Sobre:
Chegamos então ao segundo episódio de Solarion, dessa vez vamos falar um pouco mais de sua relação com Helena. Teremos toques de aventura, romance e até uma pitada de humor.
Espero que todo gostem.
Um abraço
Jeremias Alves Pires - O Autor
Sinopse:
💥✨ Solarion – Episódio 2: Rato na Festa ✨💥
Em meio ao caos de um casamento luxuoso, Helena luta para manter tudo sob controle enquanto lida com sua paixão secreta por José — que, na verdade, é o herói Solarion. Quando um amor do passado se transforma em ameaça, Tadeu revela-se o temido Homem-Rato, espalhando desespero e um exército de roedores. Entre bandejas voadoras, revelações emocionais e fugas alucinadas, o episódio entrega ação, romance e dor na medida certa — e deixa no ar o gosto amargo do que nunca foi dito. 💔
Rato na festa
Helena é uma perfeccionista nata. Organizar a festa de casamento para a qual foi contratada é quase uma guerra. Tudo precisa estar rigorosamente no lugar, rigorosamente cronometrado. Conforme os convidados vão chegando o salão vai ficando lotado, logo os recém casados vão chegar. Ela está nervosa, pois falta um garçom, e dentro de seu esquema, isso é o suficiente para que o caos possa acontecer.
— Calma, patroinha, tudo está ótimo! Tem comida até demais e o pessoal está dando conta! — Isadora, braço direito de Helena, tenta acalmar sua líder.
— Tudo pode acontecer Isa, tudo pode acontecer… Ele já tinha que estar aqui…
— Se estamos falando do José, será um milagre ele vir!
— Ele sempre faz isso comigo, não aguento mais!
— Sei, você queria ele “mais pertinho de você”, não é?
Helena fica vermelha, Isadora é sua amiga o suficiente para entender o que ela pensa ser um segredo de seu coração.
— Vou ligar pra ele de novo…
— Só pega leve e não grita feito uma doida.
— Por favor, Isa! É uma festa de casamento chique… Eu tenho classe…
Helena pega seu celular, disca o número de José e educadamente começa a falar:
— José?
— Alô, Helena?
— CADÊ VOCÊ, DESGAÇADO!!! TÁ VINDO DE RÉ, INFELIZ?!!!
— Calma, Lena… Cinco minutos e já estou ai?
— SE VOCÊ NÃO ESTIVER AQUI EM DOIS MINUTOS, SABE O QUE VOU FAZER, VOU TE VIRAR DO AVESSO, SEU FILHA DA…
— Helena… Olha o vexame… Tá todo mundo olhando seu piti… — Avisa Isadora.
Helena para por um instante, todo o salão está olhando para ela.
— Tá bom, meu amorzinho, vem devagar… — Ela diz a José desligando o celular, sorrindo para todos.
A festa volta ao normal, um garçom passa por Helena, ela apanha dois copos de cerveja e os toma de um gole só.
— Opa, opa… Pega leve amiga, lembra da última vez? Você jogou uma laranja no chão e disse “Eu escolho você, Pikachu” e passou a noite toda caçando pokemon… — Avisa Isadora.
— O José, me irrita muito…
— Como estão as coisas entre vocês? Ainda na zona da amizade?
— Nem isso, eu quase não o vejo e quando ele aparece, fico até de perna bamba…
— Isso já faz anos… Porque você não dá um ultimato nele, tenho certeza que ele também gosta de você… Aproveita hoje.
— Vou tamar mais uma, manda tocar uma moda daquelas de arrastar chifre no chão… Hoje vai ou racha… Nem que seja a cara dele…
Quase chegando ali…
Solarion pousa em um lugar seguro, onde ninguém o vê passar da sua forma de herói para a forma civil, tornando-se e o como sempre atrasado José. “Dessa vez ela me mata”, pensa José.
Pensar em Helena brava o faz sorrir, pois se lembra de suas bochechas vermelhas, dos olhos que mesmo queimando em fúria, não conseguem esconder toda ternura que sua alma possui. Ternura que envolve José, que o faz sonhar, talvez além do que possa ser permitido. Ele sempre se pergunta como seria se ela soubesse o quanto é importante para ele… Ele se apoia na desculpa da vida de super-heroi, mas na verdade a ama tanto que teme ouvir um não se desse um passo a mais, se tentasse terminar os braços mais longos e um beijo, ainda que curto… E se ela desfizesse o abraço com repúdio, e se a perdesse? Não podia arriscar, pois algumas vezes, muito pouco é bem melhor do que nada… Era bom demais ver Helena, simplesmente a ver. Fosse brava, fosse sorrindo, fosse como fosse, ele só precisava ver Helena, por um mero segundo que fosse.
Estava quase chegando a porta do salão, quando uma outra história atravessou seu caminho…
A limusine parou na porta do salão, Carlos e Clara descerem dela como se estivessem pisando em uma nuvem. Seguravam as mãos um do outro como se estivessem colando suas almas para nunca mais soltar. Foram recebidos com aplausos.Carlos se segurou, mas Clara chorou de alegria.
—Parabéns aos noivos!!! Realmente parabéns!!!
Todos olharam com revolta para o homem maltrapilho, fedido e bêbado que apareceu na porta.
— Tadeu? O que você está fazendo aqui? — Clara mal pode reconhecer seu ex-namorado.
— Seu infeliz… É muita ousadia sua…
Os convidados seguraram Carlos com muita força, o rapaz estava furioso ao ver seu antigo rival. Lembrando de tudo que ele já tinha feito para separá-lo de Clara. José vendo o tumulto que se formava, se escondeu atrás de ou poste, esperando que não tivesse que se transformar em Solarion.
— Você escolheu ele… Nós eramos amigos… Melhores amigos… — Tadeu babava, mostrando uma certa loucura, o que o tornava assustador.
— Você demorou… O Carlos apareceu e eu me apaixonei por ele… Ele é o homem que eu amo… Quero passar o resto da minha vida com ele… Você tem que aceitar… Aceitar e ir embora… Para sempre…
As lágrimas que rolaram pelo rosto de Tadeu cortaram o coração de todos, mesmo o de Carlos.
— Amigo! Eu sinto muito… Você tem que ir embora… — Disse Carlos cheio de compaixão.
Resignado, Tadeu se vira e dá alguns passos em direção a porta.
— Perdeu, seu otário!!! - Alguém grita e todos riem.
Aquelas risadas, o bater do coração contrariado… Tadeu gritou:
— Não!!! Se eu não vou ficar com ela, ninguém mais vai…
Do lado de fora, José vendo que a hora de agir havia chegado se transformava em Solarion. Quanto a Tadeu, o corpo tremia, os músculos se expandiam, o rosto ia abandonando a humanidade, assumindo a forma da cabeça de um rato. Tadeu revelou ser um neo-humano, que é como se chamam os super-seres daquele mundo fantástico, onde um homem podia mesmo voar. Tadeu havia se transformado no Homem-Rato.
O Homem-Rato avançou contra Clara. Solarion entrou como um raio e segura o Homem-Rato com um mata-leão.
— Calma ai, cara. Deixa ela ser feliz… Você não acha que ela merece?
Como se fosse uma serpente, a calda do Homem-Rato se enrola no pescoço de Solarion, suspendendo-o por alguns segundos e o jogando sobre uma mesa. As pessoas correm. Carlos abraça Clara, sabendo que nada pode fazer, pronto para morrer com seu amor.
— Para de estragar minha festa, seu rato sujo!!! — A corajosa Helena acerta o Homem-Rato com uma bandeja na cabeça.
Mostrando não ter mais nenhuma razão, o Homem-Rato rosna para Helena e se prepara para avançar sobre quem o quer impedir.
— Fica longe dela!!! — Solarion se descontrola por um segundo e esmurra o Homem-Rato.
O Homem-Rato atravessa a parede, indo parar num tipo de jardim, onde os noivos iriam fazer uma seção de fotos.
— Você tem que cair!!!
Solarion começa a socar o Homem-Rato, que vai andando para trás. O Homem-Rato dá uma cabeçada em Solarion, interrompendo sua sequência de socos e é ele quem começa a desferir uma sequência de socos, e um chute lateral, quase levando Solarion ao nocaute. Quem quer que fosse o humano adormecido dentro do Homem-Rato, ele tinha noções de luta.
Solarion percebe que não pode lutar de qualquer jeito, pois poderia ser derrotado e começa a gingar, desviando dos golpes do Homem-Rato e o acertando com seus chutes poderosos que fazem um zunido, terminado em um estouro quando acertam o Homem-Rato. Capoeira é uma verdadeira paixão para Solarion, sendo muito difícil vencê-lo quando recorre a ela.
Antes de ir finalmente a nocaute, o Homem-Rato emite um urro estrondoso. A super-audição de Solarion é então usada contra ele. A dor o faz ficar de joelhos e antes que possa fazer algo, um mar de ratos cobre seu corpo. O Homem-Rato foge, indo concluir seu verdadeiro propósito.
Solarion está desorientado, os ratos não o podem ferir, mas causam desespero, não podemos nos esquecer da humanidade do nosso herói. Helena surge para salvar o dia, munida de um extintor de incêndio.
— Anda logo, campeão, levanta! Com certeza aquele monstro foi atrás da moça…
— Obrigado, Helena! Te devo essa! — Solarion levanta voô, sem se dar conta do modo como falou.
— Oxiii… Como ele sabe meu nome? — Helena fica confusa, enquanto acompanha o rastro amarelo que Solarion deixa.
Enquanto isso, perto dali…
Carlos conseguiu chegar ao seu carro, empreendendo uma fuga veloz com Clara.
— Vai devagar… Nós vamos bater! — Pede Clara assustada.
— Você quer que aquele monstro nos alcance? — Responde o assustado Carlos.
De repente, diante do casal, surge uma muralha feita de ratos. Carlos freia, mas se choca contra muralha. O “air bag”, salva a vida dos dois, mas ao sair, estão diante do furioso Homem-Rato.
— Clara… Minha.. — O Homem-Rato dá uns passos na direção do casal.
— Por favor, me deixa em paz… Não me machuca…Eu sei que você não é um monstro… — Clara implora, tendo fé de que a alma de Tadeu ainda está por baixo do monstro.
— Clara… Nunca machucar… — Uma lágrima rola no rosto do monstro.
O monstro e Clara se olham por um instante. Ainda são os olhos de Tadeu.
— Fica longe, seu monstro!!! — Solarion soca o Homem-Rato para longe.
— Vem, vamos correr! — Carlos puxa Clara pelo braço.
Clara parte dando um último olhar para trás…
— Já chega dessa bagunça… Você tem alguma razão, eu vi… — Solarion tenta argumentar com o Homem-Rato.
— Não… Se mete… — com dificuldade o Homem-Rato responde.
— Eu sei que você a ama, mas amar e querer possuir não são a mesma coisa. Amor de verdade liberta, deixa ela ir…
O Homem-Rato para por um instante, tenta refletir. Pensar é muito difícil, quase impossível. Tem raiva demais em seu coração, dor demais… O Homem-Rato rosna, mais uma vez um exército de ratos começa a se juntar.
— Seu idiota, eu não queria chegar a esse ponto… — Solarion lamenta.
O exército de ratos vai se acumulando cada vez mais, logo Solarion vai ser coberto por eles. Solarion então concentra seu poder. Uma corrente elétrica percorre seu corpo, afastando os ratos. Ele voa um pouco e de seus punhos saem raios de luz que explodem ao acertar o Homem-Rato.
— Tadeu!!! — Clara que ainda estava por perto grita, quando depois de cair, o Homem-Rato volta a ser Tadeu.
Clara se solta de Carlos e corre até Tadeu.
— Não se preocupe, ele está vivo. Como ele é um neo-humano, vai se recuperar logo, mas vai ser preso… — Solarion acalma Clara.
— Querida, eu entendo… Ele é seu amigo… Mas nós temos que ir…
A bondade nos olhos de Carlos deixa claro o motivo pelo qual Clara se apaixonou. Ela se despede de Tadeu.
— Obrigada, você salvou nossas vidas! — Clara agradece a Solarion.
— Apenas sejam muito felizes. Adeus! — Solarion levanta voô.
Encontrando um lugar seguro, é hora de Solarion ir e de José Vir, ele precisa ver se Helena está bem.
— Helena! O que aconteceu aqui? Você está bem? — José pergunta a Helena, fazendo de conta que acabou de chegar, encontrando Helena arrumando a bagunça que ficou para trás.
— Agora, você chega agora!!! — Helena grita.
— Calma, Helena! — Tenta interceder Isadora.
— Calma o cacete, eu quase morri e onde esse cara estava, onde ele sempre está?!
— Eu estou aqui agora… É isso que importa…
— Vai embora… Some daqui… — Helena começa a chorar.
— Helena… Por favor… — A voz de José falha.
— VAI!!!! — Helena grita,virando as costas.
José se vai, perguntando-se quando ele vai ser o “Rato na festa”...
Continua..
2 Comentários
Muito bom!!!
ResponderExcluirRealmente, teve momentos de humor, pitada de romance e drama.
Curti tudo no episódio!
E o que mais curti, foi o fato que você trabalhou bem o fator psicológico de cada personagem, dando cara e alma a todos eles.
Mandou bem!
Muito obrigado, meu amigo! Estar fora da minha zona de conforto é meio "assustador", o apoio de vcs é fundamental.
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