Jiraiya R #12 Quando tudo enfim termina.

Olá Tokuleitores!
E finalmente chegamos ao fim de Jiraiya R.
Agradeço do fundo do coração por todos vocês que chegaram até aqui, nesse episódio final, um pouco maior do que os anteriores, agradeço pelo tempo dispensado a leitura desse texto pelo qual tenho tanto carinho e orgulho.
Espero sinceramente que esse episódio final fique à altura da série original, coloquei muito da minha alma e coração nessa continuação.
Mas, enfim, tudo que um dia começa, também um dia chega ao fim.
Por tanto, sem mais... Boa leitura!

Jiraiya R #12
Quando tudo enfim termina.

Hananin  Agnes já havia controlado o desespero que havia se abatido sobre ela, ao ver o amado sendo vencido e jogado nos esgotos, agora apenas lágrimas rolavam fartas pelo seu rosto, lágrimas pelo destino de Manabu e também do doutor Smith, cuja morte horrível fora descrita pelos seus captores, mas a dor maior era por Toha.

O monstruoso Retsuga parecia sofrer também, andava de um lado para outro, parando apenas para dar cabeças em alguns trechos das paredes do porão, mas a kunoichi nem conseguia raciocinar, procurar uma forma de escapar, nem sequer falar com os colegas, todos ainda desacordados.

Não havia saída que ela conseguisse enxergar.

De repente Retsuga levou uma mão até a nuca e em seguida desabou no chão, erguendo uma imensa nuvem de poeira.

Agnes finalmente vira uma chance de, ao menos, se soltar e ajudar os amigos, mas antes que ela fizesse o primeiro movimento, sentiu seu corpo sendo erguido por braços musculosos, braços que ela conhecia bem.

- Vo-você?

Ela então foi levada dali, assim como todos seus amigos, ao mesmo tempo em que o salvador conseguia sabotar os cabos que alimentavam o portal que Dokussai havia aberto, tudo isso pouco antes de Madogarbo ir buscar novos sacrifícios para seu mestre.

- Mas o que aconteceu aqui? – ele chutou violentamente o gigante caído e o inquiriu, assim que Retsuga pareceu recuperar um pouco de sua consciência, não conseguindo, entretanto, articular nenhuma palavra sobre como todos os prisioneiros haviam sumido. – Maldição! Sua besta inútil...

Alguns instantes se passaram em que o monstro, criado pela antiga organização chamada Byolon, considerava suas opções, desde uma fuga, provavelmente inútil, até revelar o ocorrido a seu mestre, culpando Retsuga, lógico.

Decidiu pela segunda opção e assim que foi alvo de todo o ódio de Dokussai através de uma chuva de impropérios, quando estava prestes a receber um possível golpe mortal da lâmina negra que o outro começara a retirar da bainha, todo o prédio, antiga sede do prostíbulo de Benikiba, estremeceu.

Os dois correram até chegar à fachada do local, ou pelo menos onde deveria estar a fachada, sendo que agora existia apenas um imenso buraco, resultado de uma explosão que causara um incêndio, que ia consumindo lentamente o que restara do móveis.

Dokussai, sem expressar o menor sinal de medo, foi até o buraco, cujas bordas ainda fumegavam e soltavam pequenas partículas de brasa e olhou na direção da rua.

- Mas o que...

- Oninin Dokussai! – a voz soava poderosa pela rua deserta e mal iluminada. – Venha e me enfrente! É hora de pagar por tudo o que você vez!

O indivíduo trajava uma armadura vermelha e dourada que lhe cobria todo o corpo.

Ele usava também o que parecia um tecido negro, na verdade uma veste especial, feita com o mais moderno kevlar existente, sobre os visores brilhava uma leve luz azulada, mas mesmo sem mostrar nenhuma parte do rosto, o intruso emanava uma aura poderosa, visível apenas para os olhos modificados do demônio renascido.

Foi assim que Dokussai teve a certeza de estar diante do inimigo que ele acreditava ter matado e não de algum impostor.

- Sucessor de Togakure! – o ninja executou uma série de movimentos, até ficar parado numa posição de desafio. – Jiraiya!

- Madogarbo... – a voz veio baixa, mas era possível identificar um misto de ódio e excitação, afinal não era todo dia em que se podia matar duas vezes seu pior inimigo. – Reúna nossas forças e destrua esse maldito... Mas não o mate. Sua energia vital servirá para abrir o portal para o Makai...

Sem responder, o servo se retirou e, poucos minutos depois ele seguiu para o combate, lado a lado com vários ninjas zumbificados e o imenso Retsuga, que rugia como uma besta selvagem conforme avançava.

Ainda diante de um belo carro negro, que tinha no porta-mala um lançador de mísseis cujos canos fumegavam, Jiraiya se preparou, respirou fundo e girando sua arma sobre a cabeça fez com que a Espada Ancestral ficasse com a lâmina brilhando.

Retsuga estendeu a mão aberta, seria o suficiente para cobrir a cabeça de seu inimigo, o que ele pretendia para, logo em seguida, partir o pescoço do mesmo, mas sua intenção foi brutalmente interrompida.

Com um movimento absurdamente rápido, Jiraiya desenhou no ar um arco ascendente brilhante, que terminou por decepar o braço do gigante, que deu vários passos para trás, terminando por cair de costas, o toco que restara, quase na altura de seu ombro, exibia agora um ferimento já cauterizado.

Jiraiya não queria que seus inimigos tivessem um fim rápido. Eles sofreriam por toda a dor que haviam causado.

Madogarbo refreou seu avanço, preferindo estudar o inimigo que parecia ter ressurgido com força redobrada e que agora começava a enfrentar os zumbis, cortando-os de forma eficiente, deixando cada oponente incapacitado com apenas um golpe.

Do alto Dokussai acompanhava o combate com ambas as mãos atrás do corpo, numa posição onde suas intenções não podiam ser previstas, mas ele mantinha os olhos fixos em seu inimigo, procurando brechas ou fraquezas que pudessem ser exploradas.

- Sim... Ele está mais forte e rápido, mas ataca apenas com a mão esquerda... A outra já não estava em forma no nosso confronto anterior... Sim, é isso...

Ele levou a mão até o cabo de sua espada, mas antes que pudesse atacar, vários dos zumbis foram atingidos pelo que pareciam projéteis flamejantes, se tornando piras ardentes em formato humano até serem totalmente consumidos.

- Finalmente... – Jiraiya deu uma rápida olhada para trás, vendo quem se juntava ao combate, exibindo um sorriso sob a máscara. – Fiquem à vontade para entrar na festa.

- Essas armas são sensacionais! – Lenin Wild se divertia, disparando em mais dois zumbis. – Muito obrigado Smith!

- Chuva de Pétalas! – Hananin Agnes dava conta de outros três inimigos com seu ataque especial, para só então desembainhar uma espada de lâmina curta, cortando as mãos de outro zumbi que se aproximava. – Essa roupa é demais!

Sua roupa passara por diversas melhorias, como a Armadura Ancestral de seu amado.

O som de passos pesados, parecidos com trovões anunciou a volta ao combate do gigante Retsuga e disparos de energia vieram de armas que surgiram das mãos de Madogarbo, que resolvera deixar seu esconderijo e lutar pela sua vida.

Nesse instante, outros dois combatentes passaram rápido por Agnes e Wild.

- Melhor deixá-los enfrentar seus inimigos sem nos metermos minha cara... – o ninja americano não escondia sua felicidade. - Eles têm acertos para fazer.

Kazenin Storm saltou no meio de sua corrida, terminando por acertar a cabeça de Retsuga, fazendo o mesmo cair pesadamente no chão, mal conseguindo se sustentar por causa do braço perdido.

Ao mesmo tempo Jiban estendia duas pistolas avançadíssimas, lembrando sua Maximillian Gun, mas disparando raios muito mais poderosos, um deles destroçando o ombro esquerdo de Madogarbo, que continuou disparando, tentando barrar o avanço do inimigo.

Os recém-chegados conversavam entre si graças aos comunicadores dados pela I.A. do doutor Smith e usavam diversas melhorias, fazendo finalmente a balança pender para o lado da luz.

Jiraiya olhou para o alto, fixou o olhar em Dokussai e, finalmente livre de distrações e enquanto se preparava para a maior batalha de sua vida, se permitiu deixar a mente viajar para pouco tempo no passado.

XXX

- Se parece com a Armadura Ancestral... Visualmente, mas... É como se emanasse uma aura diferente...

“Projetada por mim e pelo mestre Tetsuzan, pouco depois da derrota da família de feiticeiros, pensamos em como poderia lhe ser útil caso algo acontecesse, algo que estivesse além das forças da Armadura Ancestral original. É a união perfeita de magia e alta tecnologia, forjada com pedaços do mesmo metal do meteoro, usado em todas as suas armaduras. E com o acréscimo de uma Inteligência Artificial de última geração. Eu.”

- E essas outras... – Toha apontou para um expositor próximo. - Coisas...

“Tetsuzan era por demais inteligente e preparou tudo isso não tendo em mente apenas você, mas seus prováveis aliados.”

Com tristeza crescente ele viu outra armadura, protegida dentro de um expositor de vidro, com uma placa que trazia um nome.

“Manabu Yamashi.”

Toha então ergueu o rosto, limpou as lágrimas, respirou fundo e começou a vestir a armadura que havia sido feita exatamente para ele. Mesmo com o tratamento de alta tecnologia que Smith havia lhe ministrado, segundo os cálculos da I.A., ele ainda precisaria de dias de repouso para poder ficar pronto para a luta.

- Tempo é um luxo que não tenho... Vamos fazer o seguinte...

O plano consistia em salvar os prisioneiros, leva-los para o laboratório pelo mesmo caminho dos esgotos, como os drones haviam feito com Toha, deixá-los se recuperando enquanto o ninja iniciava um ataque à base dos inimigos, esperando pelos reforços.

Tudo correra exatamente como Toha queria, tendo o acréscimo de ter sabotado as máquinas de Dokussai, mesmo sem saber exatamente para o que elas serviam e conseguindo que a maioria dos amigos se prontificasse a ajuda-lo, assim que estivessem prontos.

As únicas exceções eram Valérie, obviamente, e Reiha e Spike, ambos feridos demais por terem ficado à mercê dos inimigos por mais tempo que os demais.

Assim Jiraiya se apresentou ao inimigo, usando uma versão mais moderna de seu antigo carro e tendo a situação dos colegas atualizada via comunicador por Smith, por isso ele sabia que, mesmo podendo enfrentar a maioria dos servos de Dokussai, isso acabaria por deixa-lo fraco e cansado para o verdadeiro combate.

Por isso o ninja apenas ganhou tempo até Agnes, Wild, Storm e Jiban chegarem.

XXX

Com um urro Jiraiya se lançou ao ataque, tendo a lâmina de sua espada bloqueada por Dokussai, que apenas desembainhara metade de sua arma para, em seguida empurrar seu inimigo, ganhando assim tempo para se preparar.

- Voltou mais forte então... Pois bem, dessa vez irei parar apenas quando estiver com seu coração, ainda batendo, em minhas mãos!

- Vou dispensar isso... – Ao ninja também assumia uma posição de combate. - Agora você irá perder seu maldito!

A lâmina brilhante da Espada Ancestral desceu contra a cabeça do demônio, sendo bloqueada por pouco, mantendo assim os dois combatentes medindo forças, alheios ao que acontecia logo abaixo.

- Esse era o último... – Agnes se erguia, após destroçar um Jûnin Makumba zumbi, sentindo a adrenalina a mil olhou freneticamente ao redor. - Alguém está precisando de ajuda... Wild? O que está fazendo?

- Apenas me recostando e apreciando o show... – ele se sentava sobre os restos de um carro destruído no combate. - Acredite, nenhum deles precisa, ou mesmo aceitaria, nossa ajuda...

Jiban parou de trocar disparos com Madogarbo e agora ambos acertavam vigorosos socos um no outro, sem sequer parar para se defender, pareciam esperar que um dos dois desistisse, ou que algum ponto vital fosse atingido.

Sem trocar uma palavra, era como se houvesse apenas os dois ali, Madogarbo se lembrou de tudo o que o policial de aço havia lhe tirado, acertando uma sequencia de socos na face do inimigo, ao mesmo tempo em que Jiban, mesmo caindo sobre um de seus joelhos, ainda conseguiu atingir a barriga do monstro.

- Agora eu te destruo! – Madogarbo agarrou Jiban, apoiando um dos pés no pescoço do policial de aço, enquanto começava a puxar um dos braços dele, desfrutando da vitória iminente. – Isso é pelo doutor Jean...

A frase foi interrompida, pois naquele exato instante Jiban puxara uma de suas armas, encostando o cano no queixo do monstro e disparando várias vezes, até que o corpo de Madogarbo caísse inerte para trás, com nada restando de sua cabeça.

- E isso... Isso é por Manabu...

Ao mesmo tempo Storm atingia sem dó vários pontos do corpo de seu imenso oponente, que parecia cada vez mais lento, mesmo antes do combate começar, Retsuga já estava extremamente apático.

Ver sua amada Benikiba morrer de um jeito tão horrível o abalara mais do que seu cérebro, atrofiado por causa das várias alterações genéticas pelas quais passou, conseguia perceber.

Mesmo assim ao menos alguns socos ele acertou, afastando momentaneamente Storm, mas logo o ninja cibernético voltava, usando suas novas armas de forma precisa.

Num movimento rápido, desviando de um chute, o ninja se colocou atrás do gigante, contando-lhe os tendões dos pés, fazendo com que o inimigo desabasse mais uma vez.

Kazenin Storm ficou de pé sobre o peito do outro, a ponta de sua lâmina apontada exatamente para o meio da imensa estrela que o outro trazia em sua testa.

- Me... – as palavras saíram entrecortadas, tamanho o esforço do oponente caído para conseguir dizê-las. – M-me... Mate...

- Nunca pensei no contrário... Pode descansar... Monstro.

E a lâmina penetrou bem no meio dos olhos de Retsuga, partindo sua estrela em duas partes perfeitamente iguais e encerrando de vez uma vida marcada pela dor.

Storm levantou-se sem dizer uma só palavra e, assim como seus colegas, voltou o olhar para a última luta que se desenrolava naquela noite.

Agnes ainda tentou se adiantar na direção de Toha, mas foi impedida por Lenin Wild que, apenas com o olhar mais sério que ela já vira no rosto do amigo, deixou claro que aquela luta seria apenas entre Jiraiya e Dokussai.

Juntando as mãos em oração ela apenas podia assistir e torcer pelo melhor.

Dokussai segurava sua espada com duas mãos, aumentando ainda mais a força de seus ataques, destruindo uma parede inteira quando seu oponente se esquivou, deixando claro que naquele momento, em sua mente cheia de trevas, só importava uma coisa.

Matar Jiraiya.

Já Toha tentava se manter fora do alcance da espada de seu inimigo, evitando até mesmo cruzar as lâminas, uma vez que seu primeiro ataque foi repelido facilmente pelo demoníaco inimigo.

Agora ele tentava ganhar tempo.

Não podia se entregar ao ódio que sentia, isso acabaria embotando seus sentidos, enviando-o por um caminho sem volta, acabaria vencido mais uma vez e isso era algo que ele não iria permitir.

Desse modo ele continuou aquela perigosa dança, atacava, procurando alguma brecha na defesa perfeita do vilão, fugia quando a espada do outro chegava perto demais.

Sem dizer nada, apenas a expressão física era o suficiente, a estratégia do ninja finalmente fez com que Dokussai perdesse a calma e se voltasse contra o que lhe era mais caro, o que havia restado de importante para Jiraiya.

Ele saltou pelo buraco feito na parede do prostíbulo, a espada desenhando no ar um arco negro descendente, um ataque focado em Haninin Agnes, que só conseguiu fechar os olhos, esperando o golpe final.

Um som alto de metal se chocando ecoou pela rua fazendo a kunoichi voltar seu olhar para frente, apenas para ver as costas de seu amado a poucos centímetros de distância.

De pé, as pernas levemente flexionadas e as duas mãos segurando o cabo da Espada Ancestral, de algum modo, talvez por causa da nova armadura, da adrenalina do combate, o amor por Agnes ou por uma união de todos esses fatores, Jiraiya conseguira chegar antes de Dokussai e bloqueado totalmente seu golpe pela primeira vez.

- Nunca mais vou te deixar matar alguém...

- Acha mesma que pode me deter? Eu...

A frase não terminou, pois logo Dokussai foi lançado para longe, após ter seus olhos brevemente cegados pela luz da Espada Ancestral. Ele se apoiou numa parede e recordou de uma sensação que achou que numa mais sentiria.

Dor.

Seguida por medo.

Não aceitando tal situação Dokussai resolveu que não permitiria mais intromissões, em uma área quase esquecida de sua memória continuava a arder toda a humilhação que ele passara quando sua alma negra caiu no Makai, implorando para voltar, para ter uma nova chance de vingança.

Ele se lembrou ainda de quando contatou a filha, agora reduzida a nada mais que uma ordinária cafetã, de como a convenceu a ceder o corpo para que ele pudesse renascer e ainda liderasse o renascimento de sua organização, contatando um sobrevivente da Byolon, fazendo cópias genéticas melhoradas de seus antigos servos e aliados, transformando o inepto Retsuga num monstro.

Jiraiya não lhe roubaria a glória que ele deveria ter tido desde sempre e que lhe fora tirada tantas vezes.

Ele assumiu uma posição de combate, acumulando tanta energia que era possível ver uma aura negra emergindo de seu corpo.

“É agora!”

Jiraiya também se posicionou, a Espada Ancestral refulgia com energia luminosa, brilho esse que se estendia aos visores da armadura, não pela própria energia, mas por uma que o próprio Toha emanava.

A energia de todos que, antes dele, também haviam sido Jiraiya.

O ninja sentia ainda o peito arder por todas as pessoas que sofreram por causa dos planos do demônio que estava à sua frente, principalmente, ele prometeu a si mesmo que a morte de Manabu seria vingada, que mais ninguém morreria pelas mãos daquele monstro.

Os olhares dos dois inimigos se cruzaram uma última vez.

Em seguida se lançaram para o ataque.

Apenas os ciborgues presentes conseguiram ver quando os dois atacantes se encontraram. Os demais viram apenas um borrão.

Sem hesitar, os inimigos estenderam suas espadas e assim que as lâminas se encontraram, as energias causaram uma explosão silenciosa, forçando-os a se afastar poucos centímetros e então ambos aproveitaram o impulso para girar seus corpos, tentando aumentar a força do último golpe que conseguiriam dar.

Duas estocadas, dois corpos atingidos.

Foi dessa maneira, tão rápido quanto começou, que a batalha encontrou seu fim.

Agnes tinha lágrimas nos olhos. O desespero inicial, ao ver a lâmina negra surgindo pelas costas de Toha, na altura de seu ombro esquerdo, foi substituído por um alívio imenso, assim que os dois se viraram lentamente, permitindo vislumbrar a Espada Ancestral atravessando o peito de Dokussai.

- Não... N-não é po-possível... Isso não...

- Ainda... Não... Aprendeu? – Jiraiya sentiu o sangue sair de sua boca e empapar sua máscara, que se retraiu a um comando mental, deixando seu rosto à mostra, ele falava com dificuldade, mas não poderia deixar o inimigo ir embora tão facilmente. – Você nunca vencerá... Nunca... Não importa quantas... Vezes... Você volte... Agora...

Dokusai fechou os olhos, amaldiçoando sua inépcia, sabendo bem o que o esperava agora que iria morrer mais uma vez.

- Espada Ancestral! – o corte da lâmina foi virado para cima e seguiu numa vertical, abrindo caminho pelo tronco de Dokussai, saindo por um dos ombros do vilão. – Técnica do Vento Cortante!

Conforme o nome do golpe dizia, Jiraiya executou diversos cortes, em todas as direções, dilacerando roupas, armadura, o capacete, a carne negra e amaldiçoada, bem como até mesmo a espada de lâmina negra, reduzindo seu oponente a nada mais que uma massa disforme para, logo em seguida liberar a energia da Espada Ancestral.

Dokussai sentiu cada golpe e no final explodiu de forma espetacular e com ele se desfez também o domo de energia negra.

Quando as autoridades chegaram ao local, não encontraram nada, exceto os restos fumegantes de um decadente prostíbulo.

Fim.

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Epílogo.

Alguns meses depois. Apartamento de Toha e Agnes Yamashi.

- Achou minhas botas?

Toha não respondeu, apenas apontou para um canto do dojo, onde geralmente a agora esposa deixava seus apetrechos após os treinos. Ele se mantinha atento ao som de chamada do celular e só quando a ligação caiu na caixa postal ele desligou o aparelho.

- Ela ainda não responde?

- Nem uma palavra... Nada depois dela ter jogado na minha cara que a morte do Manabu foi minha culpa.

- Não se preocupe... – Agnes abraçou o marido carinhosamente pelas costas. – Quando Kei pensar melhor ela mesma vai te procurar... Acredite...

- Certo... – com um sorriso e um aceno positivo com a cabeça, Toha terminou de vestir a armadura, olhando com alegria para sua companheira. - Vamos lá!

Os dois foram até o topo do prédio e após uma última checagem nos sistemas das armaduras, lançaram seus arpeis na lateral de um prédio próximo.

- Pelo visto vamos só nós dois e... – antes de completar a frase, Toha foi interrompido quando Fenrir veio correndo e se jogou nas costas do ninja. – Ai! Precisamos mudar a dieta desse bicho, ele tá muito pesado!

Assim que uma fita metálica foi fixada pela cintura de Jiraiya, evitando assim que o cão viesse a cair enquanto eles se lançavam por entre os prédios os dois se lançaram a um novo hábito que o casal assumira logo após o casamento.

Sair em patrulha pelas ruas de Tóquio, ajudando quem quer que precisasse.

Eles não puderem conter um sorriso quando, ao passar por um outdoor eletrônico viram as imagens da mais recente entrevista com o astro americano, Wild, que anunciava o lançamento de seu primeiro filme “Guerra Mundial Ninja”, já contando com o retorno de dinheiro que garantiria o lançamento de uma continuação “Lenin Wild R – O retorno”.

No alto de um prédio próximo uma figura trajando um extravagante sobretudo branco observava o casal, levantando um dos punhos e se voltando para um anel na forma de uma caveira demoníaca.

- São eles Zaruba?

- Parece que sim Kouga... O que pretende fazer agora?

Sem que uma resposta fosse dada, o observador simplesmente seguiu o caminho mais rápido na direção das ruas da cidade.

Longe de Tóquio, numa propriedade pertencente ao clã ninja dos Hananin, uma figura feminina permanecia de pé, diante do lago que servia de prisão para a armadura amaldiçoada de Satã Ashura.

Ela vestia apenas um robe transparente, que deixou cair deslizando por sua pele, já arrepiada de frio e excitação, conforme uma leve distorção surgia no ar ao seu lado, dando passagem para uma nuvem negra que logo a rodeou, tomando seu corpo por todos os poros, numa invasão cheia de maldade e lascívia.

A mulher gemeu, estremeceu o corpo como se atingisse um orgasmo e, apoiando a mão direita numa árvore próxima, endireitou-se, na mente uma voz monstruosa era ouvida.

“Então, em nome da vingança, aceitará meus termos? Uma vez aceito o pacto, o mesmo não poderá ser quebrado.”

- Não pude evitar as mortes de meu pai ou meu irmão... – o rosto de Kei Yamashi agora parecia tomado por uma sombra, deixando-a com um semblante entre o sensual e o maligno – Meu ódio por aquele que não os salvou é imenso, mas em nada se compara com a sede por vingança contra a mão que tirou de mim meu irmãozinho... Se me der os meios para me vingar do maldito Dokussai... Serei totalmente sua...

Novamente o corpo dela se moveu de forma brutal, ela sentia como se fosse violada física e espiritualmente, acabando por cair no chão, tendo espasmos, mas pouco tempo depois Rei se ergueu, o belo rosto agora transformando em algo irreconhecível, tamanha crueldade que deixava transparecer.

Ela se voltou para o lago, estendendo sua mão, os dedos lembravam garras demoníacas.

- Erga-se... Satã Ashura... E venha conhecer sua nova mestra...

Continua na nova série do Universo de Jiraiya R

Jiraiya VS Garo – A Guerra Makai.