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Kamen Rider Peacemaker #9.


E é isso aí Tokuleitores!
Chegamos ao fim dessa minisserie focada nos pais do Aruto Hiden, o Kamen Rider Zero.
Espero que gostem!
E sem mais delongas... Boa leitura!

Kamen Rider

Peacemaker #9

Quando a guerra chega ao fim.


Soreo Hiden estava parado diante de seus vários inimigos, o peito se movia de forma ritmada, mostrando como ele se esforçava para controlar seu corpo, agora inundado por uma força imensa, devido à nova armadura.

 

A Peacewarrior começou a ser desenvolvida logo após a primeira missão dele como Kamen Rider, mas não fora usada em nenhum momento devido ao stress a que o corpo seria submetido, perigo descoberto antes mesmo do primeiro teste em humanos.

 

Os HumaGears submetidos ao teste da armadura precisaram ser totalmente reciclados, ficando inoperantes em pouco tempo de uso, alguns mal conseguindo dar um passo depois do experimento.

 

Assim que Soreo entrou em contato com sua equipe e seu pai, depois de vários pedidos de desculpa por ter fugido ao ouvir a conversa que eles estavam tendo, ele pediu para que Hideki e Karin trouxessem a armadura experimental.

 

Mesmo sob uma chuva de protestos eles acabaram acatando o pedido, quase uma ordem, do amigo desesperado.

 

O resultado eles viam agora, com o mesmo Soreo, permanecendo precariamente de pé, com as partes brancas da nova armadura ficando vermelhas devido às miras laser das dezenas de armas apontadas para ele.

 

De forma lenta e, aparentemente, dolorosa, ele ergueu o punho direito até ficar diante de seu rosto, por dentro da máscara Soreo suava em profusão, tamanha a dificuldade de se mover, mas ele não podia sequer pensar em desistir agora.

 

Mesmo que custasse sua vida, ele libertaria sua mulher do jugo do maldito Mercador da Guerra.

 

Não havia outra opção para ele.

 

Por isso, em meio a gemidos de dor, ele acionou o escudo da Peacewarrior, que era bem maior que o de sua armadura anterior, firmou um dos pés e então, sob uma saraivada de tiros de energia, partiu para o combate.

 

O primeiro grupo de soldados do Mercador da Guerra, com cerca de dez WarGears, avançou sem o menor sinal de medo, uma das várias “vantagens” que o doutor Sato oferecia aos seus clientes.

 

Ainda assim quando o Peacewarrior, ao se defender de um ataque, literalmente enterrou seu punho na cabeça de um dos oponentes, todos os demais chegaram a dar um passo para trás, mostrando um receio que não deveriam ter.

 

De modo surpreendente, mostrando um controle que nem mesmo seus colegas acreditavam que ele teria, Soreo deitou o WarGear do modo mais gentil possível, se erguendo em seguida e, mais uma vez, assumindo uma posição de combate.

 

Sem conseguir articular palavras pelo esforço de usar a nova armadura, Soreo, já encharcado de suor, torcia para que eles entendessem que não era seu objetivo destruir todos os WarGear, mas que não deixaria nada entre ele e a libertação de sua esposa.

 

Foi necessário o doutor Sato acionar algumas salvaguardas instaladas nos software de suas criações, para que os demais soldados partissem para o ataque.

 

Com o escudo acionado, os tiros de energia não eram um problema para o avanço do Peacewarrior e, assim que ele havia se aproximado o suficiente,  seus inimigos cessaram os disparos, para não acertarem em si e nos demais companheiros.

 

O combate corpo a corpo, então, teve início.

 

Soreo tinha dificuldades para controlar seus movimentos, depois do primeiro inimigo derrubado, ele tentava evitar que seus golpes ou saíssem com força total, ou que atingissem pontos vitais dos inimigos.

 

Um dos soldados teve o cotovelo quebrado, dobrando o braço pelo lado contrário, bem como os dois joelhos quebrados, sendo jogado, em seguida, sobre a calçada, onde ele ficaria até ser resgatado por Hideki e Karin, para depois ser reformatado para um HumaGear.

 

- Matem ele! Vão todos para cima do desgraçado!

 

O doutor Sato gritava de forma histérica, dando passos para longe do combate, voltando para o veículo que o trouxera até ali à procura de abrigo,  sentando numa confortável poltrona, tentando se acalmar, usando um composto de drogas criado por ele mesmo que o fariam relaxar.

 

Assim que as veias do cientista, que apresentava marcas de injeção por boa parte do antebraço, começaram a ser invadidas pelo líquido azulado, como de costume, o homem conhecido como “Mercador da Guerra” teve a mente arrastada para o passado.

 

E ele relembrou.

 

Os primeiros HumaGears, ainda sem o revestimento dérmico que simulava pele, já deixavam claro todas as possibilidades futuras, pois eles haviam conseguido, na cabeça deturpada de Sato graças a ele, formar redes neurais que simularam com perfeição as humanas.

 

Melhor que tudo, eles seriam totalmente obedientes aos seres humanos.

 

Foi o que ele quis mostrar aos acionistas das Industrias Hiden, numa das mais desastrosas demonstrações de produtos que a empresa já vira desde seu nascimento, alguns anos atrás.

 

Todos estavam sentados em suas confortáveis poltronas, alguns mexendo nos celulares recém lançados no mercado com tecnologia de touch nas telas, aprendendo os limites da nova tecnologia, aguardando ansiosos e nervosos pela revelação incrível, prometida por Sato.

 

Até mesmo Korenosuke havia sido mantido no escuro, não por vontade própria, mas pelo valor que o cientista havia trazido para a empresa, bem como todo o avanço na criação dos HumaGears.

 

O modo do cientista se portar, no entanto, fora um problema desde sua contratação, agindo com arrogância excessiva, destratando seus comandados, tendo ataques histéricos por motivos pífios, como na vez em que ele prendeu a mão de um assistente numa mesa, atravessando-a com uma chave de fenda, apenas porque o rapaz havia derrubado a ferramenta durante uma “onda de inspiração”, como Sato chamava os momentos em que ele dizia precisar de todo silêncio possível para que sua genialidade fluísse.

 

Korenosuke em pessoa acompanhou o ferido até o melhor hospital da cidade, cobriu todo o tratamento e, quando o jovem resolveu que não poderia mais continuar nas Industrias Hiden, o presidente tratou de encaminhá-lo para a melhor empresa possível.

 

Desde aquele dia, ele só não conseguiu demitir Sato por pressão dos mesmos acionistas que estavam na sala de reunião, todos dizendo que uma mente tão brilhante não surgiria tão cedo e não poderiam deixar tal talento acabar indo para alguma concorrente.

 

Assim que o cientista entrou na sala de reunião, o presidente da empresa sentiu um arrepio subir pela espinha, pois Sato vinha acompanhado de dois HumaGears, mas o que deixou Korenosuke desconfortável foi o fato deles estarem portando rifles laser, arma padrão do exército do Japão.

 

- Sato…

 

- Não se preocupe senhor presidente… Senhores acionistas… Posso garantir que tenho tudo sob controle… Assim que eu acionar o dispositivo que está em minha orelha, nossos robôs serão obrigados a me obedecer… Quero, por meio dessa demonstração, deixar claro o quanto as Industrias Hiden pode lucrar caso deixemos o escopo de, como eu vejo, “robôs de estimação” de lado, para investirmos onde virão os melhores contratos… Na área militar.

 

- Estamos trabalhando sem parar para cobrir todas as possibilidades e instalar salvaguardas nas mentes eletrônicas dos HumaGears, pensando na segurança dos humanos com os quais eles deverão se relacionar… Tempo e recursos dispendiosos que poderiam ser poupados, caso os nossos esforços fossem direcionados para a criação e uso de um exército totalmente subserviente que poderia ser usado exatamente para poupar vidas humanas… - Sato então levou a mão ao aparelho localizado em sua orelha, acionando um pequenino botão. - Eu lhes apresento… Os WarGear!

 

Nesse momento os dois androides, ainda sem a camada dérmica usada para deixá-los com aspecto humano, empunharam seus rifles na direção dos acionistas que, em pânico, começaram a se levantar das cadeiras, pretendendo fugir.

 

- Calma senhores… Calma… Garanto que está tudo sob controle… Demonstrarei isso agora… WarGears… Apontem as armas um para o outro… - assim eles o fizeram, deixando Sato tão satisfeito que não escondia um estranho sorriso sádico, antes de dar as próximas ordens. - Agora… Atirem um no outro.

 

Silêncio.

 

Os fones que ambos os androides traziam na cabeça, um dos modos escolhidos pela empresa para diferenciá-los dos humanos, exibiam círculos holográficos que representavam o modo como seus cérebros artificiais computavam as ordens recebidas.

 

- WarGears… - Korenosuke percebeu de imediato o momento em que o cientista parecia sofrer uma transformação, o sorriso arrogante sumindo e o rosto virando uma máscara de ódio. - Vocês tem suas ordens… Não me façam repetir.

 

Novamente os WarGears permaneceram em silêncio, ainda computando as ordens que haviam sido dadas, até que as imagens holográficas dos fones mudaram da cor azul para a vermelha.

 

No instante seguinte um deles disparou no outro, como Sato havia ordenado, deixando o cientista satisfeito, o sorriso voltando, mas o momento passou, quando o WarGear que atacou o outro se voltou para os humanos, rifle em punho, ignorando as ordens desesperadas para que ele abaixasse a arma.

 

E então ele abriu fogo.

 

- Sato… - horas mais tarde um desgastado Korenosuke Hiden entrava no escritório do doutor Sato, sob os ombros o peso de uma desastrosa demonstração, cujo resultado foram três acionistas mortos, vários outros feridos e um androide que, após seguir as ordens que haviam sido dadas, disparou contra os humanos e então na própria cabeça. - Precisamos conversar e…

 

- Senhor Hiden… A culpa não foi minha… Acredito que os meus assistentes devem ter errado algumas casas decimais na programação dos…

 

- Sato… - o presidente ergueu uma mão espalmada, deixando claro que o cientista deveria se calar, o que ele fez de imediato. - Seu gênio é inegável e por isso tanto eu quanto todos os outros acionistas acabamos virando o rosto e deixando de lado vários dos problemas que o seu… Temperamento… causou… Mas… Olhe o que aconteceu agora… Não dá mais para fazermos vista grossa…

 

- Senhor Hiden… E-eu..

 

- Por favor… Pegue seus pertences e se encaminhe para a saída… A partir de agora você não faz mais parte das Industrias Hiden.

 

O ódio crescia cada vez que Sato relembrava da sequência de eventos, com ele sendo revistado ao sair da sede da empresa, todos os assistentes se reunindo em grupos, fingindo conversar apenas para ver ele saindo. Depois a humilhação de bater de porta em porta, de praticamente todas as empresas de robótica da cidade e sistematicamente ter as mesmas batidas na sua cara.

 

Sato atingiu o fundo do poço ao conseguir entrar em uma clínica clandestina de próteses, muitas vezes usada para recuperar criminosos feridos ou, em muitos casos, equipar capangas, com braços que se transformavam em armas de fogo, por exemplo.

 

Nessa época ele fez uma pequena fortuna, ao ser apadrinhado por um dos mais proeminentes chefes do crime de Tóquio, conseguindo assim iniciar sua própria carreira, se tornando o homem conhecido como Mercador da Guerra.

 

O efeito das drogas acabou por diminuir, permitindo assim que ele visse,   através de vários monitores, o modo como o Peacewarrior continuava a derrubar seus soldados.

 

“Soreo… Seus sinais vitais estão uma loucura! Você precisa desativar a armadura e...”

 

- De jeito nenhum Karin… - o Rider continuava a desmantelar os soldados, sem perder de vista os maiores perigos, que ainda não haviam entrado na luta. - Não posso nem pensar em sair daqui sem ela… Não tem como… - agora ele destruía, com golpes da mão direita aberta, as armas de alguns soldados que se aproximaram demais. - Fiquem sobrevoando e entrem em contato com as autoridades para iniciar uma evacuação da área… E para evitar que mandem policias para cá… Eles não teriam chance contra esses WarGears…

 

No instante seguinte, para não dar chance dos amigos replicarem, Soreo desligava o comunicador.

 

- Warhammer, venha cá. - de dentro do veículo blindado Sato, percebendo a derrota iminente, redefinia suas estratégias. - Phoneutria, destrua esse bastardo.

 

Finalmente a WarGear venenosa partiu para o combate, antigamente ela teria aberto caminho destroçando os soldados que não conseguissem sair de seu caminho, mas depois do ocorrido nas selvas sul americanas, algo havia corrompido seus sistemas, ela agora acabava questionando as ordens que recebia e não conseguia mais ser tão impiedosa.

 

Não foram poucas as vezes em que foi necessário que o Mercador da Guerra precisasse usar um choque neural para que ela o obedecesse.

 

Naquele momento, no entanto, por acreditar que Peacewarrior queria levar Warhammer para destruí-la, conforme dizia a informação que fora incrustada em sua programação, ela lutava como nunca havia feito em sua existência.

 

Por isso ela avançou com força total, fazendo suas garras venenosas passarem raspando pela placa peitoral do inimigo, deixando faíscas e jorros de veneno para trás, conforme conseguia fazer o Rider dar alguns passos para trás.

 

Ela não perderia sua amiga.

 

Soreo reparou no modo como a oponente agia com muito mais raiva nos golpes, deu graças pela nova armadura contar com muito mais proteção, a dupla de amigos Karin e Hideki haviam redobrado esforços para fazer daquele o melhor traje Rider até então.

 

Por isso ele era atingido seguidamente, mas não sofria nenhum dano considerável, conseguindo, pouco a pouco perceber um padrão nos ataques, algo comum a todos os WarGears pois, não tendo imaginação, tendiam a atacar apenas de uma maneira, estivessem ou não num frenesi de combate.

 

Foi assim que primeiro Soreo conseguiu quebrar o ponto de articulação do punho direito, eliminando assim o perigo das garras de veneno para, em seguida, conter um dos chutes quebrando o joelho da oponente, que caiu no chão sem oferecer mais perigo.

 

- Em breve alguém virá te recolher… Agora eu vou…

 

Seu avanço, no entanto, foi detido quando a inimiga caída agarrou seu pé com a mão que ainda funcionava.

 

- Você… Não vai… Destruir… Minha… Amiga…

 

- Eu não vim destruir nada… - Soreo mal conseguia ficar em pé, por isso torcia para convencer a WarGear caída a desistir. -  Vim para libertar minha esposa.

 

Aquela afirmação foi registrada no cérebro eletrônico da WarGear, conforme ela relembrava de uma conversa com sua amiga, quando o controle do Mercador da Guerra havia enfraquecido, por isso soltou Soreo e permaneceu caída, a cabeça tendo leves espasmos, conforme a vontade de proteger sua amiga entrava em conflito com o que o Rider havia dito, pois libertá-la seria também uma maneira de protegê-la.

 

Uma vez livre Soreo, no auge do esforço, começou a se encaminhar para o blindado do Mercador da Guerra, sentindo o gosto de sangue tomar sua boca, um filete escorrendo pelo canto de seu queixo, tendo a certeza de que seu corpo estava prestes a entrar em colapso.

 

Ainda assim ele não desistiria, não havia chegado até ali para permitir que seu próprio corpo o impedisse de completar sua missão, por isso ele continuou até chegar à porta de correr do veículo.

 

- Pessoal… Vou entrar no veículo do maldito… Fiquem preparados, mas mantenham distância…

 

Ele então enterrou os dedos no metal e, mandando para o inferno o modo como o corpo reclamava das dores que estava sentindo, começou a puxar.

 

Uma vez, duas, três vezes.

 

Com um urro animalesco, misto de dor e esforço, ele finalmente abriu o veículo e, sem conseguir disfarçar sua dor, entrou.

 

- Bem vindo senhor Hiden… - o doutor Sato estava sentado numa moderna poltrona, vários tubos enfiados em sua carne, ligando-o ao maquinário que o rodeava, no rosto um sorriso insano. - Ou senhor Hiden é apenas seu pai? Posso te chamar só de Soreo?

 

Perto dele estava Warhammer, sentada no piso do blindado, com vários cabos ligados à sua armadura, apática, sem se mexer, Soreo só percebeu que ela estava viva graças aos sensores de sua armadura.

 

- Solta ela. Agora.

 

- Ora… Mas não vamos nem conversar? Sente-se, eu…

 

“Tem algo errado...” Soreo já não prestava atenção nas palavras do inimigo, pois ouvia os avisos de seus dois companheiros “Nossos sensores estão captando umas leituras malucas vindas do Blindado...”

 

- Tá me ignorando? Ah… Na verdade seus amigos devem estar percebendo o aumento na temperatura do blindado, bem como de vários outros elementos que não deveriam existir no meu carro… Pode poupá-los de ficar buscando dados… Eu te explico… Assim que vi que essa sua soberba armadura seria capaz de fazer frente aos WarGears que haviam me sobrado, eu fiz questão de trazer sua adorável esposa para o meu lado, nos ligando aos aparelhos de meu veículo e iniciando o programa de auto destruição dela…

 

- O que… Não!

 

- Ah, sim… Com certeza… Agora estamos os dois ligados ao Blindado, toda e qualquer tentativa de nos tirar daqui resultará na explosão imediata… se tentarem desativar a distância, ela explodirá... Não permitirei ser humilhado sendo preso e julgado, sendo que não cometi crime algum… Eu só queria eliminar a perda de vidas humanas nos campos de batalha…

 

- E lucrar muito com isso não é, seu maldito?

 

- Seu pai faz HumaGears de graça meu caro?

 

Soreo ignorou o comentário, indo até Warhammer, conseguindo após alguns instantes retirar o capacete dela, revelando o rosto apático de sua esposa.

 

- Yoshino! Olhe para mim!

 

- Há! Inútil… A mente dela está sob meu controle… Nós dois iremos pelos ares… Para você será uma derrota total, perdendo sua amada, tendo chegado tão perto de libertá-la… Algo que vai te consumir para sempre... Para mim, terei o nome imortalizado como o cientista que deu o primeiro passo para um tipo totalmente novo de guerra! Eu serei eterno!

 

- Cale-se! - Soreo tirou seu próprio capacete, tentando fazer sua esposa despertar, pensando de forma frenética numa forma de salvá-la, tentando, em vão, ignorar o riso descontrolado e debochado do inimigo, até fechar os olhos, respirar fundo e tomar uma decisão. - Hideki, Karin, preciso que vocês façam algo para mim… Sim, Não temos muito tempo… Quero que apaguem completamente todo e qualquer dado referente ao Doutor Sato, bem como sua alcunha de Mercador da Guerra. Apaguem tudo de forma que nunca, ninguém saberá que ele existiu. Agora… Não discutam…. Apenas façam.

 

Só então ele deu uma olhada no doutor Sato que, vendo o que seu inimigo fizera e entendendo que seu blefe havia falhado, agora tentava desesperadamente se desvencilhar da poltrona, puxando os cabos, ferindo seu corpo, gritando histericamente.

 

- Me tira daqui! A gente precisa correr para longe!

 

- Desativa a autodestruição!

 

- Não posso! E não dá nem pra tirar ela da armadura! Ela está condenada! Me salva! Eu faço tudo o que você quiser…

 

- Liberta a mente dela. Definitivamente. Agora.

 

- Não… Eu…

 

- Agora!

 

Em desespero o Mercador da Guerra desativou os protocolos que mantinham a mente de Yoshina aprisionada no corpo de Warhammer.

 

- Soreo? É você?

 

- Sim meu amor… - ele então se ajoelhou diante da esposa, tocou-lhe os lábios com ternura e lágrimas nos olhos. - Só um minuto…

 

Soreo caminhou até onde estava seu inimigo, que continuava tentando se livrar da poltrona, pegou uma barra de ferro de uma das laterais do Blindado e a torceu ao redor do cientista, prendendo-o de uma forma impossível de escapar.

 

- Gente… Alguma boa notícia?

 

“Soreo! Entramos no sistema do Blindado, mas não tem como desativar a bomba! Nem soltar a Yoshina! Conseguimos evacuar a área, mas você precisa sair daí! Não tem nem direito cinco minutos antes do fim!”

 

- Então preciso fazer valer cada minuto… Adeus amigos… Peçam para meu pai cuidar do Aruto… E quando ele for maduro o suficiente, façam com que minhas mensagens cheguem até ele… Karen, Hideki… Eu não poderia ter tido amigos melhores. Amo vocês. Adeus.

 

No instante seguinte ele desativou seu comunicador e, finalmente colocando uma mordaça no homem que, por sua ganância os conduzira até aquele momento terrível, sentou-se ao lado de sua esposa.

 

- Acabou?

 

- Sim minha querida… Não do jeito que eu queria… Mas sim… Acabou…

 

- Não adianta pedir para você ir embora não é?

 

- Você me conhece…

 

- E o nosso filho Soreo? O que vai ser dele?

 

- Meu pai vai criar o Aruto muito bem… O garoto tem seu gênio… Nunca vai desistir  de lutar pela felicidade, dele de dos outros…

 

- Ele também é teimoso como você… Nossa, como que queria ter visto ele crescer…

 

- Nós veremos meu amor… De algum modo, de algum lugar, nós veremos…

 

A contagem chegou nos segundos finais.

 

Um cientista finalmente percebia todo o mal que causara e, se lembrando que acabaria sendo esquecido pela humanidade, chegou à conclusão que não valera a pena.

 

Soreo e Yoshina trocaram um beijo e assim, de lábios e corações ligados, encontraram seu fim em paz.

 

A explosão levou consigo vários quarteirões da cidade, mas nenhum grupo ou pessoa assumiu a autoria do incidente, que vaporizou veículos, casas e, principalmente, todo e qualquer vestígio dos WarGears.

 

Korenosuke Hiden cuidou de Aruto até o dia em que morreu, quando o rapaz foi escolhido como presidente das Industrias Hiden e, enfrentando uma nova ameaça ao planeta, se tornou o Kamen Rider Zero One.

 

Karin e Hideki trataram de seguir e apagar todo e qualquer traço de informação, que sequer citasse o doutor Sato ou o seu pseudônimo, terminando por finalmente admitir os sentimentos um pelo outro, casaram e se mudaram para os EUA onde seguem trabalhando para melhorar a armadura de Peacewarrior e também desenvolver um modelo feminino.

 

Nunca se sabe quando alguém como o Mercador da Guerra poderia surgir.

 

Anos depois de encontrar seu fim, as gravações de Soreo chegaram a seu filho que, ao entender o que tinha em mãos, se afundou na poltrona da presidência, tentando decidir o que iria fazer a seguir.

 

Sua decisão, no entanto, é história para outro momento.

 

FIM?

 Ilustração da Armadura Peacewarrior





6 Comentários

  1. Desenhos lindos e história digna de representar uma sequência real de zero one. Na verdade não uma sequência, mas a origem de Zero One.

    O fim trágico de Soreo e sua amada para acabar com o oncirntista foi magistral. Obra de arte.

    Pena que foi tão curto... Mas, sei que você gosta mais do formato de mini série.

    Tomara que haja uma segunda temporada.

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    1. Valeu amigo!
      Tentei fazer o meu melhor para honrar uma série que eu curti de montão...
      Esse final eu pensei desde o primeiro capitulo, por isso tbm decidi não estender demais, a qualidade, com certeza, cairia muito.
      Valeu mesmo pela leitura e comentário!

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  2. SOBERBO!! MARAVILHOSO!! ARRANCOU LÁGRIMAS DOS MEUS OLHOS, TÔ EMOCIONADO AQUI!! Nossa cara, que história, que final, que trama! Ver o Soreo ter sempre decisões acertadas apesar de extremas, a fidelidade de sua equipe para com ele, os planos estratégias muito bem boladas, as sacadas adultas e coerentes como de apagar tudo sobre o Sato, tirando dele o que ele mais queria, o nome na história como alguém importante! As cenas da batalha dele tanto contra a armadura que o debilitava quanto contra os outros inimigos foi fantástica, o poder da PeaceWarrior magnânimo e além disso, ainda tirasse um tempo para tratar de forma mais que merecia a Phoneutria, algo que me doeu ver a forma como ela trepidava a cabeça em um tipo de colapso mental e físico! O fim do episódio então nem se fala, ver ele desistir de tudo pra ficar com sua esposa, ver ele renunciar até mesmo o filho pra ficar com ela, é algo que choca, comove e emociona... Mais um final espetacular, mais uma saga incrível, mais um ícone aos teus trabalhos, quando eu assistir Zero One vou lembrar que antes dele houveram todos esses acontecimentos e tenho certeza, terei um aproveitamento muito maior da série, graças ao teu trabalho primoroso aqui com PeaceMaker! Parabéns meu amigo, escrita e obra fenomenal, simplesmente fantástico! \0/

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    1. Muito, muito obrigado mesmo mestre dos comentários! E vamos a ele.
      Como na série de origem, a Kamen Rider Zero One, já havia estabelecido que o Aruto perdeu os pais quando pequeno, um dos primeiros pontos que eu tinha decidido seria de que nenhum deles sobreviveria ao final da serie, daí nesse capítulo eu tinha diante de mim duas opções.. ou eu os faria praticamente lutar até a morte,ou poderia focar boa parte do capítulo mostrando quem era de verdade o abjeto Mestre da Guerra, daí o desfecho foi se montando, com espaço para mostrar o fim da Phoneutria, cuja dica de humanização eu já havia dado lá atrás e acabou que nesse capítulo decidi por um final mais emocional e com menos ação.
      Apesar de ser um spin off de Zero One eu tomei muito cuidado para fazer o mínimo de coyacoez a série original,mas fico feliz se, qua só você chegar nela, meu texto te ajude a curtir mais.
      Obrigado de coração pelos comentários e por todo tempo que decidiu a essa leitura. Valeu!!

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  3. Impactado e emocionado.

    Final soberbo!

    Heróis são assim...

    O ato heróico de Soreo, arrancou lágrimas.

    Morreu ao lado de sua esposa, mas, não deixou de fazer o que sua consciência lhe dizia o que era o certo.

    Se sacrificou pela paz!

    Foi algo muito triste e impactante.

    No entanto, não havia escolha ...

    O destino as vezes nos faz decidir por escolhas extremas, mas que a história mostra ser acertada.


    Viver ou morrer?
    Ganhar ou perder?



    Nem sempre as coisas saem como desejamos...

    Nossas decisões é que ditarão se acertamos ou erramos .

    Você conseguiu com maestria passar essa lição.



    Ao se inspirar no pai , certamente Aruto se tornará um grande Kamen Rider, como de fato, se tornou na série Zero One.


    Mais um grande final, de uma mini saga muito bem escrita .


    Parabéns também pelas ilustrações!

    Ficaram show de bola!


    Cada vez mais seu fã!


    Tenho aprendido muito com você!


    Bora para o universo do Dominio Mitico e Guerra na Sarjeta .


    Abraços!

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    1. Obrigado mesmo pela leitura e comentários meu amigo!
      Tentei nesse capítulo criar um clima mais dramático, por isso fiz o Soreo escolher ficar com a esposa, do que deixá-la para morrer sozinha... Espero não ter pesado demais a mão...
      Aruto se tornou um grande herói, muito propenso a se sacrificar pelos outros, tentei passar de onde ele puxou isso nessa mini.
      Agradeço os elogios! Voc~e tá cada dia mandando melhor na escrita, por ter certeza disso.
      Espero que curta meus outros universos.
      Valeu mesmo, de coração!

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