Capítulo III - Histórico das atrocidades de Mess na Terra (parte II)
280 anos mais
tarde, um novo sequestro foi promovido, desta vez mais ao norte. Um grupo de
caçadores espaciais aterrissou nas proximidades da atual Smolensk, no noroeste
da Rússia, e seguiu o rio Dnieper até sua foz, na costa norte do Mar Negro. Ao
longo do curso do rio a força invasora chacinou vários povoados e muitas
crianças foram sequestradas, e levou mais de meio milênio para que a região
atacada recuperasse a população que tinha na ocasião. Uma nova incursão foi
promovida em 554 antes de Cristo, afetando o norte da Índia, desde o médio Indo
até a embocadura do rio Ganges, já nos pântanos da floresta de Sunderbans.
Em 274 antes
de Cristo foi a vez de Cartago, no norte da África (próxima a atual Túnis),
sofrer tal flagelo. Uma das crianças sequestradas pertencia ao notável clã
Barca, uma das mais poderosas e combativas famílias de Cartago. Na sequência
foram devastadas Roma (em pleno reinado de Otávio Augusto e já como capital
imperial) no ano 6 d.C., Luoyang em 286, Constantinopla em 566, mais uma vez
Roma em 846 (logo após o saque da cidade feito por piratas sarracenos no mesmo
ano), Bagdá em 1126, Samarkand em 1406 (um ano após o falecimento do grande
conquistador e guerreiro Tamerlão) e a região da Baviera no ano de 1686.
No primeiro ataque contra Roma, o imperador Otávio Augusto em pessoa mobilizou uma legião inteira para conter os alienígenas, mas nada pode fazer contra o inimigo, que mesmo muito inferior numericamente massacrou com os legionários, a fina flor do exército da Roma Imperial na época, como se fossem meras baratas. Mesmo seus poderosos gládios, escudos e lanças de nada adiantaram. Em 286 a então capital chinesa, Luoyang, foi flagelada. A cidade e outras da atual província chinesa de Henan e suas redondezas sofrem uma grande pilhagem. Foram mobilizados para deter os invasores muitos dos melhores artistas marciais da China, portando armas como espadas, sabres, lanças e até mesmo o pesado kwandao. Mas foram todos chacinados pelos inimigos, os quais raptaram 10 crianças nessa incursão.
Na incursão seguinte foi a vez da Roma Oriental, Constantinopla, ser atingida.
Tanto a parte europeia quanto a parte asiática da cidade foram devastadas. Nem
mesmo a basílica de Santa Sofia foi poupada pelos invasores: em meio à missa
dominical, os invasores alienígenas, liderados por Baitur, de repente chegaram,
entraram na basílica e saíram chacinando todas as pessoas que encontravam pela
frente. O padre Julianus valentemente tentou desafiar Baitur e seus homens, mas
nem mesmo a cruz os protegeu. Baitur pegou sua espada e degolou a sangue frio o
padre, levando-o ao martírio junto com os demais participantes da missa (cerca
de 40 ao todo). As poucas crianças que sobreviveram ao massacre foram
sequestradas e em seguida os invasores bateram em retirada. No século IX, mais
precisamente em 824, as vítimas de tal massacre foram santificadas e
beatificadas tanto pela Igreja Católica de Roma quanto pelo Patriarcado de
Constantinopla. Tal massacre passou para a história com o título de a chacina
dos mártires de Constantinopla.
Na incursão
do ano 846, o então papa, Sérgio II, como um bom homem de Deus, tentou fazer a
mesma coisa que seu antecessor Leão I Magno fez quatro séculos antes quando o
chefe huno Átila se aproximava de Roma. Sérgio tentou salvar as crianças
raptadas das garras dos mercenários espaciais, e para isso fez a seguinte
proposta a seu líder, Kutuz: ele ganharia um rico tributo e em troca libertaria
as crianças de sua custódia. O encontro entre os dois se deu nas proximidades
da velha basílica de São Pedro, o mesmo local onde os papas eram empossados e
que na ocasião se encontrava destroçada em decorrência da incursão dos piratas
sarracenos. Kutuz concordou em libertar as crianças raptadas. Mas, logo que
recebeu o tributo do papa, ele quebrou o acordo: sequestrou novamente as
crianças e encheu de chibatadas elétricas o papa e toda a sua comitiva! Mas,
milagrosamente, o papa sobreviveu ao terrível ataque, embora tenha ficado com
graves ferimentos. Sérgio II atribuiu sua sobrevivência a graça de Deus, mas no
ano seguinte veio a falecer.
Em 1126 foi a
vez de a grande Bagdá sofrer com tal flagelo. Na época Bagdá era a capital do Califado
Abássida, e um dos grandes centros culturais e políticos do Mundo Muçulmano,
outrora centro de um poder que se estendia da Península Ibérica até as
fronteiras com a Índia e a China e do norte do Cáucaso ao atual Iêmen. Mesmo
sob um poder decadente, Bagdá ainda assim tinha um grande significado simbólico
no Islã, e o califa al-Mustaršid, sabendo do ocorrido, mobilizou um exército de
7500 homens para tentar libertar as crianças. O exército, colocado sob a
liderança de Rašid ibn al-Akbar, foi ao encontro dos alienígenas. Ao encontrar
os inimigos, Rašid diz que “Em nome de Allah, o Clemente e Misericordioso,
salvaremos as crianças de suas mãos, malditos!”. Mas Rašid e seus homens pouco
ou nada puderam fazer diante dos mercenários espaciais, que eram apenas 15 ao
todo. O sangue dos homens mortos pelos caçadores espaciais tingiu de vermelho o
rio Tigre até sua foz no Golfo Pérsico. Na incursão seguinte, o sucessor de
Tamerlão, o seu filho Šah Rukh[1], também tentou interver contra os caçadores,
igualmente sem sucesso. Nessa ocasião, foi a vez do rio Zeravšan, um dos
tributários do rio Amu-Darja, ser tingido de vermelho.
Tanto no
mundo cristão quanto no mundo islâmico, tais incursões foram vistas como
punições de Deus por causa de pecados anteriores das pessoas. Na China idem em
relação às divindades de religiões como o taoísmo, o confucionismo e o budismo,
assim como na Índia em relação aos deuses do panteão hinduísta e na Europa
pré-cristã em relação aos velhos deuses pagãos tais como Odin, Janus, Zeus e Thor,
entre outros. Pânico, caos, desespero, destruições, pilhagens e carnificinas os
invasores espaciais espalharam por onde passaram. Mas não foi só isso: tais
ataques também ajudaram a contribuir para o surgimento de lendas e mitos sobre
extraterrestres em várias partes do globo. Até mesmo de que tais criaturas eram
seres iluminados vindos do espaço, mensageiros de Deus, arautos da Fúria Divina
que eram uma espécie de representante terreno de Deus ou mesmo divindades
perdidas há muito tempo. Mas, independente da crença das pessoas, o flagelo
espacial não teve fim com a incursão de 1406.
NOTA
[1] Leia-se Rurr, pois no farsi, assim como em outros idiomas como o árabe, o russo e o mongol, a partícula kh (cirílico х) tem valor de r aspirado.
1 Comentários
Os relatos históricos prosseguem ,demonstrando bem, o modus operandi de Mess
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