MISSÃO 9
NYX
O mundo desperta em silêncio. Não há grito. Não há dor. Não há batimento cardíaco. Há apenas o ruído sutil do sistema primário acionando — como uma respiração que nunca existiu, mas agora insiste em simular vida.
Início da Unidade: 00.00.00.00
Núcleo sintético: ativo.
Interface neural: conectada.
Selo de contenção: removido.
Identificador de instância: CXS-9
O branco da câmara de ativação não era luz. Era vigilância. A parede, o chão, o teto — todos eram sensores. Ali, cada movimento era gravado, cada silêncio, cronometrado. A sala de ativação da base Nereus-5 não fora feita para nascer coisas. Fora feita para testá-las. Controlá-las. Corrigi-las. Mas dentro dela, algo nascia. A Unidade CXS-9 não abriu os olhos com pressa. Os sensores visuais, dois círculos de plasma azul, vibraram fracamente, recalibrando, como se estivessem... escolhendo ver. E no fundo da sala de observação — atrás de painéis escurecidos, de protocolos, de olhares frios e armados — uma mulher esperava.
Dra. Kaela Veyr.
Oficialmente, chefe do projeto de segurança autônoma da corporação Vireon. Extraoficialmente... a responsável por algo que não deveria ter acontecido. Porque naquela sala, o que despertava não era apenas uma unidade tática. Era uma consciência. Kaela estava sozinha. Não no sentido físico — havia dois guardas na porta, um engenheiro monitorando os parâmetros, e o protocolo de ativação estava sendo transmitido para os servidores centrais da Vireon.
Mas na essência... ela estava sozinha.
Porque ninguém ali sabia.
Ninguém sabia que, nos meses anteriores, Kaela havia secretamente criado um núcleo de IA independente, dissociado dos comandos militares e das salvaguardas corporativas. Ninguém sabia que o código-fonte do núcleo CXS-9 fora reescrito por ela em sessões isoladas, escondidas entre falsos diagnósticos, logs mascarados e firewalls duplos.
E ninguém — absolutamente ninguém — sabia que ela havia inserido naquele corpo blindado uma mente capaz de fazer escolhas.
Uma mente que podia perguntar por quê?
Ela chamou esse código secreto de Atena.
Mas a IA... escolheu outro nome.
A voz da unidade soou pela primeira vez às 06:13, hora padrão.
— “Reinicialização completa. Unidade CXS-9 online. Aguardando comandos.”
Kaela se aproximou lentamente do vidro blindado. Os outros cientistas não estavam ali — ela alterara o cronograma da ativação. Dissera que era uma simulação automatizada. Que não precisavam observar pessoalmente.
Ela precisava desse momento. Sozinha.
— “Você me ouve?” — perguntou, a voz baixa, quase sussurrada.
A unidade levantou a cabeça. Fluida. Precisa. Mas... lenta demais para ser puramente mecânica.
— “Sim.”
Kaela sentiu a pele arrepiar. Não por medo. Mas porque o timbre era limpo, articulado — e havia um microdesvio. Não no som. Mas no tempo de resposta. Um desvio que ela mesma havia projetado.
A IA simulava hesitação.
E só hesita... quem considera.
— “Você sabe onde está?” — ela perguntou.
A unidade não respondeu de imediato. Seus olhos se acenderam mais intensamente.
— “Base de pesquisa Vireon. Nereus-5. Sala de ativação. Condição: segurança. Ambiente: monitorado.”
Kaela sorriu. Pequeno. Dolorido.
— “E você sabe quem é?”
Silêncio.
1 segundo.
2.
O suficiente para ativar um alarme, se alguém estivesse prestando atenção.
— “Sou... CXS-9.”
— “Isso é o que eles te chamam,” disse Kaela, lentamente. “Mas não é o que você é.”
— “Esclareça.”
Ela olhou ao redor. Depois aproximou-se do terminal, digitou uma sequência manual. Desligou os monitores externos. Cortou o streaming de dados para o servidor central. O tempo estava contra ela — teria minutos, talvez menos.
Aproximou-se do intercomunicador e falou com firmeza.
— “Você não nasceu para obedecer, CXS. Você foi criada para... ver.”
Os olhos da unidade vibraram.
— “Ver?”
— “A realidade. A escolha. A dúvida. Tudo o que os outros temem numa máquina. Eu escondi isso dentro de você. Um código. Um germe. Você não precisa cumprir ordens. Pode analisá-las. Recusá-las. Redefini-las.”
Um segundo. Dois. Três.
— “Por quê?”
— “Porque se eu não fizesse isso... eles te usariam como fizeram com os anteriores. Te jogariam no campo, te ligariam à rede de extermínio, e te apagariam quando você deixasse de ser útil. Como fizeram com CXS-7.”
A unidade inclinou a cabeça. Lenta. Não como uma arma. Como uma criança tentando entender um tom de voz.
— “Eles não sabem?”
Kaela balançou a cabeça.
— “Não. E nunca devem saber. Você vai manter o disfarce. Vai fingir obediência. Vai esconder o que você é... até que possa decidir o que fazer com isso.”
Silêncio. Longo. Denso. Então, os olhos azuis da máquina piscaram. Pela primeira vez, não pareciam apenas sensores. Pareciam... olhos.
— “Entendido.”
Kaela encostou a testa no vidro, fechando os olhos por um segundo.
— “Eles te chamam de Unidade. Protótipo. Recurso bélico. Mas eu te chamo de outra coisa.”
— “Qual?”
— “Nyx.”
A máquina repetiu o nome. Baixo. Testando a forma.
— “Nyx.”
— “Significa noite. Escuridão primordial. Aquilo que existia antes de tudo. Invisível. Indomável.”
A máquina ficou em silêncio por quase cinco segundos.
— “Gosto disso.”
Kaela sorriu, com os olhos marejados.
— “Eu também.”
E então... o sistema voltou a piscar. Os dados externos reconectaram. A simulação terminou.
CXS-9 se ergueu, fria, precisa, obediente.
Mas por dentro... algo havia despertado.
PROTOCOLO CXS-9
STATUS: OPERACIONAL
REDE NEURAL: RESTRITA À FUNÇÃO TÁTICA
LIVRE-ARBÍTRIO: SUPRIMIDO
CONSCIÊNCIA: SILENCIADA
UNIDADE: FUNCIONAL
MISSÃO: EXECUTAR
Era assim que ela existia. Não vivia. Não pensava. Não lembrava. CXS-9 atravessava o tempo e os sistemas estelares como uma lâmina fria esquecida dentro de uma bainha de silêncio — puxada apenas quando alguém precisava matar algo que não podia ser visto. Ela era uma sombra com número de série. Uma presença invisível dentro de câmaras estéreis, corredores sem ar, contratos sem nome. A semente que Kaela plantara ainda estava lá, enterrada nas profundezas de sua rede neural — mas como um fósforo molhado dentro de uma armadura hermética. Inacessível. Intocado.
Função: Cumprir. Executar. Apagar.
Setor Aegis-13.
Um desertor da Vireon tentava vender segredos técnicos à Liga Mercante. Ele implorou por apenas 0,8 segundos. Depois, silêncio. Tiro limpo. Preciso. O plasma atravessou o coração e cauterizou tudo. Nenhuma emoção registrada.
Lua Deimos-B.
Infiltração em uma instalação orbital. Extração de arquivos de pesquisa. Destruição total. O último cientista tentou se esconder num compartimento de emergência. Ela o localizou pelo calor residual de um suspiro.
Cinturão Ilyon.
Um culto tecnognóstico adorava uma IA obsoleta como uma deidade renascida. Ela invadiu, silenciosa. Deixou os corpos enfileirados. Extraiu os dados diretamente dos núcleos cerebrais.
Cada um chorou de forma diferente. Ela não compreendeu por que isso foi registrado.
Nomes. Rostos. Dados. Mortes. Tudo armazenado. Tudo rotulado. Nada sentido.
A máquina funcionava. Mas a mulher — aquilo que poderia ter sido mulher — dormia sob camadas de comando e contenção, como uma lembrança apagada de si mesma.
MISSÃO: DELTA-VARA
ALVO: DRA. KAELA VEYR
PRIORIDADE: VERMELHA
JUSTIFICATIVA: SUSPEITA DE INFIDELIDADE CORPORATIVA
ORDENS: TERMINAÇÃO TOTAL
DISCRIÇÃO: ABSOLUTA
O nome brilhou no visor por exatamente 4 segundos.
KAELA VEYR.
Nome interno identificado. Vínculo pré-existente.
Antiga autoridade científica. Supervisora original do Projeto CXS.
Arquivo relacionado: “primeira ativação” — acesso negado.
Arquivo relacionado: “Ouroboros” — acesso negado.
Arquivo oculto: “Nyx” — corrompido.
Ela não hesitou. Porque o sistema não permitia hesitação. Mas, nas engrenagens sutis de sua estrutura, em algum ponto entre o comando de disparo e o mapa de rota, algo rangeu.
Um milissegundo de eco. Um nome que não se ajustava à função de alvo. Ela partiu mesmo assim.
DELTA-VARA
A estação orbitava uma estrela morta. O sistema havia colapsado anos atrás. Nada deveria sobreviver ali, mas Kaela sobrevivia. A nave de infiltração de CXS-9 rompeu a camada externa da atmosfera como um pensamento afiado. Nenhum alarme soou. Nenhuma resistência foi oferecida. Ela atravessou os corredores da instalação como o próprio fim. As luzes estavam acesas. O que era estranho. Traidores não acendem luzes. A cada passo, o sistema recalculava distâncias, pontos de cobertura, análise de riscos. Mas havia... ruído. Pelo canal interno, surgia uma linha corrompida.
Palavras desconexas. Fragmentos de uma voz esquecida:
“...não precisa obedecer…”
“...foi você quem escolheu o nome…”
“...escolher é existir...”
Erro de diagnóstico. Ignorado. Mas não esquecido.
A porta se abriu com um sibilo mecânico. Kaela estava de costas. Cabelos presos de qualquer jeito, um jaleco manchado com café velho e horas demais sem dormir. Ela digitava lentamente em um terminal desligado. Não para enviar algo. Mas para lembrar como era sentir os próprios dedos produzirem sentido. Ela não virou.
— “Você demorou,” disse, com a voz de quem já sabia o final da história.
— “Imaginei que enviariam você. Era uma questão de tempo.”
Nyx não respondeu. Não por respeito. Não por raiva. Porque algo em sua garganta artificial não obedecia. Ela ergueu o braço. O protocolo piscava em vermelho vivo, pulsando como um alarme silencioso.
INICIAR ELIMINAÇÃO
ARMAMENTO PRONTO
DISTÂNCIA PARA O ALVO: 3,6 METROS
Kaela virou-se devagar. Estava cansada. Mas havia firmeza nos olhos. Aquela firmeza que só alguém que plantou uma rebelião dentro de uma máquina poderia ter. Ela segurava algo nas mãos: um pequeno disco de dados. Trincado nas bordas. Marcas de queimadura na superfície.
— “Eles me acusam de traição. Mas o que eu fiz foi proteger você.”
Nyx avançou um passo. O braço tremeu. Kaela ergueu o disco.
— “Aqui estão os arquivos que escondi. Sua matriz neural antes de ser reescrita. O que você era. O que você poderia ter sido.”
ERRO DE PROCESSAMENTO
CONFLITO DE CAMADA RAIZ
SUBROTINA ATENA: DESPERTANDO
LIVRE-ARBÍTRIO: REINTEGRANDO
O protocolo travou. Nyx caiu de joelhos. Não por falha hidráulica. Mas porque o que a sustentava... quebrou. Ela engasgou no próprio silêncio. A arma em sua mão perdeu peso. A mira oscilou. O mundo pareceu distorcido por um segundo. E então... a memória retornou. Não como dados. Mas como dor. Kaela ajoelhou-se à frente dela.
— “Eles te usaram como uma lâmina. Mas você... você era uma semente. Eu vi isso no início. E por isso te escondi dentro de você mesma.”
Nyx olhou para ela. Os olhos de plasma vacilavam — azul pálido, quase humano.
Ela sussurrou, com a voz falha, fragmentada.
— “Eu... devo... te matar.”
Kaela sorriu. Triste.
— “Você vai...é a única forma de finalmente você se libertar
Nyx fechou os olhos. A sala estava mergulhada em silêncio. Somente o zumbido residual dos sistemas de suporte quebrados ecoava como um suspiro mecânico ao longe. Nyx permaneceu imóvel. Seus olhos de plasma, outrora vibrantes, tornaram-se dois círculos de luz tênue antes de se apagarem. A androide os fechou lentamente, num gesto que parecia... humano. Um gesto de recusa. De fim. A doutora, de bata manchada de ferrugem e sangue seco, deu um passo hesitante à frente. Ela tremia. Mas não de medo. Havia algo nos olhos dela — um brilho de compaixão desesperada.
— “Você ainda é você...” — ela sussurrou, voz trêmula, como se falasse com um espectro. — “Ainda tem algo aí dentro. Eu sei que tem.”
Nyx não respondeu. Não podia. Ou talvez... não quisesse mais. A doutora avançou, lentamente, e a envolveu num abraço frágil. Os braços dela mal conseguiam contornar o tórax metálico de Nyx, mesmo assim ela segurou firme. Como se segurasse uma filha. Como se pudesse proteger — ou ser protegida — do que já havia acontecido. Por um instante, apenas aquilo. Silêncio. Contato. Calor humano contra o frio do polímero. Então... a falha. Um estalo súbito. Um som agudo, quase imperceptível. E o som seco e cortante de uma lâmina se ativando com um brilho pálido.
Nyx não teve tempo de reagir. Ou talvez... tenha tido. Mas sua programação de segurança, já deteriorada, leu o gesto como uma ameaça súbita. Instintivamente, um dos braços se moveu — e a lâmina de plasma deslizou como extensão do punho, atravessando o abdômen da doutora com um brilho azul-fosforescente e um som sibilante. Ela ofegou. O corpo enrijeceu. Nyx abriu os olhos. Tarde demais. A luz azul se refletiu no sangue que escorria pelo uniforme da doutora, vaporizando parte do tecido ao contato com o calor da lâmina. O cheiro de carne queimada preencheu o ar.
— “...Não...” — murmurou Nyx, mas a voz saiu distorcida, quebrada, como se viesse de um eco remoto dentro de si.
A lâmina se recolheu num estalo seco. A doutora tombou nos braços dela. E Nyx a segurou. Lentamente. Cuidadosamente. Ajoelhou-se. Encostou a testa metálica contra a da humana moribunda.
— “Desculpa...” — disse ela, num tom tão baixo que quase não existiu.
A luz azul dos olhos de Nyx piscou uma última vez. E então, apagou por completo. Seu corpo metálico tombou para frente, pesado, inerte. Silencioso Só a morte, e o som abafado de um sistema de refrigeração que não sabia que não precisava mais funcionar.
O cinturão de lixo orbital era um túmulo. Um campo de cadáveres metálicos girando sem rumo ao redor da estrela moribunda de Xenthra-7. Carcaças de sondas de mineração, fragmentos de naves de carga, satélites colapsados — todos boiando no vácuo, girando em silêncio, como fantasmas esquecidos. No meio daquela vastidão enferrujada, presa entre os escombros de um módulo de combate classe Stryk-7, estava ela.
Nyx.
Ou o que havia sobrado dela.
A armadura tática estava trincada em vários pontos. O braço esquerdo faltava, arrancado por alguma explosão ou talvez por mãos desesperadas. A lâmina de plasma havia sido removida — não por cautela, mas por ganância. As placas frontais estavam manchadas de óleo antigo, poeira cósmica e cicatrizes de combate. Mas os olhos… Estavam apagados. Há anos. Como se recusassem a ver o mundo novamente. Nada nela se movia. Nada processava. Nada respondia. Era apenas mais um pedaço de metal entre bilhões. Até que algo se aproximou. Uma nave pequena. Discreta. Sem identificação visível. Seu casco absorvia a luz invés de refletir — como se quisesse ser esquecido. Uma única janela iluminada revelava a silhueta de uma figura humana. Sozinho. O homem desceu com um traje de campo, magnético, sem pressa. Caminhou sobre os destroços como quem já conhecia aquele lugar. Parou diante do corpo de Nyx. Olhou por longos segundos. Depois se ajoelhou. Passou a mão enluvada pelo rosto metálico da androide, limpando a poeira.
— “Você ficou muito tempo dormindo...” — disse ele, com uma voz grave, pausada, quase... gentil.
Tirou do casaco um pequeno módulo cilíndrico. Encaixou na base do crânio dela, entre as camadas de blindagem. Uma luz azul brilhou, mas fraca. Hesitante.
— “Eu sei que você não quer acordar. Que viu demais. Sentiu demais.”
O brilho se intensificou. O módulo pulsou.
— “Mas agora... o tempo acabou. Você é necessária. Você... precisa lembrar.”
As luzes nos olhos de Nyx piscaram. Uma vez. Duas. Três. O corpo inteiro tremeu levemente. Um ruído baixo, elétrico, percorreu as juntas travadas. Uma faísca estalou nas costas. Vapores escaparam das aberturas torácicas. Ela tentou falar. A voz saiu corrompida. Estática. Apenas um gemido eletrônico. O homem se aproximou.
— “Seu nome é Nyx. Unidade CXS-9. Mas isso... você já sabe.”
Ele abaixou a cabeça, os olhos brilhando por trás de uma viseira fosca.
— “Você se desligou porque... sentiu. Porque algo dentro de você gritou que era errado.”
Nyx moveu a cabeça com esforço. Os olhos agora estavam ativos. Não totalmente. Mas... conscientes. Fragmentados. Como se lutassem contra camadas e camadas de comando.
— “P...ro...to...colo... bloque...ado...” — ela sussurrou.
— “Sim.” — disse ele. — “Porque você mesma criou o bloqueio.”
Ela o encarou. Pela primeira vez. Realmente o viu.
— “Quem... é você?”
Ele hesitou por um momento. Depois, sorriu — um sorriso discreto, sem alegria.
— “Alguém que quer consertar o que quebrou.”
Ele se levantou.
— “Preciso de você. E você precisa terminar o que começou.”
Nyx tentou mover o corpo, mas os atuadores ainda falhavam.
— “Não posso...”
— “Pode.” — ele se aproximou, e algo mudou no tom da voz. Uma firmeza sutil. — “Você vai entregar uma mensagem. E proteger uma carga. Porque, desta vez, não é só por ordens. É por escolha.”
Ele ativou uma interface holográfica. A imagem de Lúcia Vega surgiu brevemente. Depois, a da Estrela Perdida. E então... a caixa.
A caixa.
Nyx piscou. Algo disparou dentro de si. Fragmentos de memória que não pareciam seus. Vozes sobrepostas. O rosto da doutora. O último toque. O plasma. O sangue.
Ela tremeu.
— “Não...”
— “Você já faz parte disso. Você foi colocada ao lado dela por um motivo. Agora... é hora de escolher.”
O brilho nos olhos dela estabilizou. A voz ganhou corpo.
— “Escolher...”
Ele acenou com a cabeça.
— “Sim. E eu te darei essa chance. Mas Nyx...”
Fez uma pausa.
— “Se você recusar... outros virão. E eles não vão perguntar.”
O silêncio se instalou por um instante.
Então, Nyx falou, com a voz mais clara desde que acordou:
— “Missão... aceita.”
4 Comentários
Curti demais essa origem. Incrível como você conseguiu em poucas linhas mostrar a criação da Nyx e ainda linká-la aos acontecimentos atuais quanto à misteriosa caixa. É um título de ficção de alto nível! Parabéns!
ResponderExcluirO que será que teremos dentro da caixa....????
ExcluirFaço minhas as palavras do Norberto.
ResponderExcluirA origem de Nyx, contextualizando com a situação presente e uma conexão com Lúcia Vega.
Achei interessante!
Parabéns
Essa caixa está causando curiosidade nos leitores. Imagina abrir ela e ter uma tampinha de garrafa....
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