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Crônicas de Amizade Estelar - Spin-Off Especial - Capítulo 15

 

 

Escrito em parceria com o TreinadorPokemon 


15 – Quando a emoção fala mais alto que a razão (Parte 2)

Se no Planeta Flash o dia anterior foi marcado por fortes emoções, o mesmo podia-se dizer no Planeta Terra...

Todos na Terra também foram impactados pelos desdobramentos trazidos pela revelação de que Go (cujo nome verdadeiro era Hiroki Asuka) era o irmão mais novo de Ryu Asuka.

Não se falava de outra coisa.

Naquela noite, Ibuki, Lorde Titã, Tsurugi, Shirou e Sayaka também discutiram algumas questões...

Entre elas, a de maior consenso: localizar Ryu Asuka o quanto antes.

Ficara claro, após infrutíferas tentativas, que Ryu era peça fundamental para que seus pais se lembrassem de seu segundo filho raptado. Sem ele, qualquer tentativa de reavivar as memórias do casal Asuka só resultariam em mais frustrações e mágoas (principalmente para Go).

Já na manhã seguinte, Hikaru teve alta médica e foi informada por Jun sobre o que aconteceu enquanto ela esteve desacordada.

Considerando que muita coisa ocorreu nesse ínterim, e dada a importância dos eventos ocorridos, Jun levou quase uma hora para explicar tudo para sua parceira de esquadrão...

Hikaru se emociona grandemente ao saber que o espírito de Mika Koizumi, sua falecida amiga de esquadrão, interveio na última batalha contra Neo Mess e, em simbiose com Change Phoênix, fora responsável por salvar sua vida.

Em certo momento, ela diz:

-Jun..., não deixa de ser um alívio para mim saber que a Mika nos ajudou...

-Você não tem ideia do que vi quando estive sob efeito das ilusões da Néfeli...

Mesmo tentando controlar suas emoções, a voz de Hikaru tremia:

-Naquela visão, a Mika me hostilizava...

-Me culpava pela morte dela...

-Dizia que eu era fraca e só atrapalhava os Bioman...

-E o que é pior... eu cheguei a acreditar no que ela dizia...

-Aquilo foi terrível!

Jun responde, segurando a mão de Hikaru para confortá-la:

-Hikaru, você não é fraca!

-Nem eu, nem os Bioman, e nem a Mika jamais pensamos isso de você!

-Nunca mais duvide que a minha antecessora não esteja do nosso lado...

-Saiba que é uma honra para mim levar o legado dela adiante!

Hikaru sorri, aliviada pela reafirmação de sua amiga, e aperta calorosamente a mão de Jun, em agradecimento.

Jun também sorri, feliz em saber que sua amiga estava melhor.

A emoção de Hikaru, contudo, se desfaz, ao saber como transcorreu a revelação do parentesco de Ryu com Go...

Ela já esperava que a reação não ia ser boa, mas isso não tornava os fatos menos desagradáveis.

Triste, Hikaru pergunta:

-E o Go..., como ele está agora?

Jun, cabisbaixa, responde:

-Ele ficou bastante chateado no começo... chorou muito...

-Mas, depois da intervenção do Sargento Ibuki, e da demonstração de apoio de todos nós, ele parece estar se sentindo melhor agora...

-É o que eu acho, pelo menos...

Após alguns momentos de silêncio, Hikaru suspira:

-Bem, no final, fizemos tudo o que podíamos para amenizar o choque...

-Mesmo assim, duvido que o Comandante Tsurugi vá considerar isso assunto encerrado, né?

Jun concorda. Realmente, esse assunto ainda ia dar muito o que falar.

Depois dessa conversa, Jun e Hikaru se dirigem à sala de reuniões.

Quando Mai a vê, esquece toda a marra e a abraça, na frente de todos, demonstrando estar bem emocionada:

-Ah, Hikaru! Como é bom te ver bem!

-Saiba que você lutou muito bem, com muita garra e determinação...

-Obrigada, Mai, por ter salvado a minha vida... - agradece Hikaru, um tanto quanto surpresa com a atitude de sua amiga rosada.

Mai responde:

-Eu não me lembro do que aconteceu, mas eu nada fiz...

-Pelo que me contaram, uma amiga sua entrou em simbiose espiritual comigo...

-Portanto, não me agradeça...

A reunião transcorreu normal e o assunto continuava a ser Ryu Asuka.

Achar seu paradeiro era a prioridade no momento, se quisessem ter alguma chance de restaurar as memórias dos pais de Go.

Ficou definido que Shingo, Ryuuta e Oozora iriam até a sede dos Maskman, buscar maiores informações com a equipe de Sugata sobre a ficha técnica de Ryu. E caso encontrassem alguma pista do seu paradeiro atual, deveriam tentar localizá-lo.

Shingo, em particular, se anima com a missão...

Teria a oportunidade de se encontrar com Takeru Kaizu, o Red Mask, e seu antigo rival de Stock Car.

Shingo tinha planos de retomar sua carreira como piloto tão logo a guerra contra Neo Mess acabasse.

E estava ansioso para desafiar Takeru para uma corrida e, assim, medir suas habilidades.

Quem, no entanto, andava calado desde que acordara do coma, era Hayate.

Não brincava, não fazia comentários jocosos, não galanteava as meninas...

Para falar a verdade, Hayate não dissera uma única palavra desde que a reunião começou.

Estava diferente, despertando a curiosidade de Oozora:

-Ei, Hayate! Você está tão quieto...

-O que está havendo?

Tsurugi corrobora a fala de Oozora:

-Também percebi isso, Hayate...

-Sei que você acabou de acordar de um coma...

-Mas, você está se sentindo bem?

Hayate, vendo que os outros já repararam na sua atitude (ou falta dela), diz:

-Tsurugi..., é que...

-É que ando preocupado com o ocorrido...

-Primeiro, foi com a Mai...

-Depois, foi comigo...

-É fato que o espírito da Mika despertou na Mai, e depois em mim, uma conexão mais poderosa com os nossos respectivos animais lendários...

-Eu senti um poder enorme vindo das minhas entranhas...

-Um poder quase incontrolável...

-E meu corpo quase não suportou a manifestação desse poder.

-Eu me recordo muito bem das palavras da Mika, enquanto ela estava em simbiose com a Mai...

-Ela disse que teríamos que pagar um preço alto, se quisermos salvar os Flashman...

O que Hayate diria a seguir era algo que ele jamais admitiria, em condições normais. Porém, a situação atual estava bem longe de ser normal, então ele precisava extravasar:

-Admito que estou com medo...

-O que pode acontecer com todos nós, se nossas forças chegarem ao limite?

-Mesmo após anos como Changeman, ainda não sabemos a extensão dos nossos poderes...

-Não sou covarde... todos vocês já me conhecem!

-Não tenho medo de morrer lutando contra quem ameaça nosso planeta...

-Mas... depois do que senti na última batalha...

-E se, eventualmente, nossos próprios poderes acabarem por nos tirar a vida?

Todos ficam em silêncio.

Aquela dúvida de Hayate era bastante válida. Principalmente depois de todo aquele debate que tiveram com Ibuki, Peebo, Lorde Titã e Sugata na noite anterior, sobre a verdadeira natureza das forças místicas e suas interações.

Todos ali presentes haviam jurado, se necessário, morrer lutando para proteger a Terra contra inimigos do naipe de Gozma e Mess...

Porém, morrer tendo como causa a manifestação de seus próprios poderes era um cenário bastante perturbador nas mentes dos Changeman e dos Bioman, pois eles sempre consideraram a Força Terrena e as Bio Partículas como suas aliadas...

O que o espírito de Mika Koizumi quis realmente dizer com sua enigmática fala?

Seria uma premonição do que aguardava os Changeman, os Bioman e os Flashman?

Hayate respira fundo e leva a mão à testa, tentando aliviar sua fadiga mental. Ele então decide pedir ao seu comandante:

-Tsurugi, creio que, nesse estado, não serei de muita ajuda nessa reunião...

-Se me permite, gostaria de fazer uma pausa...

-Preciso respirar um pouco...

Todos se espantam com a atitude enigmática de Hayate, porém Tsurugi o autoriza:

-Tudo bem, Hayate... Vejo que você ainda não está bem...

-Está dispensado por hoje.

Hayate deixa o local.

A reunião então prossegue pela maior parte da manhã, terminando já próximo do intervalo do almoço.

Ficou acordado que, na parte da tarde, com exceção de Oozora, Shingo e Ryuuta, que iriam à sede dos Maskman, os demais integrantes das equipes ficariam de sobreaviso na base, em caso de outro ataque de Neo Mess...

Mai tenta não demonstrar, mas aquela postura diferente de Hayate a deixou preocupada...

Ele não é assim...”

“Melhor ir ver como ele está...”

Assim que a reunião matutina acaba, Mai dá um jeito de procurá-lo.

Enquanto os homens se dispersam, Sayaka, Jun e Hikaru permanecem na sala.

Jun, percebendo a saída silenciosa de Mai, comenta com Sayaka:

-A Mai parece tensa...

-Essa atitude repentina do Hayate a deixou preocupada...

Hikaru vai na mesma direção:

-Os dois vivem brigando, mas sinto que ela gosta muito dele...

Sayaka suspira e, já familiarizada com a situação dos seus dois companheiros de esquadrão, pondera:

-É uma disputa de egos...

-Os dois se gostam, mas não dão o braço a torcer...

-Nenhum dos dois quer dar o primeiro passo... quer ser o primeiro a admitir seus sentimentos...

-Esse impasse já dura uns dois anos...

-Hayate sabe que seu comportamento de sedutor incorrigível irrita a Mai...

-E Mai, pelo comportamento do Hayate, tem medo de se machucar, e tenta disfarçar agindo de forma ríspida...

-Mas, o Hayate anda diferente mesmo...

-Tenho certeza que ela foi atrás dele...

-Eu não costumo me meter na vida de ninguém...

-Mas, admito que essa situação de hoje me surpreendeu...

-Eu gostaria muito que eles se entendessem...

Hikaru diz:

-Tenho um pressentimento que hoje acontecerá algo diferente...

-Confesso que a imagem de durona da Mai impacta muito, mas hoje, comigo, ela mostrou uma outra face...

-Gentil, preocupada...

Sayaka argumenta:

-Quando nos alistamos nos Defensores, lá pelo ano de 1983, pouco sabíamos um do outro...

-Éramos apenas alguns dentre centenas de oficiais ingressantes, passando por rigorosos treinamentos...

-Nosso passado, nossas famílias e nossos projetos pessoais ficaram em segundo plano...

-O Sargento Ibuki era terrível e nos cobrava muito...

-Depois, com a invasão de Gozma, e com a Força Terrena escolhendo a nós cinco, passamos a nos dedicar exclusivamente a vencer Bazoo...

-Não tínhamos tempo para conhecer muito da vida pregressa de cada um...

-Só sabíamos o básico, que era o que constava na ficha técnica de cada um...

-Por exemplo, Tsurugi era um exímio jogador de Basebol...

-Ele é o criador da “Bola Dragão”, um arremesso indefensável...

Como uma esportista profissional também, Jun sabia da fama anterior de Tsurugi:

-Realmente, o Tsurugi ainda é lembrado no meio esportivo...

-Pena que o Basebol não fazia parte das modalidades dos Jogos de Los Angeles...

Sayaka concorda com a cabeça, e prossegue:

-Hayate era um modelo promissor, mas abriu mão de tudo, por algo que fizesse sentido na vida...

-Oozora era um estudante de engenharia eletrônica, especializado em manutenção de sistemas de segurança, mas com outros projetos pessoais, como entrar para o ramo da gastronomia...

-Eu, que também era estudante de tecnologia à época, vi nos Defensores uma oportunidade de aperfeiçoar e pôr em prática meus conhecimentos...

-Por fim, a Mai, que veio de uma família tradicional da arte do ninjútsu, e sempre teve a necessidade de quebrar paradigmas e viver sob as suas regras...

Após a fala de Sayaka, Hikaru observa:

-No tempo em que colaborei com o Projeto Maskman, conheci a Haruka, a Yellow Mask, que também é adepta do ninjútsu...

-Ela sempre me falava da fama do clã Tsubasa...

Nesse instante, o aviso sonoro de almoço toca.

Jun faz uma proposta:

-Não sei quanto a vocês, mas não estou com tanta fome agora...

-Eu troco o meu almoço por dar uma caminhada...

-Esse ambiente interno me sufoca um pouco...

-Que tal irmos lá fora?

Sayaka hesita:

-Não sei se deveríamos...

-De repente, a gente encontra com a Mai, e vocês sabem como ela é geniosa...

-Principalmente quando ela está com as emoções à flor da pele, como agora...

-Vai achar que estamos vigiando os seus passos, se metendo na vida dela... E não é nada disso...

-Ela pode não gostar, caso nos veja...

Hikaru, porém, concorda com Jun e insiste:

-Sayaka, eu também queria respirar um pouco...

-Preciso ver o Sol...

-Depois de dias internada, estou me sentindo meio presa...

-Se presenciarmos algo, a gente sai de fininho...

-Não somos, e não seremos indiscretas...

Sayaka acaba concordando:

-Certo, garotas...

-Então vamos dar uma volta na parte externa...

Enquanto isso...

No campo de treinamento, sozinho numa arquibancada, Hayate estava sentado sob o Sol do meio-dia.

Absorto nos seus pensamentos, ele não percebe a aproximação de alguém...

Um alguém decidido a algo importante...

Esse alguém era Mai, que lhe toca de leve o ombro, despertando-o do seu estupor...

-Ei, garotão!

-Você está estranho desde que acordamos do coma...

-Não estou acostumada a te ver assim...

-O que tá pegando?

Hayate tenta desconversar:

-É você, Mai?

-Não é nada, não...

-Só devo estar meio estressado com tudo que tem ocorrido nos últimos dias...

Mas Mai não dá o braço a torcer:

-Esse não é o Hayate tão seguro de si que eu conheço, e que me irrita às vezes...

-O que tá realmente acontecendo com você?

-Não se acostuma não, mas sinto que você quer desabafar...

Sorrindo meio sem graça, Hayate cede:

-Tá certo então, Mai...

-Senta aqui do meu lado... – ele indica o espaço na arquibancada ao seu lado.

Mai concorda e se senta junto dele.

Os dois ficam em silêncio por alguns minutos, até que Hayate diz, com o olhar distante:

-Sabe, Mai... Nós dois criamos uma falsa imagem de nós mesmos para esconder nossos medos...

-Nisso, você é parecida comigo...

-E acho que é por isso que a gente briga tanto, mas, ao mesmo tempo, também se dá tão bem...

-Eu não só um mulherengo...

-Tenho meus princípios...

-E você não é só uma garota esquentada...

-Hoje, eu vi todo o carinho que dispensou à Hikaru, e fiquei pensando...

-Tem hora que não dá para ficar mantendo uma imagem só para parecer forte...

-Eu me lembro daquela vez que te acompanhei no treinamento que você teve com o seu tio, em Hamamatsu (*01)...

-Nós ali, também estávamos despidos de estereótipos...

-Éramos nós mesmos...

Aquelas palavras surpreendem Mai.

Hayate fora certeiro quanto ao que ambos eram, na verdade.

Nessa hora, Mai se recorda:

-É verdade! Se não fosse você ali, talvez eu tivesse desistido...

Hayate, sentindo que Mai estava disposta a ouvi-lo, continua a conversa:

-Até quando envolve questões sentimentais, somos meio parecidos.

-Quando me apaixonei pela Sakurá (*02), ali estava o verdadeiro Shou Hayate...

-Você, da mesma forma, pelo Doutor Togo (*03)...

-Os dois, nesse momento, devem estar levando a paz para os planetas arrasados pelos detestáveis tiranos cósmicos...

-Então, tanto você como eu, tivemos experiências de amores não correspondidos...

Mai responde:

-É verdade...

Hayate prossegue:

-Sentimos as perdas, mas insistimos em nos manter fiéis às nossas imagens...

-Aos personagens que criamos...

-E deixamos de enxergar o que estava à nossa frente...

Mai concorda, abaixando os olhos:

-Também é verdade...

Hayate então resolve admitir:

-Enquanto estávamos sob influência da Visão Infernal da Diabólica Néfeli, eu me vi diante da perda de duas pessoas que jamais suportaria perder...

-Sakurá era uma delas...

-E a outra pessoa era...

Hayate interrompe sua própria fala. Ele não tem coragem de terminar essa última frase.

Mai tem um sobressalto com a revelação de Hayate:

-O mesmo aconteceu comigo, Hayate...

-Na minha ilusão, havia o Doutor Togo e...

-Mais uma pessoa... – ela murmura essa última parte.

Os dois ficam em silêncio novamente por mais alguns minutos, como se estivessem juntando coragem para continuar aquela conversa tão pessoal.

Hayate, com os olhos marejados, abre o coração:

-Ali, eu percebi que deixei de viver muitas coisas que poderia ter vivido, por uma ilusão...

-Por manter um personagem que acaba afastando as pessoas...

-Hayate..., – Mai quase se declara, mas se segura.

Hayate prossegue com sua confissão:

-Se a minha vida tivesse acabado ali, eu morreria sem a oportunidade de falar, para alguém muito especial, algo que está entalado na minha garganta...

Mai sente o coração disparar.

Se fosse ela a pessoa de quem Hayate falava, ela seria a mulher mais feliz do mundo...

Pois ela sentia o mesmo...

Era recíproco...

No entanto, se não fosse, ela sofreria uma nova decepção...

Uma enorme decepção...

E Mai tinha a certeza de que não estava preparada para a segunda opção...

Mesmo assim, ela arrisca perguntar:

-E quem é essa pessoa tão especial que te fisgou...?

-Pode confiar em mim, que garanto manter segredo...

Hayate abaixa os olhos:

-Temo que você não acredite...

Mai, voltando às suas características, demonstra impaciência...

Embora sua impaciência se devia mais ao fato de que ela já estava se sentindo insegura quanto à resposta de Hayate:

-Ah, Hayate! Fala logo!

-Quem é a garota de quem você fala...?

-É a Sayaka?

Hayate balança a cabeça:

-Não...

Mai insiste, mais do que nunca querendo ouvir a resposta:

-É a Jun?

-A Hikaru?

-Alguma das oficiais dos Defensores?

-A minha prima, Lú?

-Ou a Sara?

Novamente, Hayate nega:

-Não...,

-Nenhuma delas.

Mai sente o rosto esquentar:

-Então, quem...?

Hayate ri da insistência dela.

Internamente, ele sabia que Mai já conhecia a resposta. Mas ela, provavelmente por orgulho, não queria admitir. Ela queria ouvir a resposta diretamente da boca dele. Ela queria que ele desse o primeiro passo na relação.

Pois então, cansado de manter aquele jogo de aparências, foi o que Hayate fez:

-Será que terei que desenhar?

Ele fixa o olhar em Mai, segurando as suas mãos...

Com os olhos marejados, ele finalmente diz:

-Será que não está na cara, herdeira da ave flamejante?

-Sei que não mereço nenhum voto de confiança seu...

-A fama de mulherengo é maior e...

Antes que Hayate terminasse, Mai, enfim cedendo a seus impulsos, surpreende o “bad boy” de um modo intenso e inesperado...

Ela subitamente lhe dá um apaixonado beijo.

A princípio, Hayate achou que era brincadeira...

Mas, logo percebeu que a intensidade do beijo não era de alguém que estava brincando...

E ele se entrega, surpreso, ao constatar que Mai sentia o mesmo por ele...

---

Ao longe, Sayaka, Jun e Hikaru, sem querer, presenciam a cena...

Ironicamente, por mais que pretendessem ficar fora do caminho de Mai e Hayate, no final, as três acabaram testemunhando tudo...

Elas sorriem, mas se retiram em silêncio, sem que o casal percebesse.

Não queriam passar a imagem de indiscretas ou intrometidas...

No caminho de volta, já a uma distância segura do casal, Sayaka comenta para as amigas:

-Finalmente...!

-Finalmente os dois deram o braço a torcer e resolveram admitir o que sentem!

-Que sejam felizes, enquanto dure!

Hikaru opina:

-Estamos numa guerra e, às vezes, nos esquecemos que somos humanos...

-Pensamos que os sentimentos não importam...

-Ledo engano...

-Pois é exatamente nesses tempos difíceis, que momentos felizes como esse se mostram mais necessários!

Jun concorda com as duas, porém nada diz...

Estava pensativa...

Ver Mai e Hayate juntos a fez lembrar de alguém...

Ela se lembra de Shouta (*04), o rapaz que conheceu durante a luta dos Bioman, e pensa:

“Aquele Shouta sumiu nas matas...”

“Bicho do mato, ele...”

“Nunca mais tive notícias...”

“Até que ele era legal... apesar de ser meio infantil...”

“Mas não tinha como dar certo entre nós dois...”

Jun então suspira, um pouco melancólica...

“Passei tanto tempo focada na minha missão como Bioman, e depois na minha carreira esportiva...”

“Mas, bem que eu gostaria de encontrar alguém para formar uma família...”

“Será que esse alguém aparecerá para mim um dia...?”

---

Quanto ao novo casal, como tinham a tarde livre, Hayate e Mai aproveitaram para conversar como funcionaria o relacionamento que se iniciava...

E, claro, para namorar e trocar algumas carícias também, que ninguém é de ferro...

Se o relacionamento iria dar certo, só o futuro poderia responder...

Mas, Hayate e Mai decidiram ao menos tentar...

 



Notas

(*01) Conforme narrado na obra “Changeman: Asas Rosadas” de autoria do fictor TreinadorPokemon;

(*02) Personagem que aparece no episódio 16 de Changeman – “O Anjo do Planeta Meril”.

(*03) Personagem que aparece no episódio 26 de Changeman – “Toque da Primavera”.

(*04)Personagem que aparece nos episódios 35 e 36 da série “Choundenshi Bioman”, interpretado pelo mesmo ator  Hikaru Kurosaki que, no ano seguinte daria vida ao inesquecível Jaspion.


5 Comentários

  1. O cupido anda fazendo hora extra rsrsrs... No capítulo anterior foi o Jin e a Nana, agora é o Hayate e a Mai.

    É interessante comparar as maneiras distintas de como se deu a declação entre os dois casais. Se entre Jin e Nana a conversa fluiu de forma mais natural, mais de acordo com suas personalidades já estabelecidas (Jin com sua polidez e diligência, e Nana com sua timidez e insegurança emocional), por outro lado, a conversa entre Hayate e Mai forçou os dois a sair da zona de conforto. Ambos tiveram que deixar de lado os "personagens que criaram" (como Hayate habilmente descreveu) e serem sinceros um com o outro, senão a relação dos dois ficaria estagnada até ser tarde demais. Foi muito interessante a maneira séria e adulta de como transcorreu a conversa entre os dois, tão diferente de como eles vinham agindo um com o outro desde o começo da história. Nesse ponto, a ilusão de Néfeli acabou tendo uma utilidade.

    E teve até um possível gancho para a Jun no final também. Vamos ver aonde este rio vai desaguar. Grande trabalho, Jirayrider!

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    1. Grande Pokemon!

      De fato, a situação do Hayate e Mai é bem diferente e complexa do que de Nana e Jin.

      Os dois ,desde os eventos de Asas Rosadas, de sua autoria, que vem ensaiando um relacionamento.

      Mas, era preciso dar vazão ao personagem criado.

      O orgulho ,o não dar o braço a torcer acaba complicando o que é algo simples.

      Mas, chega uma hora que não dá pra esconder mais.

      Hayate foi muito maduro e soube conduzir a situação com sensibilidade, fazendo com que não se rendesse ao que sentia .

      Que bom que se acertaram!

      Se vai durar, só Deus sabe...

      Mas, o importante é viver aquilo que se sente.

      Gratidão pelo comentário e parceria!

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  2. Bem que eu imaginava que o casal desse capítulo seria o Hayate e a Mai. Tapas e beijos, só poderia ser esses dois ilustres Changeman.

    E sobre os poderes dos heróis, pelo visto eles têm seus pontos fracos, e que se não forem usados corretamente podem trazer problemas aos heróis. É que nem a metáfora da espada de dois gumes que o Dohko conta ao Shiryu no episódio 96 de Cavaleiros do Zodíaco como dica para vencer o Siegfried (e eu mesmo treino Kung Fu e uma vez me machuquei treinando com a espada - mesmo a espada não tendo corte na lâmina).

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    1. Grande Eduardo!
      Não tem jeito...os pombinhos dessa vez só poderiam ser os dois...

      Mai e Hayate rsrsrsrsr....
      Para os dois se acertarem, de o que fazer...

      Mas, fora isso , você tocou no ponto central da narrativa. Até que ponto os poderes conbinados dos esquadrões podem ser um ponto fraco?

      Garanto pra você...Nesse angú tem caroço...

      Fico feliz que você tenha captado essa pequena pista de algo que será tratado no fim de Amizade.

      Aguarde e confie...

      Gratidão!

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  3. Então, eu nunca consegui ver Mai e Hayate como um casal, pra mim isso era uma visão impossível, impraticável, insustentável digamos assim, mas, lendo hoje essas linhas, e vendo a questão dos "papéis", dos "personagens", tu achou uma maneira de fazer isso dar certo, pegou o Hayate da Sakura, e a Mai do Togo, e conseguiu convencer de que os verdadeiros Hayate e Mai eram assim, e não aqueles que eles apresentaram a saga inteira... Na minha série eu mantive as personalidades deles como sendo a verdadeira, nunca cogitei as mudar, mas eu confesso que, dentro do teu universo, isso ficou aceitável e muito interessante para explicar a possibilidade dos dois reunidos! Realmente preciso te parabenizar pelo trabalho, ficou realmente muito bem bolado e a cena deles os dois juntos, das palavras trocadas, eu confesso que cheguei a cogitar no final a possibilidade do Hayate dizer que era uma outra menina qualquer, e não ser a Mai, causando um verdadeiro cataclismo na cena, mas no fim era ela mesmo e tal, mas assim, embora eu não usaria essas personalidades, tu realmente conseguiu manejar muito bem tudo pra chegar nisso, meus mais sinceros parabéns! \0/

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