Sobre:
Sempre tive vontade de criar meu próprio super-herói
clássico (cuecão por cima da calça). Brincando de desenhar com inteligência
artificial, veio esse cara azul e amarelo, com traços retrô, me trazendo
lembranças gostosas de quando lia meus gibis. Fiquei empolgado e tratei de
começar a escrever, me inspirando em problemas reais do nosso dia a dia. O
resultado foi um episódio piloto que agora divido com vocês. Espero que gostem
e mesmo se não gostarem agradeço pela leitura. Vamos torcer para que seja um sucesso
e que venham novas aventuras do "Campeão da Justiça, Solarion!!!".
Um abraço a todos!
Jeremias Alves Pires
O Autor
Sinopse:
☀️ Solarion – Episódio Piloto acompanha José Victor, um
jovem afro-brasileiro com poderes solares que se transforma no super-herói
Solarion, lutando pela justiça em uma São Paulo repleta de desigualdade e
violência. Após salvar reféns e enfrentar a opressiva Iron Guard — androides
usados para controlar o povo — ele se torna um símbolo de resistência. Em
paralelo, José lida com perdas familiares, amizades abaladas e um amor quase
perdido, enquanto tenta conciliar sua identidade civil e heroica em meio a um cenário
urbano marcado por tensão social e esperança.
Solarion - Episódio Piloto
Por Jeremias Alves Pires
Já fazem horas que Rita está sendo feita de refém na própria casa por 3 criminosos com armas de alto calibre. Eles eram quatro, mas um morreu em confronto com a polícia após um assalto que deu errado. Estão nervosos, drogados, as negociações não avançam.
— Eles vão entrar e matar a gente!!! — O criminoso mais
nervoso esfrega a pistola automática no rosto.
— Então vamos morrer na bala e vamos matar também… — O
segundo criminoso com um fuzil se mostra pronto para fazer o pior.
— Por favor, eu tenho um filho… Não quero morrer! — Rita
implora ao terceiro bandido com uma faca em sua garganta.
— Sinto muito, gostosinha! Você agora é uma de nós, se a
gente morrer, você morre junto!
Rita fecha os olhos e começa a rezar. Pensa em seu filho, em
se vai ou não abraça-lo mais uma vez. Um vento forte sopra, ela ouve o barulho
da janela se quebrando. Rita abre os olhos, os bandidos sumiram, como?
— Ei moça…
Rita se vê diante de um jovem afro usando um uniforme de
super-herói brega azul escuro e amarelo vivo, sendo essas cores distribuídas da
seguinte forma: máscara, luva, botas, cinto, shorts e símbolo de sol no meio do
peito são amarelos e todo o restante azul. O visual não deixa dúvidas, ela está
diante de Solarion, um dos maiores heróis da cidade de São Paulo.
— Vi esse pôster meu no quarto do seu filho quando entrei
pela janela, ele é meu fã, certo? Eu autografei… Fica com Deus, até mais! —
Solarion desaparece fazendo o vento soprar, deixando um rastro amarelo e azul.
Ao olhar para fora, Rita vê os bandidos desacordados sendo
algemados e as armas que usavam retorcidas, esmagadas por super-força. Ela com
certeza vai abraçar o filho novamente e vai lhe dar um belo presente.
— Obrigada, Solariooonnnn!!! — Rita grita com o coração
cheio de alegria.
Mesmo estando a uma certa distância, Solarion ouve o
agradecimento de Rita e fica repleto de felicidade. José Victor tinha 15 anos
quando seus poderes se manifestaram pela primeira vez. Seu corpo é capaz de
absorver energia solar, adquirindo habilidades super-humanas além da
capacidade de voar e disparar raios com
as mãos. Outro dom impressionante é poder transformar luz em matéria, que ele
usa para se transformar e destransformar.
José sempre foi um nerd com orgulho, apaixonado por
super-heróis clássicos. O gosto veio de uma coleção de uma caixa de gibis
antigos deixados por seu falecido irmão mais velho, João Victor. João que em
algum ponto se perdeu na vida, deixou-se levar, começou a cometer pequenos
crimes, morrendo por traição nas mãos de seus comparsas, deixando para trás a
mãe Joana e o irmão José, na época com 14 anos.
Dona Joana quase não suportou a dor da perda e o desgosto,
fazendo José jurar que seguiria um caminho de vida diferente, uma vez que dali
pra frente seriam só eles dois contra o mundo. O pai de José, havia sumido
quando ele nasceu.
Dona Joana trabalhava demais para manter o filho na escola e
pagar o aluguel da casa razoável em um bairro razoável. José tímido por
natureza, tinha como amigo somente o irmão. Veio uma solidão profunda, seguida
de uma terrível depressão. Passava horas
no quarto do irmão, até que um dia achou uma caixa escrito “Para José”.
José levou a caixa pesada para sala, ao abrir viu um monte
de gibis velhos, mas muito bem conservados, todos de super-heróis. Tinha também
um envelope com uma carta que dizia.
“Meu querido Irmão
Se você está lendo essa carta, algo
muito ruim aconteceu comigo e não vou mais estar ao seu lado. Não quero que
você siga o meu caminho, não vale a pena e muitas vezes não tem mais volta.
Torne-se um homem de bem, honesto que dê orgulho a nossa mãe… Essas revistas
velhas são minha herança para você, eu as colecionava quando mais novo, guarde
bem e leia todas pensando que sou eu te dando conselhos de vida. Cuide bem da
velha e de você mesmo…
Eu te amo!
João Victor”
José chorou e passou a ler as revistas uma a uma, mais de
uma vez. No começo apenas para matar a saudade de seu irmão, depois movido pela
paixão que aqueles desenhos coloridos, repletos de ação e atos de nobreza lhe mostravam. “Como seria bom se todo herói
ainda fosse daquele jeito”, pensava
José.
O universo em que José vive está cheio de super-seres. A
grande maioria acaba caindo num caminho errado como seu irmão caiu. Poucos usam
seus poderes para o bem, e desses menos ainda mantinham os valores dos heróis
clássicos. Se um dia tivesse poderes, seria como os heróis daquelas revistas,
para que seu irmão olhasse do céu e sentisse orgulho dele. Mal sabia José que
em seu sangue corria o gene dos “Neo-Humanos”, que logo seu desejo se tornaria
realidade.
José despertou seus poderes, escolheu o nome “Solarion” e
criou o próprio uniforme inspirado nos heróis que queria ser.
José saiu de suas lembranças e pousou em um lugar onde não
poderia ser visto e se destransformou, voltando a sua aparência civil. Tinha
que se concentrar no presente. Hoje aos 18 anos era um dos maiores heróis da
cidade de São Paulo e tinha outra missão para cumprir.
Na época em que seu irmão partiu, conheceu seus melhores
amigos Osvaldo, Cristina e Helena, que o apoiaram muito e durante um tempo eram
inseparáveis. Porém, vieram os poderes, o combate às forças do mal e como José
fazia questão de uma identidade secreta, acabou se afastando dos amigos…
Osvaldo e Cristina, um pouco mais velhos que ele, haviam se
casado faziam alguns meses. Os dois sempre foram apaixonados, não sendo nenhuma
surpresa a oficialização de sua união. Todos imaginavam que seria o mesmo com
José e Helena… Eles até se gostavam, mas o de repente distante José foi
perdendo-a dia após dia, sem se dar conta, ganhava os holofotes, mas perdia o
coração de seu grande amor. Solarion podia ser incrível, mas José não era nada…
Era um assento vazio, um punhado de promessas nas quais era tolice acreditar.
Era tolice esperar por ele, a mente de Helena dizia, mas o
coração não ouvia. O coração jamais ouve, trilha os próprios caminhos rindo da
razão. Assim, Helena aguardava José ansiosa. Estava realmente preocupada com
Osvaldo, mas fazia dias que não via José, que não ouvia sua voz. “Será que ele
sente minha falta?”, pergunta a si, sentia pontadas de tristeza e de raiva, ao
mesmo tempo.
— Cadê você? Poxa… A coisa aqui é séria, o Osvaldo está
muito mal… Ele e a Cristina precisam muito da gente… — Esbravejava, escondendo
segundas intenções.
— Só mais cinco minutos… — José pedia paciência, pela
vigésima vez.
Os cinco minutos
viraram dez, depois quarenta. Helena planejou um discurso repleto de insultos.
Ele iria ver, iria mesmo… Estava cansada de ser feita de idiota… Ele iria
realmente ver uma coisa… Ela estava quase ligando de novo para xingar, quando
ouviu voz dele atrás dela.
— Helena, desculpe o atraso…
O rapaz mau pode se explicar, Helena o abraçou com força,
como quem quer fundir dois corpos em uma única alma. Não importava o quanto ela
estivesse queimando em fúria, a mera presença de José abrandava seu ser.
— Que bom que você está aqui… — A voz de Helena saiu suave,
cheia de entrega.
— Não importa o quanto longe eu esteja, sua boba, mesmo que
demore, sempre vou atender seu chamado… — José e Helena estavam face a face,
quase boca com boca.
Helena sentiu o corpo todo ficar mole, mais quente do que
nunca, sua mente nublou, se encheu de luxúria.
— Como está o Osvaldo? — José resistiu a seus impulsos,
soltando Helena.
— Claro, claro… Vou te levar até ele… — Helena se recompôs e
puxou José pelo braço, na cabeça disse uma série de palavrões. “Um banho quente
resolve, mas tem que ser bem quente”, pensou a garota.
Foram entrando no hospital público desumanamente lotado,
como sempre estava. Haviam pessoas em macas desconfortáveis aguardando
atendimento aos montes. José olhou uma a uma no rosto, repleto de empatia. Era
por gente assim que lutava.
— José, não acredito que você veio? — Cristina veio abraçar
José.
— Nossa, que milagre, vai alagar a cidade! Lembrou que tem
amigo? — Osvaldo estava extremamente mau-humorado.
— Desculpe, vim o mais rápido que pude… — José tentou se
justificar.
— Estou aqui desde ontem a tarde… Desde ontem..
— O que foi que houve?
— Eu montei uma barraquinha lá no Brás, tudo legalizado… Mas
os lojistas reclamaram que o prefeito aceitou e mandaram a gente sair fora…
Cara, eu tenho todos os documentos… Tudo certinho… Eu e os outros. Fizemos um
protesto que deu merda. A polícia usou gás lacrimogêneo, deu tiro de borracha,
tudo por culpa de um babaca que tava jogando pedra… Na correria eu caí e fui
pisoteado… Quebraram minhas duas pernas em mais de um lugar… Como vou trabalhar
agora? Como vou pagar meu aluguel atrasado? Como?!
Osvaldo ficou vermelho, derramou uma lágrima, estava
lascado, desesperado.
— Meu amor, vamos dar um jeito em tudo isso! — Cristina deu
um beijo na boca de Osvaldo, na tentativa de aplacar suas dores. Conseguiu
somente que ele ficasse por um instante
em silêncio.
Então o celular de Osvaldo tocou. Ele atendeu, voltando a
ficar irritado.
— Alô!... Claro que eu não vou… Estou todo arrebentado… Vai
te catar!!! — Osvaldo desligou.
— Quem era, amor? — Perguntou Cristina.
— Era o pessoal do sindicato… O pessoal vai montar as
barracas hoje de novo, pra peitar o prefeito… Vai é dar confusão de novo… Me
disseram que ao invés da polícia quem vai estar lá é a “Iron Guard”!
Perguntaram se eu podia dar algum apoio… Vocês acreditam?
— A Iron Guard? Aqueles androides perigosos que eles usam só
pra caças neo-humanos? — José ficou realmente preocupado, não tinha boas
lembranças das máquinas assassinas e de seu criador.
— Agora estão usando elas em outras situações também…
Aqueles monstros me dão medo, já saíram do controle várias vezes… Se podem
machucar neo-humanos, o que fariam com humanos comum.
— Galera, eu tenho que ir… Vou fazer turno duplo no bar
hoje… Eu ligo pra vocês depois! — José se desvencilhou de Helena, o herói
dentro dele sentiu uma emergência a caminho.
— Não vai, fica… Fica comigo… — Helena implorou, outra vez
ficando toda mole por dentro.
— Eu volto… Eu sempre vou voltar para vocês… — José beijou a
testa de Helena com ternura e partiu, deixando seus lábios secos.
“Vocês, ele disse a vocês”, Helena pensou, esperando José
sumir para poder chorar.
Alguns minutos mais tarde, longe
dali…
Repórteres de tv e da internet estavam em alvoroço. Camelôs
e lojistas haviam acabado de discutir, e agora tentavam trabalhar normalmente.
Ambos haviam jogado os preços lá embaixo, abaixo até de lucro, num cabo de
guerra da onde ninguém sairia vencendo. Num canto, amigos improváveis estavam
prestes a viver um dos piores momentos de suas vidas.
— Quer um café, Seu Januário! — Vidal um dono de loja
ofereceu ao vendedor em frente a sua loja.
— Quero sim, Seu Vidal! O senhor não vai embora não?
— Não leve pro lado pessoal, mas eu preciso trabalhar… Um
dia de loja fechada é muita perda pra mim, mesmo vendendo com os preços muito
baixos… Além do mais, eles estão vindo é atrás de vocês… Temos nossas
diferenças mas não quero ver o senhor machucado…
— Eu agradeço e entendo seu lado, entendo mesmo… Minha
aposentadoria mal paga meu aluguel e compra comida, e o posto de saúde não me
dá todos os meus remédios… É só por isso que estou aqui, eu jamais faria nada
pra faltar o pão na sua mesa…
Enquanto Januário e Vidal continuavam a trocar considerações
respeitosas, fiscais acompanhados da “Iron Guard”, se aproximavam.
— Doutor Engran… Essas coisas estão sob controle não é? Até
eu tenho medo delas… — Confessou Pedro Henrique, deputado do partido do
prefeito, responsável pela fiscalização, preocupado não com pessoas mas em
perder votos.
— Claro que estão, seu idiota! Minhas criações são muito
mais disciplinadas que qualquer ser humano inútil. Vou provar hoje que eles são
melhores que os meros policiais humanos de ontem. Só de olhar para eles, os
manifestantes vão tremer de medo… — Doutor Engran tinha um brilho louco no
olhar, estava ansioso para demonstrar a superioridade de seus androides.
Havia umas poucas verdades na fala de Engran, graças a elas
as caveiras negras androides, impuseram tamanho medo que alguns ambulantes já
começavam a partir. Chegou então a vez de Januário.
— Boa tarde, Seu Januário! Como o senhor está? — O fiscal
abordou Januário, já conhecendo o senhor de um pouco mais de cinquenta anos de
idade.
— Não está nada bem, André! Você sabe que tenho toda a
documentação em dia, deixa eu ficar — Januário estava num misto de tristeza e
indignação.
— Unidade 576sp identificando resistência… Considerando
interferência…
— Seu Januário, por favor, não faz isso! Esses brinquedos
macabros são perigosos… Melhor não provocar… — André implora a seu Januário, se
encolhendo todo de medo do Iron Guard.
— É sempre assim… Sempre assim… Dar pancada em pobre é
sempre mais barato que resolver o problema… — Januário se mostra cada vez mais
irritado.
— Seu Januário! Deixe disso… Olha o horário… Já está tarde
mesmo! Eu também vou fechar… O que o senhor acha de fazermos um lanche, eu
pago! — Vidal se compadece.
Januário encara o Androide. “Sou valente, mas não sou
maluco… Melhor não bulir com esse bicho”, pensa e então concorda.
— Você paga mesmo, Vidal? Olha que estou varado de fome!
— Claro, seu Januário! Pode pedir o que quiser?
— Ótimo, ótimo… Apenas me mostre o documento… Tinha que
estar aqui amostra, não é, Seu Januário! — André repreende Januário, mas de
forma carinhosa.
Januário mostra para André e para o Androide o documento,
para infelicidade de todos, o documento está um pouco molhado, mas está
legível. André, o humano dotado de compaixão aceita tranquilamente, afinal ele
não quer que Januário se machuque, mas o frio Iron Guard, segue a lei a risca,
sem qualquer piedade.
— Documento inválido… Cidadão… É sua segunda infração… Você
tem 10 segundos para se retirar daqui.
— Que isso, lata velha, Eu autorizo… Eu aceito o documento!
— André tenta interferir.
— Atitude de obstrução não aceita… Medidas de contenção
ativadas.
André leva um choque que o joga longe. Januário se ajoelha e
coloca as mãos na cabeça,
— Espera para que isso, vamos nos render! — Vidal entra na
frente e tenta impedir que mais violência seja praticada.
O Iron Guard, levanta o braço preparando-se para socar
Vidal. O som de metal sendo esmagado se faz ouvir. Vidal está bem, já o Iron
Guard, está em pedaços no chão.
— Você é surdo, “Lata Velha”... Deixa essa gente em paz!
Solarion está pronto para defender os inocentes, tendo
acabado de destruir um dos Iron Guard.
— Solarion… Seu maldito! Como ousa destruir um dos meus
queridos filhos de aço?! — Doutor Engran se aproxima furioso.
— Nada disso… Obrigado por não ter deixado a situação pior!
— O deputado agradece a Solarion, contrariando Engran.
— Já houve violência demais, melhor irmos todos para casa
agora! — Sugere gentilmente Solarion.
— Iron Guards, matem o herói!!! — Doutor Engran grita.
Em poucos segundos, Solarion está cercado de Iron Guards,
que fazem sons grotescos e intimidadores. O herói respira fundo e começa a
gingar. Os androides esqueletos avançam, um a um. Punhos carregados de
eletricidade. Um a um, eles vão recebendo chutes tão rápidos que deixam um
rastro luminoso amarelo e fazem um zunido, culminando em impactos devastadores,
que fazem um barulho imenso de metal sendo destruído. Os androides vão sendo destruídos, até que
não resta mais nenhum.
— Foi um bom exercício… Faz tempo que não participo de uma
boa “roda de capoeira”! — Solarion zomba de Engan.
As pessoas em volta riem e aplaudem Solarion.
— Engan.. Já chega… Você está preso. Sorte ninguém ter se
machucado — O deputado tenta por toda culpa em Engan.
— Vocês são todos iguais. Zombam de mim, me maltratam desde
que existo. Mas eu não estou sozinho nesse mundo, tenho minhas máquinas. ME
PROTEJA “PRIME IRON GUARD”! — Doutor Engan lamenta suas dores antigas e invoca
sua melhor criação.
— Engan, seu doido!!! Você não me disse que ia trazer aquela
coisa.
Barulho de turbina, seguido de uma nuvem de poeira que se
ergue pelo impacto de algo que pesa toneladas no chão. Dois olhos vermelhos
encaram Solarion, ele está diante de “PRIME IRON GUARD”... Armado com uma
metralhadora high-tech, prestes a atirar.
Ao ver o monstro de metal e sua arma, as pessoas entram em
pânico e correm.
“Se eu me esquivar, ele vai acertar algum inocente, ser
atingido também não é uma boa ideia, só consigo pensar em uma saída…”, Solarion
se vê diante de um impasse.
Iron dispara, Solarion vai apanhando as balas com as mãos.
Uma escapa, atingindo a perna de uma mulher. Solarion se distrai e atingido
pelo restante dos disparos. Nenhuma bala atravessa sua pele, mas é como se ele
recebesse vários super-socos.
Finda a munição, Prime corre na direção de Solarion e o
acerta com um soco poderoso o bastante para jogá-lo para longe, indo parar
dentro de um ônibus que acabava de parar no ponto.
— Mas o que está acontecendo aqui?
Solarion houve uma das pessoas dentro do ônibus dizer. Ele
está tonto. Agradece por haver poucos passageiros, por não ter caido em cima de
ninguém e tenta se levantar. Como um animal selvagem, Prime salta sobre
Solário. Os dois atravessam o outro lado do ônibus, indo parar agora dentro do
bar em frente ao ponto.
Prime, por cima de Solarion, começa a socá-lo. Solarion
fecha a guarda, se movimenta como um lutador de jiu-jitsu ele inverte a
situação. No desespero o Androide emite uma corrente elétrica que joga Solarion
para trás mais uma vez. Não se trata de um luta comum, mas um combate entre um
super-humano e um humanoide.
Solarion se levanta e agora tem espaço para gingar. As mãos
de Iron se transformam em espadas e ele avança, sem conseguir atingir seu
rápido oponente.
A vantagem volta a ser de Solarion, que se esquiva e vai
chutando a cabeça de Iron, até arrancá-la de vez.
Deveria ser o fim da luta, mas valendo-se de seus sensores,
Iron continua a golpear. Solarion dá um salto para trás, pegando distância,
gira no ar e desfere não um, mas centenas de chutes, invisíveis ao olho humano,
fazendo Iron em pedaços. Agora sim é o fim…
A luta deixou Solarion exausto. Ele sobrevoa toda a região
do combate, em busca de feridos, usando sua super-visão. É um dia de sorte,
houve somente o caso da mulher atingida na perna, que foi apenas de
raspão. Antes de ir embora, Solarion vê
Ergan sendo preso.
André, Januário e Vidal trocam abraços, a situação havia
criado entre eles uma bela amizade, cujas imagens viralizaram, comovendo todo o
país, forçando o prefeito a voltar atrás em sua decisão.
Nada mais restava a ser feito ali. Solarion voltou para
junto de seus amigos, fazendo mais uma pausa para outro ato heroico, que
anúncio logo que os viu.
— Vocês ficam falando que não me importo… Mas eu sei tudo
que acontece com vocês… Antes de vir pra cá, falei com o seu inquilino, paguei
uma parte do seu aluguel atrasado, semana que vem pago a outra parte. Voltei a
trabalhar no bar do meu tio… Vou fazer tudo o que puder para ajudar vocês… —
José retirou um recibo do bolso e entregou para Osvaldo.
Osvaldo lia o comprovante sem acreditar, seu coração se
encheu de tamanha alegria que esqueceu suas dores.
— Viu, ele ainda é seu irmão do coração! — Cristina apertou
a mão de Osvaldo fortemente, acolhedoramente.
— Você não está sozinho, velho ranzinza! — Brincou Helena,
abraçada a José.
Ficam em silêncio por um breve instante, como se um anjo
tivesse passado, a calmaria que se instalou foi aproveitada ao máximo.
Enquanto isso, na cadeia Engan planejava sua vingança, a paz
de Solarion não iria durar muito tempo.
LUTE POR NÓS, CAMPEÃO DA JUSTIÇA
SOLARION!!!
Continua…
3 Comentários
Um começo bem interessante, num clima que, realmente, remonta a uma época mais inocente das hqs, com personagens que foram bem apresentados.
ResponderExcluirEspero ver mais desse herói.
Parabéns pela estréia
Obrigado, meu amigo. Vamos torcer para o Solarion conquistar o coração das pessoas.
ResponderExcluirGrande Jeremias!
ResponderExcluirSolariun me deu uma nostalgia gostosa...
Herói clássico.
Idealista.
Gostei do que li.
Ansioso pelo próximo capítulo.
Parabéns!