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Agente 088

 



Capítulo 2 - Lembranças do Passado 

Anteriormente em Angete 088:


Caso 0 – Ai Hoshino:


E por um instante, havia apenas o vento passando pelas janelas quebradas… e os dois.


Ai encarou Izuku. Ele encarou Ai. Eles não falavam nada — mas falavam tudo com os olhos.


Ela não sabia por quê… mas seu coração batia rápido, estranho, quente. Como se estivesse tentando dizer algo que ela não entendia. E Izuku… mesmo com toda a frieza, disciplina e treinamento, sentia algo se desfazendo dentro dele. Como se aquela garota estivesse mexendo em partes dele que ele nem lembrava que tinha.


O clima entre eles se tornou denso.


Caloroso.


Suave.


A meia-lua brilhava atrás, mas… de forma imperceptível, sua luz começou a mudar. Primeiro um tom rosado. Depois um laranja profundo. E então…


… um vermelho carmesim forte e estranho.


Mas nenhum dos dois notou.


Izuku deu um passo à frente.


Ai deu um passo à frente também, sem perceber que estava acompanhando o movimento dele.


Os rostos se aproximaram.


As respirações se misturaram.


A distância entre eles virou quase nada.


O coração de Ai bateu mais rápido.


O de Izuku também.


A boca dela entreabriu.


A dele também.


Um quase toque.


Quase um beijo.


Quase o início de algo que nenhum dos dois sabia nomear.


Quando faltavam milímetros—


TÁÁÁÁÁÁÁÁ–N!

TÁÁÁÁÁ–N!

TÁÁÁÁÁ–N!


Um alarme estridente cortou a cena inteira como uma navalha.


A visão ficou branca por um segundo — e o som de metal batendo ecoou junto.


De repente, uma cama de solteiro apareceu. Bagunçada. Com o lençol meio caído. A luz fraca de um abajur amarelado iluminava o quarto estreito e simples.


Na cabeceira, um telefone vibrava com o alarme ativado, junto com alguns objetos.


Izuku acordou com um pulo tão brusco que caiu direto da cama no chão, batendo o ombro no piso frio.


“Hgh—!!”


O coração ainda batia como se estivesse numa guerra. A respiração presa. O suor frio descendo pelo pescoço.


Ele olhou ao redor, confuso, tentando entender o que… foi aquilo.


E o alarme continuava tocando.











O alarme continuava gritando, impiedoso, vibrando na cabeceira como se quisesse arrancá-lo daquele estado entre sonho e realidade à força.


Izuku gemeu baixo.


O corpo inteiro doía — não de verdade, mas como se ainda carregasse o impacto da queda, da luta, do peso que ele havia usado para proteger alguém que… não estava ali.


Ele rolou de lado no chão frio, apoiou uma mão no colchão e puxou ar com dificuldade, reunindo forças como se tivesse acabado de sair de um combate real.


“Droga…”


O som do alarme parecia atravessar sua cabeça.


Com um movimento lento, quase desajeitado, ele esticou o braço e bateu a mão na cabeceira até encontrar o aparelho. Errou uma vez. Depois outra. Até que, com um toque mais firme—


CLIC.


O silêncio caiu pesado no quarto.


Izuku ficou ali por alguns segundos, respirando fundo, o peito subindo e descendo rápido demais. O suor escorria pela têmpora. Seus olhos verdes encaravam o teto branco manchado por pequenas rachaduras quase invisíveis.


Ele piscou.


Uma vez.


Duas.


O teto continuava ali.


Não havia lua vermelha.

Não havia galpão.

Não havia Ai.


Aos poucos, a tensão foi se dissipando, dando lugar a um cansaço profundo, quase esmagador.


Izuku passou a mão pelo rosto e soltou um suspiro longo. Então virou a cabeça, ainda deitado no chão, e olhou para debaixo da cama.


Ali, meio escondidas na sombra, estavam algumas caixas de papelão gastas, empilhadas sem muito cuidado. Dentro delas, ele sabia, havia coisas que não usava mais… e coisas que nunca conseguiu jogar fora.


Entre as caixas, algo chamou sua atenção.


Um pequeno quadro de foto.


A moldura era simples, escura, quase invisível naquele canto. Ele não conseguia ver a imagem dali — apenas sabia que estava ali. Sempre esteve.


Izuku desviou o olhar.


Como se encarar aquilo fosse abrir algo que ele não tinha forças para enfrentar naquela manhã.


Ele se sentou devagar, encostando as costas na lateral da cama. O movimento revelou melhor suas roupas de dormir.


Ele usava uma regata azul já um pouco gasta pelo tempo, confortável, larga o suficiente para não apertar o corpo. No centro da camisa, um círculo amarelo chamava atenção, e dentro dele, rabiscado em estilo grafite preto, estava o número 88 — irregular, quase como se tivesse sido desenhado à mão.


Era simples.

Mas dizia muito.


Abaixo, ele usava um shorts escuro comum, nada especial. Pés descalços tocando o chão gelado.


Quando se levantou por completo, o quarto se revelou inteiro.


Pequeno.


Apertado.


Funcional.


Uma cama de solteiro ocupava boa parte do espaço, com lençóis bagunçados e um travesseiro torto. Na cabeceira, além do despertador agora silencioso, havia poucos objetos: um celular, um caderno fechado, uma caneta, e um pequeno porta-trecos metálico onde ele deixava coisas importantes demais para perder.


Na parede ao lado, uma janela estreita deixava entrar a luz fraca da manhã. Uma cortina branca e azul balançava levemente com a brisa, filtrando o mundo lá fora e jogando sombras suaves pelo quarto.


Nada luxuoso.


Nada heroico.


Izuku passou a mão pelos cabelos verdes bagunçados e ficou parado por um instante, sentindo o peso estranho no peito.


O sonho ainda estava ali.


Vivo demais.


Real demais.


Ele fechou os olhos por um segundo.


E, sem perceber, a imagem voltou à sua mente.


Os olhos dela.

A voz.

O jeito como ela respirava quando estava com medo… e segura.


Izuku abriu os olhos de novo, encarando o quarto silencioso.


“…Foi só um sonho.”


Mas, no fundo, algo dentro dele sabia.


Aquilo… não parecia apenas um sonho.


Izuku permaneceu parado por alguns segundos, sentindo o silêncio do quarto pesar sobre ele. O coração já não batia como antes, mas algo ainda ecoava dentro da cabeça — imagens, sensações, o calor de braços que não deveriam existir quando ele estava acordado.


“Não foi só um sonho…”


A frase escapou em voz baixa, quase um sussurro culpado.


Como se tentando provar o contrário, ele levou a mão ao próprio braço e se beliscou com força.


“Ah—!”


A dor veio real. Ardida. Inquestionável.


Izuku soltou um suspiro misto de alívio e frustração, passando a mão pelo local avermelhado.


“Uma bênção… e uma maldição.” resmungou.

“Sonhos lúcidos.”


Ele pegou o celular na cabeceira com movimentos lentos, como se o corpo ainda estivesse pesado demais para obedecer. A tela acendeu, clara demais para seus olhos recém-despertos.


06:00.


Seis da manhã.


Izuku fechou os olhos por um segundo, inclinando a cabeça para trás, apoiando-a na lateral da cama. O colchão ainda parecia convidativo demais. Quente. Confortável. Seguro.


Ele olhou para a cama.


Depois para o travesseiro.


Depois para o lençol amassado.


“…Só mais cinco minutos…”


O corpo inteiro implorava por isso. Os ombros caídos. As pernas pesadas. A mente exausta, mesmo após horas de sono. Era como se ele tivesse passado a noite inteira lutando de verdade.


O que, de certa forma, tinha.


Izuku balançou a cabeça, forçando-se a sair daquele torpor. Olhou para o chão ao lado da cama, o piso frio esperando por ele sem piedade.


“Levanta.” murmurou para si mesmo.

“Só… levanta.”


Ele se deixou escorregar para o chão, apoiando as mãos no piso. A posição parecia simples. Familiar. Algo que ele já havia feito centenas de vezes antes… pelo menos em sonhos.


Izuku esticou as pernas para trás, alinhou o corpo, braços firmes no chão.


“Uma flexão.” disse em voz baixa.

“Só uma.”


Ele inspirou fundo.


Desceu o corpo devagar… os braços tremendo quase de imediato. O peito se aproximou do chão, os músculos queimando de um jeito nada heroico, nada glorioso.


“Vai… vai…”


Tentou empurrar o corpo de volta para cima.


Mas não foi.


Os braços falharam.


O corpo cedeu.


THUD.


Izuku caiu de peito no chão, soltando o ar dos pulmões de uma vez.


“Gh…”


Ele ficou ali por alguns segundos, o rosto virado para o lado, respirando pesado. O chão estava frio contra a pele quente. O contraste era humilhante.


Izuku soltou uma risada curta, sem humor algum.


“No sonho eu derrubo homens armados…” murmurou, com a voz abafada pelo piso.

“…na vida real eu não consigo nem uma flexão.”


Ele fechou os olhos, sentindo o peso da própria realidade cair sobre ele com a mesma força do corpo no chão.


Heróis não caem assim.


Mas Izuku…


Izuku sempre caía.


Izuku desperta de uma vez, como se o próprio corpo tivesse decidido por ele. O impulso o faz se sentar rápido demais, o ar entrando curto pelos pulmões, os músculos ainda tremendo pela tentativa frustrada de flexão. Ele passa a mão pelo rosto, esfregando os olhos, e solta um suspiro baixo, irritado consigo mesmo. Ainda havia aquele peso estranho no peito, como se algo invisível o empurrasse para baixo.


Ele se levanta devagar e ajeita a cama de solteiro com cuidado quase automático, esticando o lençol, alinhando o travesseiro, como se organizar aquele pequeno espaço fosse uma forma de organizar a própria mente. O quarto continua silencioso, pequeno, simples, familiar demais. Antes de sair, ele para.


Izuku caminha até a janela e puxa a cortina branca e azul. A luz da manhã invade o quarto sem pedir licença. Ele abre a janela e observa por alguns segundos o movimento da rua lá embaixo, carros passando, pessoas apressadas, o prédio em frente refletindo o começo de mais um dia comum. Tudo seguia normal demais para alguém que sentia o mundo girar errado dentro do peito.


Ele se vira e vai até o guarda-roupa. Abre uma das portas, revelando o interior modesto: camisas dobradas de forma simples, algumas camisetas gastas, um casaco pendurado, calças organizadas sem muito critério, meias empilhadas em um canto. Nada fora do lugar. Nada fora do comum.


Entre as roupas, ele puxa um caderno grande. Na capa, preso com fita adesiva já amarelada, havia um papel escrito à mão: “Anotações dos meus sonhos”. Logo abaixo, em letras um pouco tortas, estava escrito Izuku Midoriya. Ele pega também uma caneta azul, segurando tudo com a mão esquerda, pronto para fechar o guarda-roupa.


Então algo escorrega.


Um som seco toca o chão.


Izuku congela.


Ele fecha o guarda-roupa sem perceber, coloca o caderno e a caneta sobre a cama e se agacha lentamente. No chão, uma foto antiga. Ele a pega com cuidado, como se fosse frágil demais para existir.


Na imagem, havia um Izuku criança, sorrindo largo, vestindo uma fantasia simples de herói, os olhos brilhando de esperança. Ao lado dele, uma mulher de camisa amarela o abraçava forte, sorrindo também, como se aquele pequeno mundo fosse perfeito. Inko.


O nó na garganta vem rápido demais.


O peito aperta.


As mãos tremem.


A lembrança não pede permissão.


Tudo começou naquele dia.


Izuku tinha apenas quatro anos quando segurava com força a mão da mãe na sala de espera do consultório. As cadeiras frias, o cheiro de hospital, o som distante de passos e vozes abafadas. Inko sorria para ele, mas o sorriso era tenso, carregado de uma preocupação que Izuku ainda não sabia nomear.


Ela tinha os olhos verdes cansados, o cabelo verde liso na altura dos ombros preso em um pequeno rabo de cavalo na nuca. Vestia um cardigã rosado de mangas compridas e uma saia azul-escura acima do joelho. Parecia tentar ser forte por dois.


Izuku, com o cabelo verde rebelde e sardas em forma de diamante no rosto, balançava os pés inquietos. Usava shorts cinza, uma camiseta vermelha com a imagem do All Might estampada no peito, tênis vermelhos e segurava com orgulho um boneco do seu herói favorito.


“Mamãe acha que eu tenho uma Individualidade incrível pra ser um herói como o All Might”, ele disse, a voz cheia de entusiasmo, os olhos brilhando como se o futuro já estivesse garantido.


Inko apertou a mão dele um pouco mais forte.


“Tenho certeza de que você vai ser incrível, Izuku. Só precisamos esperar chamarem a gente”, respondeu, tentando conter o medo que crescia dentro dela.


A voz da enfermeira ecoou pela sala.


“Família Midoriya, por favor, venham ver o Dr. Garaki.”


O coração de Izuku acelerou. Inko se levantou, puxando-o suavemente pela mão, e os dois entraram no consultório.


O médico era baixo, robusto, com um bigode grande e óculos redondos pretos. Usava camisa social e gravata, mas seu olhar era distante, quase entediado.


“Sente-se”, ele disse, sem levantar muito a cabeça.


Izuku obedeceu, balançando as pernas, enquanto Inko se sentava ao lado dele.


“Qual é o problema?”, perguntou o médico, em um tom frio demais para alguém falando de uma criança.


Inko sentiu o estômago revirar.


“O problema é que todas as outras crianças do jardim de infância já manifestaram suas Individualidades… menos o meu filho”, respondeu, tentando manter a voz firme.


O médico soltou um suspiro longo, quase irritado.


“Vamos fazer um raio-X do pé dele.”


Izuku não entendeu muito bem, mas obedeceu. Minutos depois, eles voltaram à sala. A imagem do pé aparecia na tela do computador, ampliada, clara demais.


Inko se inclinou para frente.


“Então… o que há de errado com meu filho?”, perguntou, a ansiedade escapando pela voz.


Izuku sorriu, tentando ser corajoso.


“Eu vou ter uma Individualidade incrível como a do All Might, né?”


O médico não sorriu de volta.


Ele apontou para a tela.


“É melhor você desistir, garoto.”


As palavras caíram como um golpe.


“O quê?”, Inko perguntou, a voz subindo, trêmula.


O médico apontou para o dedinho do pé.


“Pessoas que desenvolvem Individualidades têm apenas uma articulação nesse dedo. Pessoas sem Individualidade têm duas.” Ele fez uma pausa curta, cruel. “Seu filho tem duas.”


O silêncio foi ensurdecedor.


Izuku não entendeu tudo de imediato. Mas entendeu o suficiente.


“Quais são suas Individualidades e as do seu marido?”, continuou o médico, indiferente, como se estivesse falando do clima.


“Eu consigo atrair objetos pequenos… e o pai dele cospe fogo”, respondeu Inko, a voz falhando enquanto puxava o boneco do All Might do chão, que Izuku havia deixado cair sem perceber.


“Na evolução das Individualidades, elas ficam mais fortes a cada geração”, explicou o médico, como quem dá uma aula sem se importar com quem escuta. “É por isso que seu filho não terá uma.”


Não terá.


Nunca terá.


O mundo de Izuku quebrou ali.


Eles saíram do consultório em silêncio. O caminho para casa pareceu mais longo do que nunca. Já era noite quando chegaram ao apartamento. Inko observava o filho, quieto demais, pequeno demais para carregar aquele peso.


Ela entrou no quarto e o encontrou sentado na cama, assistindo a uma reprise do All Might salvando pessoas. O brilho da TV refletia nos olhos marejados dele.


“Mãe…”, Izuku chamou, a voz falhando. “Eu também posso ser um herói como o All Might, né?”


O choro veio antes da resposta.


Inko caiu de joelhos e o abraçou forte, como se pudesse protegê-lo do mundo inteiro.


“Me desculpa… me desculpa, Izuku…”, ela repetia, chorando junto com ele.


Izuku afundou o rosto no abraço da mãe, sentindo algo dentro dele se partir em silêncio.

















“Não era isso que eu queria ouvir…”, Izuku murmura para o quarto vazio, a voz baixa, quebrada.


“O que eu queria ouvir não eram aqueles pedidos de desculpas…”


“… era alguém dizendo que eu podia continuar.”


A foto treme entre seus dedos.


E outra lembrança o puxa sem aviso.


O vento frio da manhã corta o rosto de um Izuku mais velho, já na idade do ensino fundamental, parado no topo de um prédio baixo. O uniforme escolar japonês preto balança levemente com a brisa, a jaqueta fechada até o pescoço, as mangas longas escondendo as mãos tensas. A cidade desperta lá embaixo, distante, pequena demais diante do peso que ele carrega no peito.


À sua frente, de pé, está um homem alto e magro. Os cabelos loiros são espetados e volumosos, duas mechas longas caindo à frente do rosto. As sobrancelhas grossas dão um ar sério, cansado. Ele veste uma camiseta branca simples, larga, folgada no corpo, calças verdes de corte largo presas por um cinto com uma fivela metálica chamativa. As botas escuras e robustas parecem firmes demais para alguém que se apoia com o peso ligeiramente torto, os braços finos pendendo ao lado do corpo, as mãos relaxadas, quase caídas, como se carregar o próprio corpo já fosse um esforço constante.


Izuku engole em seco.


Ele reuniu coragem demais para estar ali.


“O senhor…”, a voz falha, mas ele continua.


“O senhor acredita que alguém como eu…”


“… sem Individualidade…”


“… pode ser um herói?”


Por um instante, o mundo para.


Os olhos do homem, de um azul profundo, parecem reacender. Não com esperança. Com algo mais pesado. Algo que conhece a verdade cedo demais.


Ele inspira fundo antes de responder.


“Os profissionais arriscam as próprias vidas todos os dias”, diz, a voz firme, mas carregada de cansaço.


“E eu não posso dizer pra você que pode ser um herói sem sequer ter um poder.”


Izuku sente o impacto como um soco invisível no estômago.


“Não há mal nenhum em sonhar”, o homem continua, desviando o olhar para o horizonte.


“Mas, garoto…”


“… você precisa ter os pés no chão.”


“Enxergar a realidade.”


“Não negá-la.”


Ele dá um passo para o lado, depois outro, o corpo cambaleando levemente enquanto se afasta.


Cada palavra pesa mais do que o vento frio daquela manhã.


Izuku tenta dizer algo.


Qualquer coisa.


Mas não consegue.


As pernas cedem.


Ele cai de joelhos no concreto do telhado, o impacto ecoando seco, inútil. A cabeça baixa, os punhos cerrados, os dentes rangendo enquanto o choro sobe pela garganta sem permissão. O uniforme escuro não esconde o quanto ele parece pequeno ali em cima, sozinho, esmagado por uma verdade que ele não queria aceitar.


O homem não olha para trás.


A lembrança se desfaz.


Izuku adulto aperta a foto contra o peito, os olhos ardendo, a respiração irregular. O quarto está silencioso outra vez. Pequeno. Imóvel.


Mas a dor antiga ainda vive ali, pulsando no ritmo do coração, lembrando-o de que alguns sonhos não desaparecem quando são negados.


Eles sangram.


E às vezes…


… continuam sangrando para sempre.






Nota do autor: Bom, mais um capítulo. Quem quiser dizer o que achou, se devo prosseguir ou passar ideias, eu agradeço. 

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