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Lugi Ep 6

 




Capítulo 6 - Origami 

"Mesmo nas prateleiras quebradas da rotina, há quem esconda a chama de um herói — basta uma ameaça soar para que o ordinário revele o extraordinário." 









Anteriormente em Lugi:

O corpo do assaltante bateu contra a prateleira com tamanha violência que ela desabou inteira, e o choque gerou um efeito dominó. Uma a uma, as outras três prateleiras desmoronaram em sequência, espalhando produtos, estourando embalagens, latas rolando por todos os cantos.

Um silêncio tomou conta da loja.

Todos os clientes e até o chefe ficaram paralisados, sem acreditar no que acabaram de ver.

“Acho que exagerei,” falou Luís, pegando a salsicha que havia deixado no balcão antes de transformar o homem em “boneca humana”. Ele deu uma mordida, apreciando o sabor enquanto observava o estrago ao seu redor.

“Até que poderia ter sido pior,” comentou Origami, cruzando os braços, porém com um leve sorriso.

“Mandou bem,” ela completou.

Nesse instante, o chefe apareceu correndo, o rosto vermelho de raiva, gritando:

“LUÍS GUILHERME, VOCÊ DESTRUIU MINHA LOJA!”

“Calma, chefia, foram só umas prateleiras quebradas. Veja pelo lado bom: todos estão salvos, então… de nada,” respondeu Luís, dando de ombros.

“DE NADA? EU TINHA DITO ISSO MINUTOS ATRÁS, E ESSE FOI O PREGO NO SEU CAIXÃO, PORQUE VOCÊ ESTÁ DEMITIDO!” rugiu o chefe.

Luís encolheu os ombros e disse, sem perder a pose:

“Tá certo. Eu mesmo não gostava daqui, seu picareta! E, convenhamos, esses uniformes são ridículos.”

Ele começou a desabotoar a camisa do uniforme, arrancando-a com teatralidade. Os clientes que assistiam à cena ficaram boquiabertos, chocados ao vê-lo se “despir” do traje de trabalho. Origami, por sua vez, mordeu o lábio, tentando não olhar de maneira indiscreta.

Mas, para surpresa de todos, Luís revelou que estava usando uma roupa por baixo: uma camisa branca de linho, de gola simples e botões, que balançava levemente com a brisa. Sua calça social marrom-escura, de corte vintage e cintura alta, já o aguardava, sustentada por suspensórios marrons perfeitamente alinhados sobre a camisa.

Depois de trocar de roupa, Luís pegou o uniforme antigo e o arremessou em direção ao chefe enquanto passava por ele, dizendo:

“Chefia, tô pegando meu 13º salário com essas salsichas!”

Ele se aproximou da máquina, agarrou três salsichas crocantes e começou a comê-las, satisfeito, antes de sair da loja.

O chefe, visivelmente furioso, murmurou para si mesmo, analisando o caos em que sua loja se convertera.

Então ele se recompôs, virou-se para os clientes e tentou acalmar a situação:

“Pessoal, por favor, mantenham a calma...”

Enquanto isso, olhou para Origami e pediu:

“Origami, tem como ligar para a polícia e tentar limpar essa bagunça?”

Origami, fazendo sua carinha em estilo chibi, balançou a cabeça e respondeu:

“Foi mal, mas eu... me demito.”

“O-ó quê? Por quê?” — gaguejou o chefe.

“Isso não te interessa.” — retrucou ela, saindo do balcão e caminhando até a porta.

“Tenha um bom dia, seu Rodrigues.” — ela completou, já fora da loja.

Rodrigues, agora identificado como o chefe, ficou parado, vermelho de raiva e com a expressão mais amarga possível, observando a dupla sair e levando consigo a serenidade que restava.












A cena se abre com o céu tingido de tons alaranjados, marcando o final da tarde. A câmera passeia por algumas ruas da cidade, capturando o som distante de carros, pássaros e passos apressados.

Aos poucos, o movimento urbano vai ficando mais escasso. O caminho leva a uma rua tranquila e quase deserta, próxima de uma pequena praça arborizada. O som ambiente diminui. Tudo parece mais silencioso ali.

Nessa rua, destaca-se um muro alto e envelhecido, com marcas do tempo e pichações apagadas. Ele circunda um terreno baldio, tomado por mato alto e pedaços de madeira jogados ao acaso.

No topo do muro, deitado tranquilamente, está Luís. Ele veste as mesmas roupas elegantes de quando saiu da loja — camisa branca de linho, suspensórios, calça social.

Está com os olhos semicerrados, aproveitando o vento leve da tarde. Em uma das mãos, segura uma tangerina já quase terminada. Ele descasca e come os últimos gomos com calma, como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo.

O sol bate de lado, criando sombras longas e douradas sobre ele.

Por um instante, o mundo parece em paz.

Luís soltou um suspiro preguiçoso, deitando-se um pouco mais no muro, com o braço apoiado atrás da cabeça. O sol da tarde aquecia seu rosto suavemente.

Resmungou:

“E pensar que vou ter que ajeitar o currículo de novo e sair atrás de emprego... que saco.” — falou, se espreguiçando com um bocejo.

Olhou para o céu e completou com ironia:

“Até que esse último durou um pouco... uma semana e tanto.” — riu sozinho, balançando a cabeça.

“Enfim... a saga de CLT continua.”

Com isso, enfiou a mão no bolso e puxou uma folha dobrada e meio amassada. O título, escrito em letras grandes e tortas no topo era:

“Meus Empregos”

A câmera mostrava rapidamente a lista rabiscada:
1. Lavador de carros
2. Monitor de pula-pula
3. Entregador de panfletos com fantasia de frango
4. Chapeiro de food truck vegano
...
E até o número 27. Estoquista de loja de luminárias.

Luís puxou uma caneta do bolso da calça, suspirou fundo e escreveu embaixo:

28. Atendente de caixa no Mercadinho Rodrigues

Ao terminar, olhou para a lista por alguns segundos e comentou consigo mesmo:

“Acho que vou precisar de uma segunda página logo, logo...” — e guardou o papel com um sorriso debochado.

Luís terminava de guardar a folha amassada no bolso quando escutou passos suaves ecoando na calçada próxima.

Ele se virou devagar, curioso.

Lá vinha Origami, caminhando com tranquilidade e mãos para trás, como se estivesse apenas passeando.

Ela vestia uma blusa social branca de mangas curtas, com gola tradicional e botões alinhados. No pescoço, trazia uma fita vermelha amarrada em laço, que balançava suavemente com o vento. Sua saia azul de pregas ia até um pouco acima dos joelhos, e os meias brancas completavam o visual leve e colegial.
No cabelo, os dois clássicos prendedores azuis continuavam no mesmo lugar, reluzindo à luz do entardecer.

“Te achei,” ela disse, com um sorrisinho no rosto.

Luís ergueu a sobrancelha, sem sair da posição relaxada no muro:

“E aí, Origami...”

“Como me encontrou?” — perguntou, genuinamente curioso, coçando a cabeça.

Origami parou na calçada, cruzou os braços e respondeu com a maior naturalidade do mundo:

“A gente já veio aqui antes, lembra? Até demos umas trepadas aí nesse terreno abandonado... já se esqueceu?”

Luís congelou por um segundo, os olhos arregalados, e em seguida levou a mão à testa com um suspiro:

“Origami! Fala mais baixo! Vai que tem criança na praça!”

Origami deu uma risadinha com a mão na boca, fingindo inocência:

“Ué, só estou dizendo a verdade.”

Luís desviou o olhar, todo sem jeito:

“Às vezes eu acho que você fala essas coisas só pra me deixar desconcertado.”

“E às vezes eu acho divertido quando você fica vermelho.” — respondeu ela com um sorriso safado, se aproximando do muro.

Origami parou ao lado do muro, colocando uma das mãos na cintura e olhando pra cima com cara de poucos amigos.

“Desça logo daí, tenho um assunto a tratar com você.”

Luís, ainda deitado confortavelmente, bocejou e respondeu com preguiça:

“E por que eu tenho que descer? Você que quer conversar, então sobe você.”

Origami suspirou fundo, fechou os olhos por um instante… e abriu com aquele olhar travesso:

“Porque se eu subir, não vai ter conversa, Luís. Vai ter outra coisa.”

Luís engasgou levemente com o gomo de tangerina que ainda estava mascando e tossiu, sem graça:

“Aí, Origami! Tá maluca?”

“Tô falando sério,” continuou ela, agora com um sorriso sutil.
“Além disso… você sabe que quando eu quero, eu consigo. Mas se eu subir, talvez a gente nunca fale do assunto que eu vim tratar.”

Luís se sentou no muro, mais alerta:

“Tá, tá bom... já entendi que não vou ganhar essa discussão.”

Ele pulou com leveza do muro para o chão, limpando as mãos nas calças e encarando ela:

“Pronto, desci. Agora que me convenceu com ameaças e provocações — como sempre —... qual é o assunto?”

Origami deu dois passos à frente, encurtando a distância entre eles.

“Agora sim. Vamos andar um pouco. Te explico no caminho.”

Luís arqueou a sobrancelha, curioso, mas começou a acompanhá-la.

Origami caminhava ao lado de Luís pelas calçadas estreitas que levavam até a pequena praça ali perto. O local tinha um movimento calmo — algumas crianças brincando, idosos conversando, casais passeando de mãos dadas e o som distante de um artista de rua tocando violão.

Chegando perto de um dos bancos de madeira sob uma árvore, Luís se sentou primeiro, esticando as pernas com aquele típico ar de preguiça.

Mas Origami permaneceu de pé, com os braços cruzados e o olhar decidido.

“Fique aí. Vou comprar um crepe pra você.”

Luís se ajeitou no banco, surpreso:

“Hã? Nem precisa, Origami. Sério mesmo, nem tô com fome...”

Origami já estava de costas, começando a se afastar.

“Você nunca tá com fome, mas come mesmo assim. Aguarde.”

“Ei, mas—”

Ela ergueu a mão sem nem olhar pra trás, como quem diz "assunto encerrado."

Luís soltou um suspiro resignado e se recostou no banco, olhando ao redor da praça.

“Essa garota é impossível...” — murmurou, tentando esconder o sorrisinho bobo que surgia no canto da boca.

Enquanto aguardava no banco, Luís se espreguiçou mais uma vez, cruzou os braços atrás da cabeça e passou a observar o movimento ao redor da praça.

Uma senhora alimentava pombos, dois idosos discutiam sobre política com mãos agitadas, e mais adiante, um grupo de crianças jogava bola com entusiasmo, rindo alto e gritando comandos entre si.

Luís sorriu ao ver a energia dos pequenos.
“Ah... bons tempos de escola...”, pensou, nostálgico.

Foi quando um dos garotos deu um chute mais forte do que devia.

A bola voou direto em direção ao rosto de Luís com uma velocidade inesperada.

Mas, com reflexos quase sobrenaturais, ele ergueu a mão esquerda e agarrou a bola no ar, como um goleiro profissional.

As crianças congelaram por um segundo, surpresas com a defesa.

Luís segurou a bola com uma mão só, olhou pra ela, depois pras crianças e disse com um sorriso de canto de boca:

“É... ainda tô em forma.”

Com leveza, ele se levantou do banco e começou a fazer embaixadinhas — uma, duas, três, quatro — e, na última, lançou a bola de volta para as crianças com precisão.

A bola caiu certinho nos pés de um dos garotos, que olhou para Luís de boca aberta.

“Uaaau, moço! O senhor joga bem!”

Luís soltou uma risada leve.

“Senhor é teu avô, pivete.”

As crianças voltaram a jogar, agora olhando Luís com mais admiração.

Ele voltou a se sentar no banco, satisfeito.

“Pelo menos em bola eu ainda dou show...” — disse baixinho, com um sorriso relaxado.

Luís estava ainda com o sorriso no rosto depois da mini exibição com a bola, quando escutou uma voz atrás dele, suave e irônica:

“Gostei da exibição.”

Ele virou o rosto e viu Origami se aproximando com uma sacolinha em mãos e o olhar de quem viu tudo.

“Ah… aquilo?” — ele coçou a nuca, meio sem graça.
“Gosto de futebol e futsal… até acompanho de vez em quando na TV.”

Origami sentou-se ao lado dele no banco e, com um gesto casual, tirou da sacola dois crepes enrolados em papel manteiga, ainda soltando vapor.

“Então toma,” — disse ela, entregando um dos crepes a Luís.
“Comprei dois. Você vai precisar de açúcar depois de tanto movimento.”

Luís pegou o crepe e ergueu uma sobrancelha, desconfiado:

“É de quê esse?”

Origami deu um sorrisinho misterioso, encostando no banco de maneira relaxada:

“Só sei que vai gostar.”

Luís olhou para o crepe, deu uma mordida... e seus olhos brilharam na hora.

“Chocolate.” — murmurou com a boca ainda cheia, balançando a cabeça com aprovação.

Origami apoiou o cotovelo no encosto do banco e descansou o rosto na mão, olhando pra ele com leveza.

“Sabia.”

Luís engoliu e olhou de lado:

“Você me conhece bem demais às vezes. Isso é perigoso.”

“É por isso que eu sou sua Origami.” — disse ela, piscando com um olhar provocativo.

Luís terminou de comer o primeiro crepe e já começou a devorar o segundo, lambendo os dedos com cuidado para não perder o sabor.

Com a boca ainda cheia, perguntou, meio desconfiado:

“Quanto eu te devo?”

Origami riu, balançando a cabeça.

“Já disse, não precisa me pagar.”

Luís insistiu:

“Eu só quero saber, pra próxima vez eu já ir preparado.”

Ela cruzou os braços, fingindo pensar, e respondeu com um sorriso malicioso:

“Ok, foi... 15 reais.”

Luís arregalou os olhos, fingindo estar chocado:

“15 reais? Caro pra um crepe.”

Origami deu um sorriso divertido, mas o clima ficou mais sério quando ela mudou o tom.

Ela puxou um pouco a blusa, ajeitou o cabelo, e falou com firmeza, olhando diretamente nos olhos dele:

“Eu queria voltar com você, Luís. Voltar com nosso relacionamento.”

Luís engoliu em seco, desviou o olhar por um instante e respondeu, tentando manter a voz firme:

“Não vai dar, Origami.”

Origami ficou imóvel por um momento, o sorriso se esvanecendo.

“Por quê?” — perguntou baixinho, quase um sussurro.

Luís suspirou, encarando o horizonte da praça.

“A gente tentou antes... e não funcionou. Não agora, pelo menos.”

Ela olhou para ele, sem saber o que dizer, enquanto o vento mexia os cabelos.

Origami franziu a testa, o rosto tomando uma expressão shibi, quase triste.

“Não entendo por que você diz isso,” falou, com a voz baixa, quase um sussurro.

Luís desviou o olhar, mexendo nos dedos, tentando escolher as palavras certas.

“Origami, não acho que dá certo... é mais como um caso de uma noite, sabe?”

Ela ergueu o queixo, os olhos brilhando de leve irritação.

“Não dá certo? Você tá vendo só o seu ponto de vista.”

Luís respirou fundo, sentindo o peso da conversa.

Luís baixou o olhar, a voz calma, quase resignada.

“Bom, acho que, desde o início, pra mim foi caso de uma noite... só curtir o momento.”

Origami ficou em silêncio por alguns segundos, sentindo a dor nas palavras dele.

Depois, virou o rosto para o lado, tentando esconder a emoção.

“Entendo...” murmurou, com a voz trêmula.

Origami murmurou, quase inaudível:

“Mas não vou desistir de você.”

Antes que Luís pudesse responder, um estrondo de gritos e correria tomou conta da praça.

Eles se viraram rapidamente e viram várias pessoas fugindo, desesperadas, enquanto eram atacadas por um grupo de homens estranhos.

Treze figuras sinistras, todos usando capacetes em forma de sino, com aparência ameaçadora.

A maioria dos sinos era prateada, exceto um, que brilhava em dourado, destacando-se dos demais.

Seus uniformes eram uma combinação de tecidos justos em tons de cinza claro nas mangas e ombros, e preto no tronco e na saia frontal.

No peito, um padrão geométrico vermelho, prata e branco formava um “V” invertido.

Na parte inferior frontal da túnica curta, havia um brasão circular com um símbolo que lembrava um crânio ou uma criatura mítica, com contornos simétricos, reforçando o ar ameaçador.

Todos usavam luvas pretas justas que se estendiam até os antebraços, e botas pretas de cano médio.

Cada um deles empunhava uma arma única: um rifle-lança futurista, prateado com detalhes em preto e partes destacadas em dourado e vermelho, como botões e guarnições.

A tensão na praça crescia conforme esses homens avançavam, imponentes e organizados.

“Que porra é essa?” — falou Luís, levantando-se lentamente, ao lado de Origami.

Ela pegou sua mão com firmeza e respondeu com urgência:

“É melhor a gente sair daqui logo!”

Enquanto isso, os homens sinos avançavam, destruindo tudo ao redor, atacando pessoas, espalhando o caos pela praça.

O sino dourado, destacado entre eles, ergueu a cabeça e observou atentamente.

Seus olhos atravessaram a confusão até perceberem um brilho diferente — um traço de energia sentai.

Ele falou com voz grave, para os demais:

“Vejo um traço de energia sentai... algum daqueles humanos tem um anel!”

Origami apertou a mão de Luís e puxou ele para correr entre as pessoas, tentando escapar do perigo iminente.

Após o homem sino dourado falar aquelas palavras, ele ergueu o braço e, com um gesto firme e autoritário, ordenou aos demais:

“Peguem todos, sem nenhuma exceção! Um deles tem um anel, disso tenho certeza!”

Os outros homens sinos responderam com um grito de guerra e avançaram com ainda mais agressividade, espalhando destruição por onde passavam, atacando pessoas, carros e qualquer coisa que estivesse ao alcance.

Enquanto Luís e Origami corriam pela praça tentando escapar, de repente, ficaram cercados por três homens sinos, que fecharam o cerco rapidamente.

Sem hesitar, Origami posicionou-se na frente de Luís, pronta para protegê-lo.

O primeiro homem sino avançou com um golpe forte de seu rifle-lança, mirando diretamente em Origami.

Ela desviou agilmente, rodopiando para o lado e, com um chute rápido, acertou a perna do agressor, derrubando-o no chão.

Sem perder tempo, aproveitou que o inimigo estava desequilibrado e com um movimento ágil aplicou um golpe no rosto dele, nocauteando-o.

Enquanto isso, Luís encarava outro homem sino que se aproximava com a arma levantada, pronto para atacar.

Luís tentou se defender, bloqueando o golpe com o braço, mas o inimigo era forte e seu rifle-lança parecia mais uma lança do que um rifle.

Quando o homem sino levantou a arma para um golpe mortal, prestes a atingir Luís na cabeça, ele se abaixou rapidamente, segurou o braço do agressor e, com força, puxou-o para perto.

Num movimento rápido, Luís agarrou o homem pelo pescoço e, com a outra mão, o empurrou para trás, fazendo-o desequilibrar.

Aproveitando a distração dos outros dois sinos, Luís puxou Origami e juntos correram até um canto atrás de uma parede próxima.

Escondidos, eles ficaram imóveis enquanto os homens sinos passavam correndo, vasculhando o local e falando entre si.

Após alguns segundos de tensão, eles ouviram os passos e os gritos se afastando.

Respirando fundo, Luís apoiou as costas na parede, tentando recuperar o fôlego.

Origami olhou para ele, a respiração ofegante, mas os olhos brilhando de determinação.

Origami apertou com força a mão de Luís, os olhos fixos nos dele.

"Fique aqui. E se esconda," disse com firmeza.

"O quê? O que você vai fazer?" — perguntou Luís, tentando puxá-la de volta.

"Não faça loucura, mulher!"

Ela lançou um olhar afiado, mas carregado de uma confiança inabalável.

"Confie em mim. Não sou burra de fazer algo assim."

E sem que ele sequer percebesse de onde ela tirou, Origami puxou um anel dourado robusto, com detalhes reluzentes e no centro o símbolo do Patren 1gou, perfeitamente entalhado.

Luís ficou boquiaberto.

"O quê...? O que é isso? Que merda tá acontecendo?" — murmurou ele, visivelmente perdido.

Origami começou a se levantar, pronta para deixar seu esconderijo, mas antes de sair, virou-se e encarou Luís uma última vez.

"Não morra. Ouviu bem?" — disse com um tom mais sério do que nunca.

Luís hesitou por um instante, a voz engasgando na garganta.

"Digo... digo o mesmo pra você. Seja lá qual for essa sua loucura."

Ela apenas acenou de leve com a cabeça e desapareceu entre os escombros e corredores da praça devastada.

Segundos depois, já à vista dos homens sinos, ela ergueu o braço com o anel em evidência e gritou com toda força:

"Aí! É isso que vocês querem?" — provocou, balançando o anel no ar.

Os soldados imediatamente pararam tudo o que estavam fazendo. O sino dourado virou-se abruptamente em sua direção.

"PEGUEM O ANEL!" — rugiu ele.

E como uma matilha faminta, os homens sinos avançaram com tudo para cima dela.

Origami estreitou os olhos.

"Parece que sim..." — murmurou, enquanto firmava os pés no chão.

Com o anel na mão esquerda, ela ergueu o punho e bradou com firmeza:

"INSERIR!!"

No mesmo instante, uma luz intensa brotou em sua mão direita, formando em segundos um cabo prateado, com detalhes modernos, futuristas, e uma lâmina azul retraída.

No topo do cabo, um encaixe circular aguardava.

Sem hesitar, ela encaixou o anel no cabo e girou.

Uma voz grave e eletrônica, com aquele eco característico de narradores de Super Sentai, soou no ar como uma trombeta de transformação:

 “Tega Sword ativada. Sentai Ring inserido.”



Logo em seguida, uma música tema intensa e animada explodiu no fundo — uma mistura de ritmo heroico com sintetizadores vibrantes.

Os soldados hesitaram por um instante, surpresos com a luz e o som. Mas o sino dourado gritou:

"PEGUEM O ANEL!!!"

Origami sorriu com um canto da boca, desviando agilmente dos ataques enquanto batia palmas de forma ritmada — uma, duas, três, quatro, cinco!

Na quinta palma, seu corpo foi envolvido por uma onda de brilho vermelho intenso.

Um dos homens sinos que tentou acertá-la foi lançado violentamente para longe, repelido pela força da transformação.

E então, quando a luz finalmente se dissipou…










Após a intensa explosão de luz vermelha, a figura de Origami finalmente se revelou — completamente transformada.

Seu capacete era imponente, totalmente vermelho, com um visor espelhado escuro cobrindo toda a parte frontal, ocultando completamente os olhos e qualquer expressão facial. Na parte superior do capacete, havia uma espécie de “toca” preta, lembrando os bonés formais de polícia, e bem ao centro dela, reluzia um brasão dourado em relevo — símbolo de justiça e autoridade. O formato aerodinâmico e arredondado do capacete passava segurança e força, como se fosse resistente até a balas.

O tronco do uniforme, de coloração branca, exibia faixas geométricas vermelhas que contornavam todo o peitoral e desciam em um elegante “V” invertido até a cintura. Em cada ombro, destacavam-se ombreiras rígidas e anguladas, inteiramente vermelhas, simulando uma leve armadura que protegia sem atrapalhar os movimentos.

Os braços eram brancos até a altura dos antebraços, onde faixas largas e vermelhas criavam o visual de braceletes resistentes. Acima disso, manoplas vermelhas cobriam a parte inferior dos braços e conectavam-se com luvas brancas, firmes, impecavelmente ajustadas.

Na cintura, um cinto cinza-escuro com fivela retangular dava suporte para possíveis acessórios de combate. Logo abaixo, uma “saia-armadura” vermelha curta envolvia a parte superior das coxas, lembrando uniformes táticos com um toque elegante e funcional.

As pernas eram ajustadas com tecido vermelho intenso, moldando-se com precisão ao seu corpo. A partir das canelas, proteções brancas em formato de “V” sobrepunham o vermelho, criando um visual de impacto, firmeza e proteção. As botas, também vermelhas, de cano médio e sola antiderrapante, completavam o traje com design moderno e eficiência prática.

Detalhes em vermelho e branco cruzavam todo o traje em padrões geométricos simétricos, reforçando a estética de organização, estratégia e disciplina.

No braço direito, a Tega Sword estava firme, encaixada como uma extensão natural de seu corpo, pronta para o combate.

E então, com a poeira baixando e o brilho sumindo por completo, a voz que parecia vir do próprio céu — a mesma que anunciara a ativação do anel — bradou com força:

 “PATREANGER...! PATREN 1GOU!!”



Os homens sinos recuaram por um breve instante, surpresos com a transformação repentina e com a presença da guerreira agora à sua frente.

Origami, com a espada em punho, fitou o inimigo com determinação.
Ela estava pronta.

E Luís, escondido atrás do pilar, viu tudo com olhos arregalados.

"Mas que porra foi essa...?" — murmurou ele, totalmente chocado.

Origami plantou os pés no chão, a mão firme na Tega Sword, corpo levemente curvado para frente, em pose de combate. O brilho da armadura ainda cintilava sob a luz da tarde, e seus olhos por trás do visor estavam fixos como lâminas.

O sino dourado rugiu com raiva:

 "NÃO RECUEM, MERDA!! ATAQUEM E A DERRUBEM! PEGUEM O ANEL!!"

Com o grito de ordem, os homens sinos avançaram. Seus passos eram pesados, sincronizados, pareciam um exército blindado marchando com fúria. Seus rifles-lança tilintavam em metal, prontos para atacar de perto e de longe.

Origami fez girar a Tega Sword com um movimento de pulso e respirou fundo.

"Vamos dançar."







Continua.....



Notas do autor:

Desculpa pela demora aí, enfim, esse é o último episódio que eu já tinha pronto, a partir do próximo será totalmente inédito. Eu espero de verdade que alguém acompanhe esses capítulos. Não sei se é só comigo, mas quando escrevi esses finais, coloquei como trilha a música de encerramento de Gozyuger, Be-lie-ving.

Ah, e se você percebeu no episódio e já conhece a regra, já sabe o que vai acontecer: sempre que aparece um Patranger, logo em seguida surge um Lupinranger. 

Bom, é isso! Muito obrigado por ler e espero te ver mais vezes por aqui. Se quiser comentar qualquer coisa, sinta-se à vontade  vocês é que mandam nessas áreas.





8 Comentários

  1. So queria entender para me localizar, tirando o primeiro capítulo, que me surpreendeu e que curti muito, o restante dos capítulos estão me parecendo que você está transpondo os capítulos do atual sentai para um cenário brasileiro. Seria isso?

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    1. Pelo que entendi, prezado Norberto, os capítulos são desconexos entre si e vão se afunilando em determinado ponto da narrativa para a verdadei6a história.

      E pelos capítulos que li, a historia se passa numa realidade alternativa do Brasil, onde universos diferentes de animes e tokusatsu são parte da mesma realidade.


      Espero ter ajudado.

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    2. Oi, Noberto! Valeu pelo comentário mano.
      Sobre a sua pergunta: eu ia colocar a explicação do país, mas já adianto aqui pra vocês, nesse universo paralelo, o Brasil foi colonizado pela Suécia e acabou se tornando uma potência mundial. Além disso, ele ocupa uma área territorial bem maior, alguns quilômetros a mais do que conhecemos.

      Espero que tenha entendido e que continue acompanhando e se viu essa resposta, me dá um retorno, porque às vezes fico pensando que ninguém leu kkk

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    3. Jirayrider_Decade, que comentário bom! É muito bom ter um leitor e autor como você, que entende e acompanha

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  2. O episódio foi surpreendente.

    Primeiro.mostrando a relação de idas e vindas de Origami e Luiz.

    Era queria romance.
    Ele, algo casual.

    Da metade pra frente, a revelação!

    Diante dos Homens Sinos, Origami surpreende e se torna uma Paturanger!

    Fiquei besta!


    Vejamos como esse capítulo se conectará com a historia do prefeito Issei.


    Parabéns

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  3. Gigante Jirayrider_Decade mais um belo comentário e prefeito Issei vai chegar mais antes tem que estar o terreno pronto.

    E para a duplinha Lupinranger para contratar com Origami nesse mini arco vai ser uma trombadinha kkk e com Luís também

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  4. "Oi, Noberto! Valeu pelo comentário mano.
    Sobre a sua pergunta: eu ia colocar a explicação do país, mas já adianto aqui pra vocês, nesse universo paralelo, o Brasil foi colonizado pela Suécia e acabou se tornando uma potência mundial. Além disso, ele ocupa uma área territorial bem maior, alguns quilômetros a mais do que conhecemos.

    Espero que tenha entendido e que continue acompanhando e se viu essa resposta, me dá um retorno, porque às vezes fico pensando que ninguém leu kkk"
    Em resposta: Eu gostei da ideia de mundo paralelo, apesar de não ter visto nenhuma referência à Suécia e como essa diferença afetou os dias atuais da história, ou porque os episódios parecem ser uma versão dos episódios do sentai atual, o Number 1 Sentai Gozyuger.

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  5. Opa, Noberto, ainda não mostrei detalhes específicos do país porque a história está no começo porém, já houve algumas interferências, como nos nomes dos lugares, na própria capital e até nos episódios. A trama também vai ter um entrelaçamento com alguns plots de Gozyuger, mas com as minhas próprias interpretações. Inclusive, um dos plots está relacionado a uma pequena gravura do epílogo da história, espero desenvolver bem e que vocês gostem

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