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Bado de Alkor, o fantasma do norte (capítulo I)

 

    Olá a todos, esta é uma fanfic nova minha de Cavaleiros do Zodíaco, a respeito de algo que sempre me intrigou na saga de Asgard: além do Shido e da Hilda, os outros guerreiros de Asgard sabiam ou ao menos tinham suspeitas a respeito da existência do Bado de Alkor, o tigre das sombras? Será que em algum momento eles se deram conta de que há um elefante na sala, como diz um velho ditado? Espero que leiam e gostem. E sobre a história do MJ, digamos que ela está em paralisação de temporada. Depois a retomarei.

                                            Capítulo I - Os mistérios que a neve asgardiana oculta.

Asgard é um reino remoto situado no extremo norte da Europa, às margens do Oceano Ártico e próximo da costa setentrional da Noruega. Dada sua localização geográfica os invernos são muito rigorosos e escuros e isso impõe a seu povo nativo pesadas provações.

Com a conversão da Lituânia ao catolicismo apostólico romano em 1386 para poder selar uma união dinástica com a Polônia (união de Krewo), Asgard se tornou o último reduto pagão da Europa. Ou seja, o reino nórdico é o último bastião no qual os velhos deuses da Europa antiga e medieval ainda são amplamente cultuados por seu povo nativo. No caso, a fé politeísta ancestral outrora professada na Germânia até a virada do século VIII para o IX e na Escandinávia até os séculos X e XI, que tem o deus Odin (Wotan na Germânia) como deus supremo.

Tentativas por parte de diversos monarcas noruegueses de converter Asgard ao cristianismo tanto pela força das armas quanto pela atividade de missionários cristãos foram feitas entre os séculos XIII a XV, dentro do contexto das cruzadas do norte, episódio histórico pouco conhecido que foi levado a cabo por ordens militares germânicas como os Cavaleiros Teutônicos e exércitos escandinavos contra os povos ainda pagãos das áreas meridionais e orientais do Mar Báltico, incluindo as atuais Lituânia, Letônia e Estônia, e até mesmo contra estados cristãos ortodoxos advindos da fragmentação da Rus de Kiev a partir de 1054 tais como a Repúblicas de Novgorod.

Nesses enfrentamentos, um clã que se destacou foi a família Alberich. Durante a era viking (789 – 1066), os ancestrais dos Alberich viviam na atual Noruega, em uma região de fiordes não muito distante da atual Trondheim, e alguns de seus representantes cerraram as fileiras dos bandos vikings que atacaram locais como as ilhas Britânicas, a França, a Frísia (atuais Países Baixos) e a Ibéria.

Com a adoção do cristianismo a partir do reinado de Olaf Tryggvasson (r. 995 – 1000) na Noruega e as perseguições religiosas subsequentes, alguns dos Alberich lograram fugir a Asgard e lá se estabeleceram.

A linhagem dos Alberich em Asgard começa no século XI com Alberich I. Alberich I fugiu da Noruega, visto que não queria abandonar os velhos deuses nórdicos como Odin, Thor e Freiya em favor do Deus uno cristão, e se estabeleceu em Asgard por volta do ano 1050. Ele e tantos outros exilados vindos da Noruega se estabeleceram em Asgard nessa mesma época, buscando refúgio de perseguições religiosas e desejosos de manterem fiéis aos velhos deuses.

Com o tempo, Alberich I se casou com uma mulher local chamada Ingrid e estabeleceu linhagem em Asgard, e os Alberich se tornaram uma das famílias mais importantes e influentes do reino nórdico.

Um de seus descendentes, Alberich VII, comandou a defesa de Asgard contra os exércitos enviados pelo rei da Noruega Haakon IV Haakonson (r. 1217 – 1263) em 1252, nos marcos das já citadas cruzadas do norte. Em outras oportunidades posteriores a Noruega enviou exércitos para subjugar Asgard e converter o reino nórdico ao catolicismo romano, todas elas fracassadas graças à enérgica ação dos exércitos asgardianos, e quando estes falhavam no campo de batalha o poder ancestral dos guerreiros deuses de Asgard entrava em ação. Assim, os esforços para colocar Asgard sob a autoridade política do rei da Noruega e espiritual do Papa romano foram por água abaixo.

Depois, sob a monarquia dual dano-norueguesa (1537 – 1814), tentativas de converter Asgard também foram feitas, dessa vez ao luteranismo. Como se vê, a adesão dos reinos escandinavos à Reforma Luterana e o rompimento com o Papa não mudou em nada a situação de hostilidade destes para com Asgard. E em todos estes episódios históricos lá estavam representantes do clã Alberich na linha de frente da defesa de Asgard.

O atual representante da linhagem dos Alberich é o jovem Alberich XIX. Desde tenra idade Alberich mostrou inteligência fora do comum, verdadeiro ponto fora da curva que impressionou até mesmo seus pais e tios. Ele, entre outras coisas, já sabia manejar espadas com destreza e cavalgar com grande habilidade.

Certo dia de primavera, com a neve do inverno já parcialmente derretida, após um passeio a cavalo com os pais e outras pessoas próximas a sua família, Alberich sênior e sua esposa Greta, já dentro dos aposentos da mansão da família, resolveram mostrar as estrelas a seu jovem filho. Entre as estrelas, eles mostram primeiro o trio Lira, Águia e Cisne, cujas estrelas alfa são Veja, Altair e Deneb, respectivamente.

Mas a constelação que mais intriga e deixa o jovem Alberich curioso é a constelação da Ursa Maior. Alberich sênior aponta diretamente o dedo indicador na direção de um conjunto de sete estrelas conhecido como a Grande Caçarola. Elas são Dubhe a estrela alfa; Merak, a estrela beta; Fekda, a estrela gama; Megrez, a estrela delta; Alioth, a estrela épsilon; Mizar, a estrela zeta; e Benetnash, a estrela eta.

Segundo Alberich sênior, Dubhe aponta diretamente a Polaris, a estrela alfa da constelação da Ursa Menor. A Ursa Menor, desde tempos imemoriais, é a constelação protetora dos governantes de Asgard, os quais também exercem a função de representantes terrenos do deus Odin. Ele também conta que a Ursa Maior é a constelação que protege os Guerreiros Deuses de Asgard, os guerreiros que um dia, em uma hora de extrema necessidade, haverão de despertar para ajudar Asgard.

Dizem que o poder dos Guerreiros Deuses de Asgard, os quais vestem armaduras conhecidas como as robes divinas, é tamanho que eles são capazes de destruir montanhas, causar terremotos de alta magnitude e rasgar os céus. Dizem até que o poder dos Guerreiros Deuses se equipara ao de ordens de guerreiros como os generais marinas de Poseidon e os cavaleiros de ouro do Santuário de Athena.

Observando as estrelas, Alberich sente grande fascínio ao olhar diretamente para a estrela Megrez. Parece até que a estrela fala diretamente com ele. Segundo Alberich sênior, no dia em que Alberich nasceu a estrela Megrez emitiu um brilho forte e majestoso, cintilante e fascinante que lembra o da aurora boreal. No presente momento, parece até que Megrez tem algo a dizer ao jovem infante. Alberich sente isso no fundo de sua alma. O que será que isso significa? Talvez, só o tempo saberá responder a tal indagação.

Mas não foi só o brilho de Megrez que fascinou e intrigou o jovem Alberich. Outra estrela também lhe chamou a atenção é Mizar. Com seu olhar afiado e inteligência sem igual, Alberich logo descobriu que perto de Mizar há outra estrela. Ele pergunta ao pai sobre a estrela em questão. Segundo Alberich sênior, a estrela em questão se chama Alkor, e ela forma uma espécie de dupla ótica com Mizar. É uma estrela difícil de ser vista a olho nu, e apenas os olhares mais atentos conseguem observá-la.

Alberich então logo liga os pontos, e faz a seguinte pergunta ao pai, à primeira vista inusitada e despretensiosa: será que existe uma oitava armadura divina cuja estrela protetora é Alkor? Surpreso, Alberich sênior responde que não, que tal armadura não existe e que ele nunca ouviu falar de nada a esse respeito.

A resposta do pai não deixou Alberich nem um pouco satisfeito. Há um elefante na sala que ninguém vê, pensa ele. De alguma forma, ele intui que a conta não fecha.

Como um Alberich, o jovem Alberich tem acesso a manuscritos aos quais poucos têm acesso. Tais manuscritos estão no acervo da biblioteca particular da família. Um desses livros fala sobre os Guerreiros Deuses de Asgard. Lendo o livro na passagem sobre a armadura divina de Mizar, Alberich descobre uma passagem bem interessante, que diz respeito ao guerreiro deus de Alkor.

Segundo o livro, há rumores e boatos, até hoje nunca confirmados ou esclarecidos, de que desse oitavo guerreiro das sombras na verdade existe, e ele seria uma espécie de sombra do guerreiro protegido pela estrela Mizar. Ainda segundo os rumores, os dois guerreiros atacam juntos, mas só o guerreiro de Mizar aparece diante dos olhos do adversário. E os louros da vitória sempre ficam com o primeiro. A existência desse oitavo guerreiro seria algo tão secreto que apenas o governante de Asgard sabe, ainda segundo os rumores.

Tais rumores circulam em Asgard há muito tempo, e a maioria das pessoas, quando fica sabendo sobre estes, pensa que isso não passe de histórias que o povo inventa. Teorias da conspiração, por vezes. Mas esse não é o caso de Alberich. Para ele, esses rumores não surgiram do nada e no mínimo há um grão de verdade neles.

“Interessante, bem interessante, quer dizer então que esse é o segredo que os soberanos de Asgard há séculos escondem. O guerreiro das sombras de Alkor, o assassino das sombras que nunca aparece...”, diz Alberich após ler bem atentamente ao trecho em questão.


2 Comentários

  1. Grande Eduardo!

    Mais um novo projeto na Mindstorm.

    Fico feliz que tenha ha voltado a produzir, retratando novamente o universo de CDZ .


    Parabéns!

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  2. Você faz um apanhado histórico sobre Aasgard e depois, fala do interesse do jovem Alberich sobre Alkor, no que é rechaçado pelo pai.

    Enxergar além do óbvio sempre gera surpresas.

    Mas, creio que a insistência Alberich lhe dará grandiosas e poderosas descobertas.

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