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Spectrum-EX - Halo 18 - Spectrum-EX vs Vila da Morte


 


Olá meus amigos

 

Depois de tanto tempo estamos de volta a Spectrum-EX, dessa vez contra os vilões construídos em “Vila da Morte”. O ambiente de crítica social ainda está presente nessa nova fase, porém o foco será mais em aventura e uma pitada de horror, no estilo do nosso herói.

 

Obrigado @todos

 

Boa leitura!

Sinopse:

 

Após os eventos do conto "Reunião Sombria", Miguel vive nas sombras da cidade, tentando ser invisível enquanto enfrenta sua própria tristeza... Porém as forças do inferno logo vão encontrá-lo, para trazê-lo de volta a guerra eterna...

 

Parte I – O Andarilho

 

Meses após os eventos do conto “Reunião Sombria”

 

Como ser invisível em uma das maiores metrópoles do planeta? É mais fácil do que você imagina… Comece desistindo de tudo, deixe a tristeza assumir. Faça uma caminhada sem pausas, mesmo se seus pés estiverem doendo, continue a andar. Não ligue se eles começaram a sangrar, ande mais um pouco. Não se preocupe com descanso… Mais cedo ou mais tarde, seu corpo vai cair sozinho, se tiver sorte, em um sono profundo sem sonhos, do contrário vai se ver encarando tudo aquilo do qual está fugindo. Quando despertar, apenas comece tudo de novo, e de novo… Não se preocupe com as pessoas a sua volta, nenhuma delas vai se atrever a cruzar olhares com você, ainda mais se você tiver um pouquinho de cor na pele. Não importa quão triste você esteja, nem o quanto isso vaza para fora de sua alma. Também não precisa mais se preocupar com tempo, dias ou noites, não farão mais diferença alguma. Quando você se der conta, vai estar cheirando mal, suas roupas vão estar surradas, somente a fome te fará lembrar que ainda está vivo. Fome… A única coisa que, nesse abandono de si mesmo será, maior do que a tristeza. Não, a tristeza não vai passar… Nunca vai passar… Quando essa verdade for cuspida na sua cara, você vai querer voltar… Mas… Será que ainda há um lugar para voltar? Um lugar onde você é bem vindo? Outra coisa que você vai perceber é que sempre se pode chorar mais um pouco…

 

Estou no meio da eterna guerra entre a humanidade e as forças do inferno. Uma guerra que deve ser travada sempre nas sombras, com inteligência, com estratégia. Tolo, inexperiente, exorcizei vários fantasmas e um demônio em plena luz do dia. Fui visto, filmado. Para proteger as pessoas que amo, estou vagando sem rumo pelas ruas. Não faço ideia de quanto já se passou, creio que alguns poucos meses. Com meus poderes poderia ter fugido até do país, quem sabe do planeta, mas ainda estou na cidade… Não sei explicar o porquê… Quem sabe orgulho bobo? Tipo… Não quero dar uma de covarde e fugir de vez, ou talvez seja exatamente pra continuar protegendo os inocentes e aqueles que me são caros. Sei lá… Se tem algo a se saber sobre mim é que sou o cara pacífico mais briguento que você vai conhecer. Sabe, quando a coisa é comigo, levo de boa, mas o sofrimento alheio sempre me incomodou demais. Talvez eu me ponha no lugar da pessoa, afinal, sou um preto, pobre e nordestino, o alvo perfeito pra quem gosta de zuar os outros, só pra se sentir especial, não importa o quanto se esteja gerando nos outros. Sou um desses que até faltava na escola, só pra ter um dia de paz. Muitas vezes eu faltava apenas pra poder ficar em silêncio… É só falar no diabo que ele aparece… É uma porra mesmo… 

 

— Olha só pro bebum? Empurra ele pra mim — Disse um moleque empurrando o mendigo pra outro moleque…

 

— Opa… Gira, gira, gira e vai… — O outro moleque gira o pobre coitado e empurra para um terceiro idiota…

 

— Tá muito devagar, vamos acelerar… — O terceiro joga o mendigo para o quarto, que empurra para o quinto…

 

Bem na minha frente, um quinteto de imbecis está brincando com um senhor de idade, como se fosse uma bola. Num dado momento, um deles sai da frente e o senhor bate com tudo na parede, caindo no chão em seguida.

 

Meu corpo se mexe sozinho. Nesse tempo na rua, talvez pela magia da lágrima dos anjos, não perdi meu vigor. Chego logo na voadora… Os moleques não sabem brigar. Não passão de valentões. Nenhum deles consegue revidar meus golpes. Chega a ser chato. Quebro o nariz de um, a costela de outro… Isso sem usar uma fração sequer dos meus poderes. 

 

Meu lado racional me diz, “seu idiota… você está se escondendo… é pra viver sem chamar atenção…”, meu lado justiceiro diz, “para de pegar leve, bate mais forte”. De repente nenhum deles consegue mais se levantar. Eu verifico os sinais vitais de um por um, estão vivos, mas vão passar um bom tempo fora das ruas… Espero que tenham aprendido a lição…

 

— Você é muito trouxa, herói…

 

Por pura intuição, dou um salto pro lado. Acabo de esquivar de um golpe de machado feito de energia sombria. O velho que salvei a pouco me encara, sorriso anormalmente largo, como se alguém estivesse esticando sua cara. Olhos arregalados, brilhando em um tons de vermelho, como se algo queimasse por dentro do velhote. Uma armadilha… De novo…

 

— Morre! Morre! Morre! — Uma nova onde de ataques é deferida contra mim.

 

Consigo desviar o suficiente para que meu corpo não seja atingido, mas próximo o bastante para que pedaços da minha roupa voem pelo ar. Dou um salto mortal para trás, tomando grande distância, hora de começar o show.

 

— Defensor da justiça… Spectrum-EX… - digo logo após minha armadura mágica recobrir meu corpo. A joia mágica que orna meu anel se desprende, alojando-se no meu cinto.

 

— Noossaaa… Você é o famosinho… Sabia que tinha sentido cheiro de um cara do céu… Vou pedir um bônus depois que entregar sua cabeça… — hora de ser atacado mais uma vez.

 

— Spectrum Punch!!! - Carrego meu punho direito de energia espiritual e golpeio meu oponente na barriga.

 

Meu golpe especial gera uma pequena explosão, jogando meu inimigo contra parede. Ele se levanta, dá uns dois passos e cai no chão, transformando-se em fumaça, libertando o pobre coitado a quem estava ligado, só deus sabe a quanto tempo. 

 

— Porcaria de demônio fraco… Hoje parece que não vou ter mesmo uma batalha decente… Vem cá meu veio… — Reclamo da falta de sorte e ajudo o senhor a se levantar.

 

— Sumiu… As vozes… Muito, muito obrigado… — o homem chora e me abraça, como se tivesse ganho o maior presente de todos os tempos.

 

— Tudo bem… Tudo bem… Obrigado…Só diminui a cachaça e capricha nas orações…

 

O homem vai embora. Ainda estou chateado por ter tido uma batalha vergonhosa, mas feliz pelo pobre coitado do velhinho. Ele vai poder começar uma vida nova, e com certeza será uma bem melhor. No fundo é por isso que faço o que faço… Mesmo tendo acabado com minha vida pessoal.

 

Continuo minha caminhada, preciso ir pra bem longe. A luta fraca de hoje deu pistas sobre o meu paradeiro. 

 

— Porcaria… Eu queria tanto uma luta legalzinha, contra alguém forte pra dar uma desestressada… — Reclamo da minha sorte. Sou obrigado a admitir que adoro lutar.

 

— Cuidado com o que você deseja, moleque!

 

Mal dá tempo de olhar para trás e ver o autor da frase, levo um soco e vou a nocaute… Porcaria de noite…

 

Continua…

 

2 Comentários

  1. Maravilhoso, meu amigo !

    A chegada de Spectrum-EX é a cereja do bolo dessa narrativa angustiante e surpreendente de a Vila da Morte .

    Tudo ficou mais tenso e dramático !

    Que o nosso herói saiba como sair dessa e cumprir a sua missão!

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  2. Valeu... Como sempre é um prazer postar aqui na Mind. Aceito sugestões para livrar o Spectrum dessa embrulhada...

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