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A verdadeira história do trágico amor de Siegfried e Hilda (capítulo 1)

A verdadeira história do trágico amor de Siegfried de Doubhe e Hilda de Polaris, dos tempos mitológicos até a guerra contra o Santuário de Athena. História escrita por mim originalmente em 2017, com 13 capítulos ao todo mais making of.

                                                           Capítulo I - Asgard, a terra de Odin.

E com vocês, trago o primeiro capítulo dessa história, escrita originalmente em 2017 a respeito da história de amor entre o Siegfried e a Hilda. A minha primeira fanfic sobre o universo asgardiano de Cavaleiros do Zodíaco (que a despeito de ser filler, é uma das minhas favoritas da obra do tio Kurumada). 

Era uma vez duas pessoas nativas do reino de Asgard. São eles Siegfried de Dubhe e Hilda de Polaris. O primeiro foi o mais forte Guerreiro Deus de Asgard da presente geração. Ele, assim como seus companheiros de armas, infelizmente morreu em combate durante a guerra entre Odin e Athena, ocorrida em 1986 e que sucedeu a Guerra Civil no Santuário de Athena contra Saga de Gêmeos e antecedeu a Guerra no Santuário Marítimo contra Poseidon. E a segunda é a antecessora imediata de Lyfia no posto de governante de Asgard e representante terrena do Deus Odin, o senhor de Asgard e dos deuses æsires da mitologia nórdico-germânica. Durante a guerra contra Athena, Hilda esteve sob o domínio do feitiço do terrível Anel de Nibelungos, e assim seu gentil e bondoso cosmo mudou da água para o vinho, assumindo uma feição bem mais agressiva e com uma sede de poder que antes não tinha. Sob o domínio direto de Poseidon e indireto de Kanon de Gêmeos, ela passou a almejar conquistar as mais acolhedoras terras do sul, em especial a Grécia. Entretanto, seus guerreiros foram vencidos e mortos um a um, até que no fim a própria foi vencida por Seiya de Pégasus trajando a armadura de Odin. Posteriormente, durante as intrigas de Loki (que usou o médico da corte Andreas como hospedeiro), Hilda, acometida por uma terrível doença, ajudou os Cavaleiros de Ouro a vencer o inimigo e passou seu posto para a jovem Lyfia. Essa é a história que todos conhecem. Mas há também uma história acerca de ambos que poucos (para dizer ninguém) conhecem.

Ambos nasceram na primeira metade dos anos 1960 no distante e remoto reino de Asgard. Asgard é a nação mais setentrional de toda a Europa, localizada ao lado do grande Oceano Glacial Ártico. Assim sendo, seu clima é extremamente rude e os invernos são muito longos e rigorosos. Mas, como no mar que circunda o reino passa a corrente marítima quente do Golfo, isso atenua um pouco o clima asgardiano e permite a nação nórdica ter grandes extensões de florestas de coníferas e pinhais como as existentes mais ao sul. Tais árvores não perdem suas folhas nem mesmo durante o inverno, ao contrário de árvores como os carvalhos e as faias. Animais como o urso pardo, o urso polar, o lobo cinzento, o alce, cervo, rena, o carcaju (também conhecido como Wolverine) e tantos outros habitam as terras gélidas asgardianas. Todos eles muito bem adaptados aos rigores do clima ártico de Asgard, assim como seus habitantes nativos, que em sua maioria esmagadora professam o velho politeísmo nórdico cujo Deus supremo é Odin e que era muito difundido na Escandinávia até os séculos X e XI.

Asgard é o último reduto pagão de toda a Europa, passados já seis séculos da conversão da Lituânia, ocorrida em 1386 com o intuito de selar uma aliança dinástica com a Polônia. Durante o período que os historiadores chamam de a Era Viking (789 – 1066), Asgard forneceu muitos combatentes para os vários bandos vikings que tocaram o terror na Europa entre os séculos VIII a XI. Muitos deles cerraram fileiras nos bandos vikings que estabeleceram o Danelaw na Inglaterra e que pilharam as regiões costeiras dos atuais territórios da França, Holanda, Espanha, Portugal, Marrocos e Itália. Outros se aventuraram para o leste, viajando até o Império Bizantino e o Califado Abássida pelas rotas dos rios Dnieper e Volga e sob a liderança do chefe Rurik ajudando a formar o primeiro Estado russo. Outros se aventuraram ainda mais a oeste, ajudando a colonizar a Islândia, a Groenlândia e até mesmo Vinland (situada na ilha canadense da Terra Nova), que infelizmente teve vida curta diante das hostilidades com os habitantes nativos.

Em decorrência das expedições vikings, a Escandinávia, até então uma região periférica dentro do mapa político europeu, passou a ter uma maior interação com o resto da Europa. E nesse ínterim teve início o processo de formação dos Estados nacionais escandinavos. Os reis escandinavos, almejando, entre outras coisas, ter melhores relações com os reinos cristãos do sul e centralizar o poder real em suas mãos, adotaram a fé cristã. Mas, enquanto a Noruega, a Suécia e a Dinamarca se converteram ao Cristianismo Católico Apostólico Romano (e assim passando para a autoridade espiritual do Papa Romano) no curso dos séculos X e XI, o reino de Asgard, milagrosamente, permaneceu fiel a Odin até os dias de hoje. Isso a despeito de vários esforços feitos pelos monarcas dos países escandinavos principalmente durante o período das Cruzadas Bálticas entre os séculos XII e XV e posteriormente pelos monarcas da União de Kalmar (união dinástica entre Dinamarca, Noruega e Suécia - 1397 a 1523) e da Dinamarca-Noruega entre os séculos XV a XIX. E para isso foi decisivo o poder dos Guerreiros Deuses de Asgard, que sempre apareciam no momento em que o exército regular de Asgard era destroçado pelos exércitos invasores. Seu poder era tamanho que com poucos golpes eram capazes de destroçar um exército de milhares de homens.

Hierarquicamente, em relação a Odin, os Guerreiros Deuses de Asgard nada mais são que o equivalente dos Cavaleiros de Ouro para Athena e dos Generais Marinas para Poseidon: seus guerreiros de elite. A constelação protetora dos Guerreiros Deuses de Asgard é a Ursa Maior, conhecida pelos nórdicos antigos como a Carruagem de Odin. Todo aquele destinado a se tornar um desses Guerreiros lendários, além de passar por duríssimos treinamentos que se arrastam por muitos anos, precisa ter obrigatoriamente como estrela protetora uma das estrelas da Ursa Maior. São elas Benetnaš, Mizar/Alkor, Alioth, Megrez, Fekda, Merak e Dubhe. As duas últimas são as mais brilhantes estrelas da constelação, e, além disso, nos céus do Hemisfério Norte apontam diretamente para a estrela Polaris, que além de ser a estrela alfa da constelação da Ursa Menor é nada menos que a estrela protetora de todos os representantes terrenos do Deus Odin desde tempos mitológicos. Em outras palavras, os Guerreiros Deuses de Asgard nada mais são que os cavalos que puxam a carruagem do Deus Odin.

Em termos de geopolítica divina, Asgard possui grande importância. Dentro das terras árticas da Eurásia, Asgard, além de dividir com o Santuário de Athena o controle das terras da Europa continental em dois, é uma peça vital em sua estabilidade junto com os reinos de Prav nas terras eslavas e o reino de Čyskhaan[1] na Sibéria. Se um deles sucumbe a alguma força maligna, os demais reinos, em caso de a ameaça em questão não ser rapidamente detida e vencida, também entram em colapso, como se fossem peças de dominó enfileiradas entre si. E se os três reinos entram em colapso, o caos e a anarquia fatalmente se espalharão para todo o resto do mundo e a humanidade correrá um sério risco de extinção.

NOTA:

[1] Leia-se “Tchysrran”, pois em idiomas como o russo, o mongol, o persa e o árabe as partículas ch/č e kh (cirílico Ч e Х, respectivamente) tem valor de tch e r aspirado, respectivamente.

2 Comentários

  1. Grande Pistoleiro Veloz!

    É com satisfação que leio mais uma saga tua !

    Siegfried de Doubhe e Hilda de Polaris, um amor com final trágico.

    Vamos acompanhar o desdobramento dessa história.

    Parabéns por mais um grande trabalho.

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  2. Rapaz...

    Mais uma saga sua!

    Fico feliz em ver como você escreve bem. São muitas obras!

    Achei bem interessante o drama de Siegfried e Hilda.

    Vou acompanhar mais esse trabalho!

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