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Kamen Rider Peacemaker #4.


Olá Tokuleitores!Espero queestejam todos em segurança, torçamos para que essa pandemia encontre logo o seu fim, mas até lá, fiquem o máximo possível e casa e se cuidem.E Agora, sem mais delongas ( e com um pouco de atrazo) vamos conferir mais uma aventura do Kamen Rider Peacemaker!Boa leitura!

Kamen Rider

Peacemaker #4

Vidas quebradas.

“Querido Aruto. Meu filho.

 

A sensação de vestir a armadura Peacemaker pela primeira vez foi algo de outro mundo…

 

Seu avô me levou até seu escritório nas Industrias Hiden, me prometendo algo que poderia ajudar a lidar com o luto e a raiva do maldito que havia causado a morte de minha esposa, de ter deixado você órfão, de ter destruído nossa família.

 

Fiquei paralisado durante alguns minutos quando Korenosuke me colocou diante daquela armadura, as especificações que ele foi listando chegavam como um eco distante aos meus ouvidos.

 

Era hipnotizante.

 

As semanas seguintes se tornaram meses e então, como num borrão de tempo, pouco mais de um ano se passou, conforme eu treinava corpo e mente para atuar em uníssono com a Peacemaker.

 

Karin e Hideki foram de importância ímpar nesse período, com seu apoio eu finalmente estava pronto para embarcar na missão que havia tomado para mim.

 

Capturar Shiro Osaka e trazê-lo à justiça pelo que fez à nossa família.

 

Fazer do mundo um lugar seguro para você.

 

Antes de partir, no entanto, meu pai tinha uma última surpresa.

 

Ele me apresentou a Soreo Hiden.

 

O HumaGear que ficaria em meu lugar, cuidando de você, pelo tempo que fosse necessário eu me afastar para cumprir a missão.

 

Não foi fácil, mas, por favor, não me considere frio, insensível ou me odeie...

 

Tudo o que fiz foi, principalmente, pelo amor que eu tenho por você... Espero mesmo que, quando essas mensagens te alcançarem, você possa me perdoar.

 

De seu pai... O humano... Soreo Hiden,”

 

XXX

 

O calor era escaldante, ainda que a floresta tropical fosse úmida, o que fazia as roupas ficarem ensopadas de suor e grudadas no corpo, mas, ainda assim, ele sabia que precisava seguir em frente logo.

 

Do contrário estaria morto.

 

Soreo Hiden caminhava em meio à mata selvagem de uma floresta da América Latina que ele não lembrava o nome, do ombro esquerdo um ferimento vertia sangue em abundância, o que fazia sua visão ficar turva e, em certos momentos, escurecer.

 

Mas ele continuava seguindo em frente.

 

Soreo precisou se apoiar no tronco de uma árvore para recuperar o fôlego, quando ouviu um gemido baixo.

 

Ele se aproximou devagar e com extremo cuidado, se voltasse a se ferir do modo como estava, poderia facilmente morrer, mas ele não poderia deixar de prestar socorro a alguém que precisasse.

 

Ao dar a volta em uma árvore de tronco extremamente grosso, ele viu um jovem caído e, amparando-o da forma mais gentil e rápida possível, percebendo que não havia nenhum ferimento visível, ele tentou extrair alguma informação que pudesse ajudá-lo.

 

- O que aconteceu? Onde você se feriu?

 

O jovem já não conseguia falar, mal estendeu uma das mãos na direção do chão, ao seu lado, revelando uma seringa abandonada ali perto.

 

Soreo não precisou de muitas outras informações para entender o que estava acontecendo.

 

Logo a overdose fez o corpo do jovem convulsionar, a boca juntando uma espessa e mal cheirosa saliva e, sem poder sequer andar direito, quanto menos poder prestar socorro ou levar o jovem para algum hospital, visto que estavam a horas de qualquer centro urbano, restou a Soren apenas continuar ao lado dele, conforme a vida ia deixando seu corpo.

 

Sem outra escolha, prometendo que, assim que voltasse à civilização, ele indicaria onde estava o corpo do rapaz, Soreo se ergueu, cerrou os dentes por causa da dor que vinha do ferimento e seguiu seu caminho.

 

Conforme caminhava com imensa dificuldade, Soreo jurava para si mesmo que faria os responsáveis por mais aquela morte pagarem.

 

Ele ia repassando mentalmente o que dera de errado naquela missão, desde o começo, quando sua equipe conseguiu rastrear sinais de que o cientista renegado Shiro Osaka agora estava tentando oferecer seus WarGears para cartéis de drogas na América Latina.

 

- Conseguimos esses dados fácil demais... – como sempre era Karin quem ficava desconfiada primeiro. – A criptografia dessas mensagens está tão... Amadora...

 

- Vai ver demos sorte… - enquanto Hideki tentava ver algo de positivo em toda situação. - O Osaka pode finalmente ter deixado a arrogância vencer e tá se achando intocável… Daí começa a cometer esse tipo de erro.

 

- Não sei não, mas quem decide é nosso glorioso líder… Soreo?

 

Alheio às conversas, Soreo Hiden observava em uma tela holográfica, projetada da espécie de relógio que ele trazia no pulso direito, imagens de seu filho Aruto brincando com o HumaGear feito à sua imagem.

 

Foi o modo como Soreo e seu pai decidiram que seria melhor para que o pequeno e jovem herdeiro das Industrias Hiden crescesse sem sentir tanto a falta de seus pais verdadeiros.

 

Inconscientemente Soreo cerrou o punho esquerdo, amaldiçoando novamente em seu interior a ganância do doutor Osaka, o culpado pelo atentado contra ele e Yoshiro, sua esposa, bem como a atual caçada pelo mundo, atrás do Mercador da Guerra, como ele estava sendo chamado.

 

Tudo isso o afastou de Aruto, tornando ainda mais difícil sua cruzada em busca de justiça e de tornar o mundo um lugar seguro para que ele crescesse.

 

Por isso, assim que ele desativou a holotela, se voltou para os dois companheiros, que haviam decidido ajudá-lo e embarcar naquela empreitada, por também terem conhecido e amado Yoshiro, quase tanto quanto ele.

 

- Pode até ser uma armadilha, mas, ainda assim, é melhor não arriscarmos… Já se passaram meses desde a África e essa é a primeira pista que temos… Acho que devemos entrar o mais bem preparados que pudermos nessa armadilha, por mais óbvia que seja, daí tentaremos aproveitar qualquer chance de pegar o Osaka.

 

- Eu vou continuar investigando os dados… - conforme falava, Karin já ia se afastando, conversando mais com ela própria do que com os companheiros. - Vai que tem algo aí que possa nos ajudar… Vamos ver… Vamos ver…

 

- Bom… - Hideki lançou um olhar para a colega que ia se afastando, um olhar que Soreo já conhecia, mas que preferiu se manter quieto sobre o assunto. - Vou ver como estão as atualizações do seu escudo e da Harmonizer… Tem certeza de que não quer armas de ataque?

 

- Tenho… Prefiro soluções não letais, lembre-se de que, pelo que descobrimos na África, temos outros humanos usando armaduras Kamen Rider e eu prefiro desativar os HumaGears, ou WarGears e mandá-los de volta para o meu pai para recondicioná-los…

 

- Não deu muito certo pro Hapa... Hala… Pro polvo lá…

 

-  Hapalochlaena… Um dos animais mais venenosos do mundo… E não, não achei nenhum vestígio dele, nem tão pouco da WarKey dele, por isso prefiro não dar o fim dele como algo certo.

 

Dando de ombros Hideki se afastou para dar atenção às atualizações do sistema Peacemaker, deixando Soreo a sós com seus pensamentos, enquanto o jato especialmente modificado, para atender às necessidades daquela equipe, ia alterando seu curso para a América Latina.

 

- Não tem como pousar! - Karin, enquanto pilotava a nave, precisava gritar em seu comunicador, para ser ouvida por seus colegas que estavam diante de uma porta que ia sendo aberta na parte traseira. - Vai ter que saltar aqui mesmo e depois a gente tenta chegar até você com o nosso Blindado!

 

Soreo fez um sinal positivo com a mão e então saltou.

 

Foi quando tudo deu errado.

 

Pouco depois de ele abrir seu paraquedas, a alguns metros das copas das árvores mais altas da floresta, um disparo de energia atingiu-o em pleno ar, rasgando o tecido aberto atrás de si e causando um imenso ferimento em seu ombro esquerdo.

 

A queda violenta acabou por fazer o serviço de deixar Soreo quase inconsciente, assim que atingiu o chão, após bater em vários galhos, destruindo completamente muitos deles em seu caminho.

 

Com um esforço tremendo ele se ergueu, procurando se afastar o máximo do local da queda, pois sabia que, quem quer que o tivesse atingido, iria, com certeza, até lá para terminar o serviço.

 

Assim que conseguiu se esconder entre os restos de uma árvore caída, cujo tronco se encontrava repleto de raízes de outras árvores, bem como centenas de folhas amontoadas Soreu manteve seu foco no que restara de seu paraquedas, pendurado entre os galhos, sendo levemente balançados pelo vento.

 

Excruciantes minutos depois ele viu duas pessoas trajando armaduras se aproximando cautelosamente do local da queda.

 

“Warhammer...” Soreo cerrou os dentes enquanto descobria a responsável pelo ataque que o atingira a pouco e, junto de outra figura feminina, com certeza uma nova WarGear, após uma rápida averiguação, se afastaram para procurá-lo.

 

Assim que se viu sozinho, Soreo saiu do esconderijo e se pôs a andar a esmo pela sufocante floresta tropical, acabando por encontrar uma das vítimas do cartel de drogas para o qual, segundo as informações recebidas, o doutor Osaka pretendia vender sua tecnologia maldita.

 

Ele cambaleou por um tempo indefinido, sem conseguir contato com sua equipe e quase sem forças sequer para se transformar, além do receio de denunciar sua posição, antes de estar pronto para o combate, o que poderia facilitar não apenas a comunicação, como também a sua recuperação, poderia também facilitar para que os inimigos o alcanççassem.

 

Foi quando ele ouviu sons de lamento, várias pessoas pareciam extremamente assustadas e falavam ao mesmo tempo, sendo silenciadas pelo que pareceu a mesma rajada que o atingira.

 

Warhammer.

 

Ele seguiu os sons e se escondeu a tempo de ver o veículo de transporte de seu odiado inimigo parado diante de um conjunto de casas simples, com várias pessoas amontoadas e cercadas por homens que empunhavam fuzis de aparência futurista, um “brinde” que Osaka dera ao líder daquele Cartel, com certeza.

 

Francisco de La Cruz ascendera rápido na liderança do grupo de tráfico, graças ao modo impiedoso com que lidava, não só com os inimigos, mas também com aqueles sob seu comando.

 

- Bem, señor Osaka… - o corpulento homem passou um braço pelo ombro do cientista, que mal conseguiu disfarçar o asco de tal contato tão intimo. - Como pode ver, temos aqui uma vila que insiste em não enviar voluntários para trabalhar na minha… Horta… E olha que eu pago direitinho… Quem trabalha para o De La Cruz, sempre vive bem…

 

- Sim… - com extremo cuidado, para não perder o cliente, o Mercador da Guerra se desvencilhou do abraço, fazendo uma nota mental de queimar aquela roupa assim que pudesse, se afastando do chefão do tráfico, estendendo as mãos para que alguém se aproximasse. - E como pode ver, meus produtos podem te ajudar e muito…

 

Conforme Osaka acenava duas mulheres se aproximaram, seus rostos fora do campo visual de Soreo, pararam dos lados do cientista.

 

- Eu lhe apresento minhas ferramentas… Minhas WarGears…

 

Uma delas deu um passo à frente.

 

“Kamen Rider!” seu cinto ressoou.

 

- Henshin! - Soreo pareceu reconhecer a voz rouca da mulher de algum lugar.

 

“Que a Guerra seja seu destino.”

 

Várias explosões ocorreram ao redor da misteriosa mulher e, quando a fumaça resultante dissipou, Warhammer surgia em toda a sua glória.

 

Ao seu lado a outra mulher ia se adiantando.

 

“Kamen Rider.” era a vez do cinto dela se pronunciar.

 

- Henshin. - sua voz era sem vida, monótona, típica dos WarGear criados pelo Doutor Osaka.

 

“Quando a Phoneutria tece sua teia, as vítimas encontram a morte certa.”

 

Um tipo de aranha armadeira gigante e feita de metal surgiu ao redor da WarGear, envolveu-a em um casulo e quando ela se libertou sua armadura de Kamen Rider já estava pronta.

 

“É...” de seu esconderijo Soreo Hiden não conseguiu evitar o pensamento negativo “Essa vai ser muito difícil...”

 

Ele mal sabia como estava certo.

 

 

Continua.


5 Comentários

  1. Grande Norberto, mais um excelente episódio de PeaceMaker! Realmente parece que Soreo agora está em maus lençóis, ferido, sem poder se transformar e denotar sua posição, diante do tipo de facção das mais cruéis e covardes do mundo, pois descontam suas batalhas nos inocentes e não no combate aos inimigos... Até onde li os cartéis sul americanos são do tipo que matam as pessoas dos vilarejos ou as usam como reféns mas não entram em confronto com quem os caça, por isso tenho essa visão deles... Se Soreo se transformar poderá aniquilar a vila, coisa que ele já demonstrou ser um ponto importante pra ele, preservar vidas inocentes, porém se não se transformar, pode perder a chance de confrontar o inimigo odioso de novo por muito tempo... Fiquei realmente curioso para saber como fizestes Soreo poder dar conta desse pepino à sua frente agora, salvar os aldeões, impedir a fuga do inimigo, vencer um exército extremista e ainda enfrentar duas inimigas que parecem ser "venenosas", digamos assim... Tenso e intenso são dois termos que creio definir melhor essa sua nova empreitada, isso já levando em conta as cartas, pois deixar seu filho nas mãos de uma cópia enquanto ele viaja o mundo atrás de um inimigo é algo no mínimo assustador, do ponto de vista de um pai! Muito bom cara, maravilhoso trabalho, PeaceMaker tá dando gosto de ler, que venha o próximo episódio!

    Ainda importante citar que apesar da ficção, estás retratando algo que é extremamente real pelo mundo à fora e todos sabemos disso... Comercialização de maneiras de matar é um dos grandes negócios atuais da humanidade, seja de forma lícita ou ilícita e apesar de algumas serem aprovadas por leis, todas seguem o mesmo rastro de ganância e falta de empatia, coisa que te enoja e revolta... Acho que escolhestes um tema perfeito para ser abordar e espero, na verdade tenho certeza, que deixarás uma grande mensagem de rechaço à este tipo de atitude com o fim que este mercador FDP terá, ou seja, irás fazer dele um exemplo do que gente desta estirpe merece! Sinceramente muito bom cara, estou realmente satisfeito com a leitura, parabéns!!

    PS.: Agora entendi o motivo do "De seu pai... O humano...", simplesmente fabuloso como conseguiste criar emoção até nos detalhes, como sempre, tá de parabéns meu amigo e desculpa a demora na leitura e comentário!

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    1. Grande amigo Lanthys. Antes de mais nada nunca se desculpe. Eu agradeço demais o tempo dispensado nas leituras dos meus textos, mas não tem pressa, quando puder apareça e leia. Muito obrigado.
      Quando pensei no nome pra esse título, que em português ficaria "Pacificador" eu fiquei lembrando das histórias terríveis de pessoas que lucram com a desgraça alheia, que incentivam guerras para garantir seus lucros e pensei em agregar esses seres desprezíveis na figura do meu Mercador de Guerra. Que bom que, pelo visto, estou alcançando sucesso em mostrá-lo como o fdp que eu queria.
      Quanto ao lance de deixar o filho, realmente eu, como pai também me vi no lugar do Soreo, eu provavelmente nunca abandonaria minha filha, mas saber que o responsável pela morte da minha esposa estaria livre e espalhando mais morte... Não sei... seria por demais complicado.
      E sobre as mensagens, eu precisava fazer um link com a série oficial, kamen rider Zero One, por isso essa parte tão importante no texto, fora o fato de me desafiar a contar, em cada capítulo duas linhas narrativas... gosto de bolar meios diferentes do usual para ver até onde consigo desenvolver um texto. Espero que eu esteja acertando a mão.
      Muito, mas muito obrigado mesmo pelo comentário amigo!

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  2. Cacilda. Que baita episódio!

    Você explora vilões que são reais. Não as batalhas que estamos acostumados. Temos um Rider enfrentando um cartel.... uma facção. Isso faz a ficção ser mais factível. Muito bom, meu irmão.

    Você merece escrever um filme.

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    1. Não tinha como seguir pelo caminho que escolhi, sem deixar os vilões com uma carga mais realista, por isso, primeiro a guerra na África, e agora essa no cartel sul americano de drogas.

      Olha que eu adoraria escrever um filme.
      Valeu mesmo!

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  3. Norberto .

    Apesar da correria e da " insanidade " das postagens de Contos ( kkkkkkkkk) aqui estou e para apreciar essa empolgante obra.

    Episódio tenso, que começa com uma revelação na carta a Aruto, muito complicada.

    Deixar o filho com um HumanGear , é algo complicado. É preciso saber o que se quer e ter coragem para tal atitude .


    Por mais difícil que seja , Soreo tinha um objetivo , um nobre objetivo : Lutar pela paz.


    Mas, em plena selva amazônica, é abatido no ar , se ferindo gravemente.

    Ao ver seus inimigos de perto , sem poder se transformar para não anunciar sua presença? Peacemaker se vê diante de um dilema.

    Como salvar aqueles humildes habitantes da floresta das mãos de um traficante fascínora e violento , aliado a seu maior inimigo?

    Eis o dilema.

    O medo de Peacemaker de perder preciosas vidas , o paralisa. Esse é o seu ponto fraco .


    Me lembra o Demolidor, da Marvvel , que sempre queria resolver as coisas dentro da lei , pelos métodos legais , solução essa nem sempre a mais fácil, diante das açôes violentas do inimigo.



    Enredo empolgante!

    Espero pra ver como Peacemaker vai sair desta .


    Parabéns!

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