Jiraiya R #8 - Recuperação.

Olá Tokuleitores!
A série avança agora para acontecimentos trágicos, seguindo firme para o seu final.
Conseguirá Jiraiya sobreviver a um inimigo cujos objetivos ainda estão tão obscuros?
Descubra já!

Jiraiya R #8
Recuperação.

Toha acordara de algo que só poderia ter sido o pior dos pesadelos, onde ele enfrentava mais um inimigo que voltava de seu passado e acabava sendo salvo por dois amigos que não via a tempos.

Assim que tentou erguer o corpo, mal conseguiu mover um dedo ou mesmo soltar o mais baixo gemido, tamanha a dor que pareceu toma-lo por completo. O mais simples movimento resultava em agonia, tal qual ser queimado vivo, lembrando-o até mesmo do combate com Kanin Dragon.

Foi nesse momento que ele se lembrou de quem esteva caída ao seu lado, antes dele apagar.

- A... Agnes...

As palavras pareceram arranhar sua garganta, mas foram o suficiente para fazer com que alguém aparecesse em seu campo de visão, uma vez que, para crescente pavor do ninja, nem mesmo a cabeça ele conseguia mover.

Ele reconheceu o rosto do policial Naoto Tamura.

- Eu falei que meus receptores auditivos tinham captado algo... Ele acordou.

Mais rápido do que qualquer outra pessoa presente, Agnes se colocou ajoelhada ao lado do amado, colocando carinhosamente uma mão sobre seu peito, falando baixo, quase uma prece, com lágrimas de alegria e alívio preenchendo seus belos olhos.

- Não tente se mover meu amor... E não se preocupe... Estamos em segurança agora, apenas descanse e deixe seu corpo se recuperar...

Três dias de agonia intensa se passaram antes que Toha pudesse se levantar e, nesse período, os amigos foram se revezando para garantir que sua recuperação fosse completa. Até mesmo Kazenin Storm acabou trocando curativos quando Agnes, extremamente exausta, precisou ser literalmente carregada do lado do namorado pelo policial de aço.

Na manhã do quarto dia, Jiban, Storm, Agnes, com Fenrir ao seu lado, tomavam um laudo café da manhã preparado por uma Kaio Tsumoto extremamente feliz por cuidar de tantos, como ela sempre falava, jovens maravilhosos.

- Espero que tenham deixado um pouco para mim... Tô com o estômago roncando depois desse tempo todo só tomando aquele chá horroroso...

Mais do que depressa ele precisou compensar o peso que se instalou sobre seu corpo, quando sua namorada literalmente voou até seu pescoço, para não cair, não conseguindo, entretanto evitar o quase sufocamento.

Agnes sentiu as faces ruborizarem ao se lembrar das demais pessoas que assistiam ao seu arroubo, descendo lentamente dos braços do amado e indo rapidamente pegar uma xícara, enchendo-a com café e colocando com cuidado nas mãos de Toha, que a abraçou com um braço enquanto dava um gole na bebida quente e seguia com ela até onde seus amigos se encontravam sentados.

- Pessoal... Não lembro direito do que aconteceu, mas se estamos todos aqui é por que vocês, com certeza, nos ajudaram contra o Tetsunin Steel… Muito obrigado...

Os dois ciborgues pareceram extremamente envergonhados, desviando o olhar e passando uma mão pela nuca, deixando Toha com uma expressão de desentendimento, até que a senhora Tsumoto tomou a palavra.

- Esses dois tolos estão sem graça de contar a verdade... Tsc, tsc...

- Hein? Que verdade?

Mais silêncio.

- Ora, mas pelo amor... - Kaio largou o que estava fazendo e praticamente arrastou Agnes até a frente dos três guerreiros, deixando a bela kunoichi vermelha. - Eles estão com vergonha de dizer que foram salvos por essa bela mocinha aqui...

Toha não se surpreendeu pela revelação, ao invés disso ele se levantou e tomou na namorada num longo beijo apaixonado, só então se voltando para os demais amigos.

- Bem... Desculpem, mas, na verdade, eu estava com muita saudade dela... Então, quem vai me contar o que aconteceu quando eu apaguei?

Eles se entreolharam e foi Naoto quem tomou a palavra.

- Bem... Posso dizer que tudo começou quando recebi a denúncia de quem um tipo de monstro estava atacando pessoas pelas entradas do interior do país...

“Pensei que poderia se tratar de alguma criação da Biolon e fui investigar de imediato, sem avisar ninguém dos detalhes e acabei encontrando com o Storm, mas por ele estar com um visual totalmente diferente do que eu tinha em meu banco de dados e por ele não me ter me conhecido, acabamos caindo no maior dos clichês...

A luta foi brutal.

Por termos uma maior resistência à dor e não nos ferimos facilmente, acabamos por nos acertar por mais de uma hora, para só então tentarmos conversar, mas acabamos sendo atacados por Tetsunin Steel, que havia preparado uma armadilha, quase nos destruindo.

Assim que conseguimos nos recuperar partimos para Tóquio o mais rápido que conseguimos, seguindo as pistas que ele havia deixado para trás, mas só conseguimos alcançá-lo quando ele estava prestes a te matar.

Destruí parte do braço dele com a Maximilian Gun e logo depois Storm cortou fora uma de suas pernas, fazendo-o cair pesado.

Como parecia que tínhamos vencido, logo corremos para ajudar vocês três, mas acabamos caindo na armadilha que o maldito havia preparado.

Vários novos cabos saíram de dentro das áreas que havíamos atingido e logo fomos paralisados por uma nova onda elétrica.

Estaríamos acabados se não fosse por ela.”

Com orgulho e admiração crescentes Toha acompanhou o relato de como Hananin Agnes havia, não apenas se levantado, mas cortado os cabos de Steel usando, nada mais nada menos, a Espada Ancestral, que havia caído perto dela quando o namorado foi atingido.

- Você não vai chegar perto dele outra vez!

O vilão tentou se defender, erguendo o braço metálico que ainda estava inteiro, mas a guerreira conseguiu seccioná-lo na altura do ombro e, sem dar chance de um contra ataque como o que paralisara seus companheiros, enterrou a espada no toco que restara.

Steel urrou de ódio.

– Técnica da Tempestade de Pétalas! - o vilão tentou se erguer sem sucesso, terminando por cair de cara no chão, mal conseguindo ver através das várias pétalas cor de rosa que o cercava. - Técnica da Tormenta de Lâminas!

A luta acabou com o inimigo sendo perfurado por várias adagas, com seu olho cibernético apagando pouco a pouco, mas, mesmo assim, para evitar futuros problemas, Jiban terminou o serviço com vários disparos de seu Auto-Canhão.

- E então ela nos indicou essa casa, entrou em contato com a senhora Tsumoto e mal saiu do seu lado todos esses dias...

A frase se perdeu enquanto Toha novamente beijava e abraçava sua amada, sussurrando ao seu ou vido um obrigado carregado de emoção. Antes de se voltar para os amigos, ele abriu e fechou a mão ferida a algum tempo, percebendo a mesma totalmente recuperada, como por milagre.

- Não sou boa apenas na cozinha meu querido... Existem plantas medicinais que, se usadas corretamente, podem curar tudo...

- Oba-chan... Muito obrigado! - ele deu dois beijos nas bochechas da senhora, que se voltou para a cozinha, enquanto ele olhava para Agnes, Jiban e Storm. - Não sei quanto a vocês, mas quero muito descobrir o que está acontecendo... Como a Rei e o Spiker não estão aqui eles devem estar procurando mais pistas certo?

Os outros assentiram, com certa hesitação, era como se esperassem algo acontecer.

Toha então começou a discorrer sobre tudo o que acontecera até ali e só parou quando disse que iria pedir a seu irmão que investigasse com mais afinco no submundo japonês, reparando nas expressões que seus companheiros traziam nos rostos.

- Espera aí... Caramba, só agora eu percebi... Onde está o Manabu?

Um pesado silêncio foi a única resposta.

XXX

- Desista meu jovem... Já tentei usar todas as técnicas que aprendi com Tetsusan para me libertar e nada...

- Eu aprendi uma coisa ou outra depois que o papai morreu... - ele caprichou no sorriso para a bela garota cativa. - Não só com Toha, mas também no meu serviço como policial...

Manabu continuava a mover os ombros num ritmo único, enquanto mantinha os ouvidos atentos para qualquer som que indicasse a proximidade daqueles que o haviam sequestrado.

O som do ombro se deslocando ecoou pelo cativeiro e com um longo gemido de dor o jovem ninja policial conseguiu colocar as mãos à frente do corpo, se levantando em seguida, com muita dificuldade, e acertando uma coluna de cimento com violência tentando fazer seu ombro voltar ao local.

- No... Filme parecia mais fácil... Ai...

- Pare com isso idiota... - o doutor Smith acabou falando mais alto do que pretendia. - Tente me libertar que eu coloco seu ombro no lugar, de um jeito mais fácil e...

A frase foi interrompida de repente, quando o cientista arregalou os olhos, ao ver uma imensa mão se fechar sobre a cabeça de seu jovem amigo, cobrindo-a quase que por inteiro.

Manabu apenas viu tudo escurecer, antes de uma dor lancinante tomar seus sentidos, conforme algo começava a lhe apertar o crânio, sufocando-o e, para piorar, a dor que vinha do ombro ainda deslocado o impedia de mover os braços para tentar se libertar.

Mas o pior ainda estava por vir.

O que quer que o tivesse agarrado não estava contente apenas em mantê-lo sofrendo daquele jeito.

Num movimento rápido, o jovem teve o corpo balançado como se fosse um boneco nas mãos de uma criança birrenta, tendo uma das canelas fraturada ao atingir a mesma coluna de cimento que ele usara para tentar colocar o ombro no lugar.

Pela mão gigante que o segurava mal pode ser ouvido um gemido abafado.

Mais um movimento e foi a vez do braço inteiro ser quebrado conforme ele era jogado contra uma parede próxima, caindo pesadamente no chão de cimento, erguendo uma pequena nuvem, de poeira.

Com um dos olhos inchados ele mal pôde registrar as feições de espanto e desespero dos outros prisioneiros conforme algo, que ele só pode imaginar se tratar de uma imensa bola de aço, o atingia na área da boca do estômago, acabando por fraturar até seu esterno, bem como algumas costelas.

Ele sentiu um golfo quente subir por sua garganta e, para não sufocar, despejou um jorro de sangue pela boca. Sem sequer ter direito a um tempo naquela tortura, ele sentiu que a criatura que o espancava agora o agarrou pelos ombros, causando nova onda de dor, que foi desaparecendo aos poucos, conforme a adrenalina que tomava seu corpo parecia começar a entorpecer seus sentidos.

Um rosto, na verdade uma caricatura de um rosto conhecido surgiu em seu já prejudicado campo de visão.

- Re... Retsu... Ga...

A última coisa que ele viu foi uma imensa estrela de metal avançando contra seu rosto.

Depois, mais nada.

Continua...