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... And a Rock new Year

 

Bom natal a todos.

Me inspirei em fechar a história, sem deixá-la no ar... Espero que curtam.


... And a Rock New Year

Mesmo que eu tenha trabalhado bastante naquele dia, o sonho não saiu da minha cabeça, eu queria poder achar aquela mulher que tanto me cativou em sonho. Claro que eu não saí procurando onde ela estaria, até porque, eu teria um mundo inteiro para procurar, e pouco tempo para achar.

Continuei a viver minha vida naturalmente, afinal de contas, eu tinha contas pra pagar e elas não esperavam a minha vontade. Aquele sonho de Natal não passaria de um sonho lindo.

Minha vida parecia pálida, sem cor ou vivacidade, mas eu tinha que continuar vivendo. Eu achei que voltaria a uma crise de ansiedade novamente, até porque, se eu passei por uma, eu era propenso a passar novamente, e eu não queria isso, de verdade não queria.

Foi quando, dentro do departamento do qual eu fazia parte, foi anunciada uma nova parceira contratada para a revisão de erros de programação. A empresa já tinha deixado claro, desde o começo, que não tolerava relacionamento entre os funcionários, por mais que eles se sentissem atraídos, para evitar conflito de interesses.

O normal, segundo o que eu tinha ouvido falar, era ter o relacionamento de maneira oculta, e caso surgisse um conflito de interesses, era resolvido pelo casal, a favor (ou não) da empresa.

Eu não me importava, porque nenhuma das garotas me importava naquele lugar, e aquela novata do departamento de programação, por mais que fosse do departamento de TI, o mesmo que o meu, não era o mesmo núcleo, não era do mesmo diretor, ou seja, não andaríamos juntos e não trabalharíamos juntos.

Foi quando ela foi apresentada, eu fiquei boquiaberto. Era ela. A garota de meus sonhos. E aí tudo na minha cabeça virou uma bagunça... Como eu poderia me aproximar dela e dizer que eu estava atraído por ela porque eu tinha sonhado com ela?

Foi quando nós fomos apresentados. Erica era seu nome. Era impressionante a quantidade de detalhes que meu sonho trouxera, até mesmo as sardas dela no rosto eram fidedignas ao sonho vívido que eu tinha.

O mais estranho era que ela olhava para mim do mesmo jeito, surpresa e envergonhada, mas da mesma maneira, não falou nada enquanto estávamos dentro da empresa. Ela tinha acabado de conseguir o emprego, e não faria alguma coisa que o fizesse perdê-lo. Mas só o olhar igual ao meu já me fez sonhar, que ela tenha tido o mesmo sonho que eu.

Após o trabalho, fiz o caminho que sempre faço, que é pegar a linha da CPTM a caminho da linha Amarela do metrô paulista... Mas ela estava lá na plataforma, esperando o trem para o sentido oposto... Porém, quando eu cheguei à plataforma, ela veio falar comigo.

- Olha... Pode parecer até coisa da minha imaginação... Mas você acredita se eu disser que sonhei contigo? – Erica tinha os olhos arregalados iguais aos meus com aquela situação. Quando ela falou isto, eu fiquei abismado. Como poderia acontecer de nós sonharmos a mesma coisa?

Quando contamos um ao outro o que sonhamos, a quantia de detalhes assustou a ambos, e quando terminamos de contar um ao outro o sonho um do outro, mostrando a visão um do outro sobre o caso, os dois ficaram em silêncio por algum tempo. O trem do lado dela chegou, e estava como sempre estava, absolutamente cheio. Ela resolveu esperar o próximo carro.

- Erica... Vamos para algum lugar que seja passível de alguma privacidade... Precisamos tirar isso a limpo. Preciso entender o que nos aconteceu, e o que pode nos acontecer daqui para frente.

- Concordo. Mas onde?

- Conheço um pequeno café, mas você não vai acreditar onde...

- Vai me dizer que é lá na Liberdade?

Eu corei forte.

- Sim.

- Isso só prova o quanto estamos ligados... Nunca tive isso com ninguém, ainda mais que eu nunca tinha visto na vida.

- Eu também... Fico assustado em como eu me liguei contigo deste jeito...

E nós dois andamos seguindo o meu fluxo, mas chegando à estação Pinheiros, seguimos na direção oposta... E quanto mais olhávamos um para o outro, menos entendíamos o que aconteceu conosco. Como poderíamos estar unidos em tal nível se nunca tínhamos nos visto?

E finalmente chegamos ao lugar que eu prometi que poderíamos conversar.

Era dia 27 de dezembro, último dia antes do recesso para a virada de ano, e nós conversávamos como se nos conhecêssemos há tanto tempo... Ao final, quando nos conhecemos além do sonho e confirmamos a maioria do que tínhamos visto nele...

- Então, Erica... O que fazemos agora? – Perguntei, esperançoso.

- Eu? Sinceramente não sei o que fazemos. E você? Sabe?

- Eu sei... Mas vai parecer muito atrevido da minha parte...

- Você quer repetir o que fizemos no sonho? – Ela foi bem direta e eu entendi que ela também queria entender se era esse o próximo passo.

- Não tudo, afinal de contas, no sonho, tudo aconteceu muito rápido...

Mas ela entendeu o que eu queria sem precisar me estender. Afinal de contas, eu era bem óbvio quando eu queria ser.

Ela olhou pra mim, com um olhar lânguido, tentando entender o que eu sentia por ela e o que ela mesma sentia por mim, a conexão que tínhamos era além de qualquer explicação lógica que poderíamos ter a respeito de um com o outro.

E sem nem me dar tempo para pensar a frente, Erica me abraça forte e me beija, um beijo cálido, cheio de dúvidas e de promessas. Beijo esse que eu acompanhei e aprofundei. Nós dois trocávamos carícias enquanto estávamos daquele jeito.

- Namora comigo? – Perguntei, do nada.

- Depois de tudo isso? Sim.

E ficamos curtindo um ao outro depois disto, com várias promessas não realizadas, com juramentos pensados mas não proferidos... Tínhamos muito tempo e não íamos desperdiçá-lo.

2 Comentários

  1. Eitcha que o Jirayrider_Decade Casamenteiro da Silva adoraraaaa!

    O casal de pombinhos faz inveja à Reiha e Touha.

    Brincadeiras á parte, o legal dos contos é que, diferentemente da vida real, tido pode acontecer.

    E é bom que esse lado utópico de fantasia esteja presente.

    A vida real é muito cinzenta e, por muitas vezes, dura e cruel.

    O amor, independente da forma e do jeito, deve ser buscado e jamais desacreditado.

    O mundo carece de amor, muito amor.

    Que 2025, o amor esteja presente na sua vida!

    Excelente conto!

    Parabéns!


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    1. Concordo, caro JirayRider. Infelizmente a vida real tem pouco de fantasia, mas com os contos podemos adicionar essa cor que falta.

      E obrigado, tomara que eu encontre mesmo.

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