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HORIZONTE DE ESTRELAS - MISSÃO 13

 


MISSÃO 13

MAKO

Já fazia dois dias que o grupo havia deixado Scylla Prime para trás.

A Estrela Perdida, embora parecesse uma sucata voadora costurada com fita adesiva e otimismo, surpreendia. Voava com uma precisão quase elegante — se elegância pudesse ser definida por motores que rangiam como portas enferrujadas e um casco que vibrava cada vez que os propulsores eram acionados.

Krag tinha feito um milagre. De novo. E Lúcia nem queria saber quantas peças roubadas, coladas ou improvisadas ele havia usado para manter aquela lata velha funcionando.

O cockpit era um caos controlado. Luzes intermitentes, ruídos mecânicos, e um cheiro indefinido de graxa que se recusava a ir embora.

— Quem diria... — comentou Mako, reclinado na cadeira do copiloto, com os pés cruzados no painel e um sorriso preguiçoso no rosto. — Dois dias sem explosões, tiroteios ou insultos à minha integridade moral. A gente tá ficando profissional ou só com sorte?

Lúcia, no comando, não tirou os olhos do painel holográfico à frente.

— Sorte. E sorte acaba.

— Ah, poxa... — disse ele, virando-se pra ela com aquele sorriso torto — Deixa eu aproveitar o clima de positividade por pelo menos mais dez minutos?

Nyx permaneceu em pé logo atrás, imóvel como uma sentinela. Seus olhos de plasma azul analisavam os dados de navegação, enquanto sua voz metálica ressoava com tranquilidade calculada.

— Probabilidade de eventos adversos nos próximos Duzentos e vinte mil quilômetros: 64%. Incluindo emboscadas, anomalias gravitacionais e falha nos estabilizadores de dobra.

— Essa foi a forma mais educada que já ouvi de dizer "tamo ferrado" — murmurou Mako, acendendo o cigarro eletrônico, que tossiu mais do que ele.

Do lado direito do painel, enfiado até a cintura dentro de um compartimento de manutenção, Zurgo soltou um estalo elétrico seguido de um grunhido.

— Tá tudo bem aí? — perguntou Lúcia sem olhar.

— Claro! Claro. Definitivamente. Só... tecnicamente, um dos conversores de fluxo tá vibrando numa frequência que lembra... uma arca de sucata prestes a se partir no meio. Mas é normal! Normal em 38% dos casos! Talvez 40…

Lúcia virou a cabeça devagar.

— Zurgo...

— Tá bom, tá bom! Vou tentar reforçar os lacres! — ele respondeu, mergulhando de novo nos cabos com um barulho de faísca e um "ai!" abafado.

Nyx continuava observando os gráficos, os olhos brilhando levemente.

— Rota para o Setor Aegis-13 estabilizada. Tempo estimado de chegada: três horas e dezenove minutos. Leitura de anomalias: nula até o momento. Embora... isso possa ser um erro do sistema.

Mako arqueou uma sobrancelha.

— Um sistema que erra pra menos? Que reconfortante.

Lúcia soltou um suspiro, finalmente relaxando um pouco na cadeira. Por alguns instantes, só o som do hiperespaço cortando o escuro. Sem tiros. Sem gritos. Sem traições à vista.

Mas ela sabia. Aquela calmaria… era só o universo puxando ar antes de mergulhá-los no caos de novo.

Ela apertou o cinto com um estalo, os olhos fixos na silhueta distante de uma estrela morta à frente.

— Aegis-13... lá vamos nós.

A luz no painel piscou em vermelho.

Depois piscou mais rápido.

Depois... parou de piscar.

Um alarme estridente soou, como se um gato tivesse sido acoplado ao sistema de emergência e estivesse gritando por socorro.

— Ah não... — murmurou Lúcia, já reconhecendo o som.

— Ah sim... — respondeu Mako, com um sorriso tenso. — E lá vamos nós.

O motor de dobra da Estrela Perdida soltou um gemido rouco, seguido de um tranco seco. A nave inteira sacudiu como um elevador velho despencando um andar e meio.

Zurgo emergiu de baixo do painel com olhos arregalados e um chicote de cabos enroscado no pescoço.

— É AGORA! — gritou ele, em pânico. — É O NÚCLEO! ELE... ELE COMEÇOU A OSCILAR!

— Isso é ruim? — perguntou Mako.

— Isso é catastrófico! — Zurgo respondeu. — Mas também... uma oportunidade única de demonstrar genialidade sob pressão extrema! Ou morrer explodido!

— E isso acontece com que frequência? — Lúcia perguntou.

Zurgo hesitou por meio segundo.

— ...Mais do que deveria.

A Estrela Perdida saiu subitamente do salto, catapultada de volta ao espaço normal com um tranco que jogou Mako no chão, Nyx contra a lateral da cabine e uma ferramenta voadora direto na testa de Zurgo.

— AI! Isso foi... motivacional.

Lúcia socou o painel até silenciar os alarmes.

— Zurgo, resolve isso. Agora. Antes que o salto falhe de vez e a gente vire massa de partículas confusas.

— Preciso de silêncio, foco e... — ele enfiou um punhado de cabos nos bolsos — ...qualquer pedaço de metal que não esteja oxidado há mais de duas décadas.

Nyx apontou para o chão.

— Recomendo o suporte do assento do copiloto. O metal é antigo, mas estruturalmente mais confiável que a média desta nave.

Mako protestou:

— Ei! Esse assento é meu!

— Justamente. — disse Nyx.

Zurgo arrancou o suporte com um clanc triunfante e saiu tropeçando pelo corredor em direção ao núcleo de dobra, rindo baixinho para si mesmo.

— Hora do milagre improvisado número trinta e sete!

O silêncio que se seguiu foi preenchido apenas com faíscas à distância, pancadas ocas, e o que parecia ser Zurgo gritando “NÃO ESSE FIO! NÃO ESSE FIOOO!” seguido de uma explosão abafada.

Lúcia se recostou.

— Certo. Enquanto não morremos... já que estamos aqui, presos no limbo entre saltos, que tal usarmos o tempo pra fazer algo útil?

Mako levantou a sobrancelha, estava sentado no chão:

— Tipo o quê? Meditação? Terapia de grupo? Lembrar traumas infantis?

Nyx considerou por um momento.

— Compartilhar informações não estratégicas pode fortalecer a coesão de unidade em situações de crise. Sugiro: “qual foi seu maior erro de cálculo pessoal e as consequências subsequentes”.

Lúcia franziu a testa.

— Isso foi... assustadoramente específico.

— Já que estamos nesse clima... — disse Mako, sentando-se de volta no assento improvisado agora torto — Eu começo.

Ele acendeu o cigarro eletrônico novamente, que fez bip e se apagou.

— Meu maior erro? Aceitar um emprego pra pilotar um cargueiro diplomático sem checar que o cargueiro estava carregando... armas nucleares ilegais. Em rota diplomática. Através do espaço do Consórcio Veyan.

Mako suspirou, esfregando a nuca e encostando-se na cadeira torta, como se aquilo fosse proteger do peso da própria memória. O cigarro eletrônico falhou de novo, soltando apenas um bip desanimado, e ele jogou o aparelho de lado com um suspiro resignado.

— Tá, beleza... vocês querem confissão, vamos lá. Antes de virar piloto freelance, contrabandista ocasional, fugitivo em três sistemas e especialista em aterrissagens questionáveis... — ele fez uma pausa dramática — ...eu era cadete da Frota Galáctica Central.

Lúcia ficou surpresa de verdade.

Nyx virou a cabeça lentamente, analisando.

— Avaliação anterior: 9% de chance de formação formal. Revisando para 42%.

— Obrigado pela confiança, robô. — Mako disse, com um gesto teatral. — Mas é isso. Mako Renn, cadete de elite. Uniforme limpo, postura ereta, sonhos de grandeza. Segundo melhor da turma — o primeiro era uma IA com nome de geladeira, então tecnicamente eu era o primeiro entre os seres vivos.

Ele sorriu por um instante, mas era aquele sorriso agridoce de quem sabe exatamente onde a história desanda.

— Meu pai era engenheiro de dobra. Minha mãe, piloto de manobras atmosféricas. Fui criado dentro de um cockpit. Literalmente. Meu berço era uma cápsula de escape adaptada. Acho que esperavam que eu virasse um herói da frota. E, por um tempo, parecia que eu ia ser.

Lúcia se arrumou na cadeira, ouvindo em silêncio.

— Até que veio a missão de campo. Sabe como é, né? A galáxia não é feita de desfiles e medalhas. Me jogaram num cargueiro de escolta, com um comandante que bebia mais do que pilotava e um oficial de segurança que mal sabia usar o cinturão.

Mako respirou fundo.

— A missão era simples: escoltar um cargueiro diplomático até um posto avançado do Consórcio Veyan. O comandante estava de ressaca. Me colocaram no leme. Eu achei que era minha chance de mostrar serviço. Mostrei, claro. Com o pé na porta.

Ele apoiou os cotovelos nos joelhos, olhando para as mãos como se nelas ainda estivessem os comandos daquela nave.

— Eu não fazia ideia de que o cargueiro estava cheio de armas nucleares ilegais. O “diplomático” era só fachada. Ninguém me avisou. E eu só vi o manifesto de carga real quando a frota Veyan apontou trinta canhões de íons pro nosso nariz e começou a pedir explicações.

— Isso... escalou rápido — murmurou Lúcia.

— Tipo queda livre de elevador orbital — Mako concordou. — O comandante surtou, o oficial de segurança tentou fugir num pod antes de mim... e eu, idiota, tentei conversar. Argumentar. Achar que, sei lá, o Consórcio ia entender.

Nyx processou por dois segundos.

— O Consórcio Veyan não entende. Eles eliminam.

— Exatamente. Dispararam. A nave explodiu. Eu sobrevivi porque fui jogado pra fora com a cápsula de fuga. Acabei resgatado dias depois por um cargueiro de mineração... e pela primeira vez percebi que a Frota não ia me defender. Fui acusado de imprudência, violação de protocolo, traição indireta. Nem tribunal. Só a dispensa.

— Mas não parou por aí. A Frota não se contenta em te cuspir. Eles precisam te enterrar onde ninguém mais vai cavar.

— O que fizeram com você?

Perguntou Lúcia.

Mako deixou escapar uma risada seca, sem humor.

— Me jogaram num dos asteroides-prisão... que, na prática, era um lixão orbital onde a Frota despejava o que não queria lidar — desertores, ladrões, mutantes instáveis, soldados que sabiam demais. A escória esquecida do sistema. E eu, no meio deles. Uma bela promoção.

Nyx inclinou levemente a cabeça, gravando cada palavra.

— Nome da instalação? Coordenadas?

— Não sei o nome oficial. A gente chamava de Echopoint Três. O tipo de lugar que nem os sensores querem escanear. Era uma colônia de rocha com atmosfera instável, cercada por campos de minas antigas e torres de vigilância que funcionavam... às vezes. Não havia guardas. Só drones. E a promessa de que ninguém sairia de lá vivo.

Lúcia manteve o olhar firme, agora mais séria.

— Como sobreviveu?

— Deixei de parecer militar — respondeu Mako, com um encolher de ombros. — Cortei cabelo, quebrei o uniforme, fingi que era só mais um vigarista azarado que caiu lá. No começo, apanhei. Depois, comecei a pilotar os transportes de sucata entre os túneis. Tinha que me manter útil. Ou invisível.

Ele passou a mão pelo rosto. A expressão suavizou por um momento.

— Foi lá que eu conheci... ela.

Nyx virou-se na direção dele.

— Defina “ela”.

Mako riu, baixo. Quase nostálgico.

— Ela era… — ele procurou as palavras, encarando o teto do cockpit como se as memórias estivessem impressas ali — …meio humana. Meio outra coisa. Dizia ter nascido em Arvok, um planeta isolado da Aliança, esquecido até pelos cartógrafos. Tinha pele cinza - pálida, cabelos brancos como poeira de lua e olhos dourados que não piscavam. Literalmente. A primeira vez que olhou pra mim, eu achei que ia morrer. Mas ela sorriu. E foi pior.

Lúcia ficou intrigada.

— Pior?

Mako riu sem humor.

— Porque eu soube ali, naquele instante, que era o tipo de mulher que ia partir meu coração ou me matar. Talvez os dois.

Ele esfregou as mãos, como quem ainda sente o frio do metal nas celas da prisão.

— Ela comandava um grupo dentro de Echopoint Três. Um dos poucos que não se matavam por comida ou território. Trabalhava com contrabando de componentes: chips, micro - reatores, implantes obsoletos. Kaari era rápida, letal e… estranhamente justa. Tinha regras. E naquele inferno flutuante, regras eram ouro.

— E você entrou pro grupo dela? — perguntou Lúcia, mais suave do que o normal.

— Não. Ela me deixou seguir ela. O que era bem mais raro.

Mako fechou os olhos por um instante.

— A gente começou desconfiando um do outro. Depois, dividindo ferramentas. Depois, uma cela improvisada. Ela não acreditava em amor — dizia que era uma falha biológica. Mas me olhava de um jeito que… bem, quem precisa de palavras?

Nyx registrou, sem interromper.

— E depois?

— Depois, a Frota apareceu.

O silêncio caiu como um golpe.

— O quê? — Lúcia falou, quase em descrença.

Mako assentiu, devagar.

— Eu não era o único da minha turma que sabia demais. Havia outros ali. Pessoas que... não deviam estar vivas. E por algum milagre cósmico, um oficial da inteligência rastreou uma transmissão nossa feita durante um dos planos de fuga. Sinal fraco. Só uma tentativa de contatar contrabandistas fora da órbita. E eles vieram. Com força total.

A voz dele ficou mais baixa.

— Mandaram drones de contenção, torres de pulso eletromagnético, soldados. Não pra resgatar. Não pra negociar. Vieram pra apagar.

Nyx sussurrou, como se lesse os dados de um campo de batalha:

— Operação de limpeza. Protocolo da Frota: máxima eliminação, mínima exposição.

— Exato — Mako confirmou. — Eles destruíram seções inteiras do asteroide. Despressurizaram túneis com gente dentro. Não importava se eram criminosos, informantes, inocentes ou filhos da puta como eu. Era pra zerar a contagem. E no meio disso tudo… a gente tentou escapar.

Lúcia apertou os punhos.

— E a Kaari?

A mandíbula de Mako enrijeceu.

— Ela me empurrou pra cápsula. Estava com um ferimento na perna. Disse que ia logo atrás, que só precisava ativar a sequência de evacuação. Ela mentiu. Sabia que não ia conseguir sair. Ela ficou pra garantir que o portão de acesso ao duto não travasse. Sabia que alguém precisava sobreviver pra contar.

— Você tentou voltar? — Lúcia perguntou.

— Tentei. Eu gritei, chutei os controles da cápsula. Mas quando ela selou a escotilha… ela sorriu. De novo. Aquele mesmo sorriso da primeira vez.

Ele engoliu em seco.

— Foi a última coisa que eu vi antes da seção onde ela estava ser vaporizada pelo bombardeio orbital.

Por um instante, o cockpit da Estrela Perdida ficou em silêncio.

— Depois disso, eu não queria mais ser herói. Não queria mais bandeira, não queria mais lema, não queria mais honra. Queria distância. Das pessoas, das promessas, de mim mesmo. Queria esquecer. E nada faz você esquecer como pilotar uma nave velha cheia de problemas por sistemas onde ninguém pergunta nada.

Nyx quebrou o silêncio:

— Motivação registrada. Transição de conduta: coerente. Emoção predominante: perda não resolvida.

— Você é péssima em consolar alguém, sabia? — Mako disse, tentando sorrir.

Lúcia se levantou devagar, caminhou até ele e colocou a mão em seu ombro.

— Ela não morreu à toa.

— Não mesmo — respondeu ele. — Eu tô aqui. E se a Frota quiser me apagar de novo... vai ter que tentar bem mais forte.

Foi nesse momento que um estrondo profundo ecoou pela nave. O som do núcleo de dobra voltando à vida, como um monstro acordando depois de um coma induzido.

E então, à distância, a voz animada e suja de graxa de Zurgo ecoou pelo intercomunicador:

— Consegui! Consegui! Ou... algo parecido! Talvez só tenhamos mais 27% de chance de virar sopa quântica!

Mako olhou para o painel, depois para Lúcia e Nyx.

— Quer saber? Tô com saudade dos tiros.

Lúcia assentiu, já voltando para a cadeira de piloto.

— Todo mundo tem fantasmas, Mako. Mas a diferença entre carregar eles… e ser carregado por eles... tá em como você voa com eles.

O motor uivou. O salto recomeçou.

E, mais uma vez, a Estrela Perdida cortou o tecido do espaço como uma cicatriz antiga tentando se fechar.

O salto terminou com um estalo seco, e a nave emergiu no vazio estrelado do Setor Aegis-13. Ali, o espaço parecia mais denso. Estagnado. Como se o tempo fluísse mais devagar. Diante deles, o planeta sem nome — designado apenas como PX-A13 — girava lentamente em órbita de uma estrela anã pálida, envolto por uma fina camada de atmosfera azul-esverdeada. Florestas escuras, montanhas irregulares e uma silhueta metálica quebrava a naturalidade do hemisfério sul: uma estação orbital planetária da Corporação Vireon.

Alta, angular, e com uma presença opressora, a estrutura parecia ter sido construída mais como uma prisão do que como um centro de pesquisa.

Nyx foi a primeira a falar.

— Sinal da estação detectado. Codificação militar, protocolos de camuflagem ativos. Possui varredura de frequência rotativa e torres de rastreamento no perímetro orbital.

Zurgo se encolheu no banco.

— Isso parece... difícil demais pra um simples “oi, viemos buscar uma encomenda”.

Mako inclinou-se, puxando os dados do painel auxiliar.

— A frota da Vireon bloqueou comunicações em banda larga. Nenhum tráfego entra ou sai sem registro prévio. Essa estação é uma fortaleza.

Lúcia olhou para a estação.

— Não vamos bater na porta. Vamos entrar por baixo.

Mako olhou para ela.

— Me diz que tem um plano.

— Tenho. — ela respondeu. — E você vai odiar.

O silêncio foi quebrado por um alerta sonoro. Um cruzador leve apareceu nos sensores, varrendo a órbita baixa com scanners de alta frequência.

— Patrulha rotativa da Vireon — murmurou Nyx. — Janelas de infiltração: pequenas. Margem de erro: estreita.

Lúcia deu um meio sorriso.

— Perfeito. Do jeito que eu gosto.

Ela se levantou e ajustou a luva com calma.

— O que sabemos é que a carga que estamos atrás… não será fácil de conseguir. E é nessa estação que ela está.

Vamos roubá-la antes que eles saibam quem foi.

Zurgo engoliu seco.

— Roubar. De uma estação fortificada. Guardada por uma corporação privada com armamento orbital. Nada mais... suicida.

Lúcia virou-se para ele com um brilho calculado nos olhos.

— Não é suicídio se funcionar.

Nyx deu um passo à frente.

— A missão requer infiltração, extração e evasão. Nenhum confronto direto é recomendado. Mas... não é impossível.

Mako respirou fundo.

— Só uma pergunta antes de a gente começar a fazer besteira em nome de princípios questionáveis...

Lúcia ergueu uma sobrancelha.

— ...Qual?

— Que droga tem dentro dessa caixa?

Ela olhou pela janela para o planeta abaixo, seu reflexo endurecido no vidro.

— Não sei… Mas de algum jeito sinto que vamos acabar descobrindo.

A Estrela Perdida começou a mergulhar na órbita atmosférica do planeta, ativando camuflagem térmica e reduzindo as assinaturas de impulso ao mínimo.

Eles estavam indo para o planeta. Para tentar entrar de algum jeito na estação e roubar a caixa misteriosa


2 Comentários

  1. Muito bom esse capítulo e mais uma vez tenho que tecer muitos elogios a como você consegue deixar um personagem extramemtne tridimensional com poucos parágrafos.
    A história contada pelo Mako (e portanto digna de se suspeitar) foi muito bem bolada e apresentada, fazendo com que o leitor realmente se importe com ele.
    Um trabalho excelente.
    Meus parabéns!

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  2. Eu curti como o Mako foi trabalhado.

    Os seus personagens tem alma e isso é muito importante em um trabalho .

    Só falta o Zurgo.

    Vejamos como é a história dele.

    Parabéns!

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