo 9,
há uma passagem em que a Chloé chama o Chapolin de “projeto mal feito de Kamen
Rider”. É uma referência às semelhanças visuais entre os diversos Kamen Riders
(em especial aqueles de formato que lembram insetos) e o Chapolin. Lembro-me
muito bem que no tempo do finado Orkut até tinha uma comunidade chamada “Era o
Chapolin um Kamen Rider?”. Mas conhecendo a Chloé, não é nenhuma surpresa ela
tecer uns comentários desse tipo (para no fim o Chapolin revelar que ele e o
Kamen Rider são amigos). Se fosse a Laila, talvez ela desse uma engambelada e
contasse umas mentiras bem cabeludas.
1 Comentários
Mais um making-off detalhando as inspirações e referências , mostrando todo o seu empenho e preparo para a concepção de uma obra !
ResponderExcluirParabéns !