Kamen Rider
Peacemaker #5
Venenos.
“Querido Aruto. Meu filho.
Após os eventos na África passei muito tempo
pensando se havia tomado a decisão correta, deixando-o aos cuidados de um pai
HumaGear, ainda que com minha aparência…
Ver uma criança morrendo por causa de uma guerra
tão estúpida, pega no fogo cruzado sem a menor chance… Me afetou mais do que eu
imaginei.
De repente me peguei precisando muito do seu
abraço filho, entrei em contato com seu avô, mas você estava fora, tinha ido ao
parque com seu pai HumaGear…
Prometendo me mandar imagens assim que você
chegasse, meu pai encerrou a ligação, mas não sem antes partilhar comigo
preocupações a respeito de problemas com as I.A.s mais recentes, mas como ele
disse que minha volta era desnecessária, aceitei e me mantive focado na missão
de encontrar o Mercador da Guerra.
E mesmo com o incentivo constante que tanto Hideki
e Karin, que ainda pareceendo dispostos a ignorar os óbvios sentimentos que um
tem pelo outro, me deram ajudava demais a seguir por esse caminho.
Ainda assim as dúvidas só faziam aumentar a cada
dia, a cada momento que vestia a Peacemaker, torcendo para conseguir encerrar
logo essa missão que tomei para mim, parecia que o peso estava ficando mais e
mais insuportável.
Nesses momentos o sorriso dela surgia em minha
mente, o modo como ela o segurou nos braços logo após o parto, a sensação de
completa paz e felicidade quando nós três nos abraçamos pela primeira vez.
O rosto aterrorizado de Yoshino, no momento em
que percebemos que íamos morrer, logo substituia o momento de felicidade,
fazendo arder o ódio e o desejo de vingança...
Por isso, por sua mãe principalmente, o
Peacemaker continuou, mas eu juro que tentei voltar para você em diversas
ocasiões, mas o que aconteceu na missão seguinte mudou tudo...
Vou te
contar em breve, quando eu conseguir falar sobre o assunto...
Nunca se esqueça de que, apesar de tudo isso,
meu amor por você nunca, em nenhum momento, diminuiu... Muito pelo contrário...
De seu pai... O humano... Soreo Hiden,”
XXX
Nem toda
proteção da armadura Peacemaker era capaz de evitar que seu usuário sentisse
cada golpe dado pelos oponentes, especialmente quando dois punhos seguiram
juntos e em perfeita coordenação na direção de sua cabeça, fazendo-o
literalmente voar, só tendo seu avanço parado quando ele acertou o imenso
tronco de uma árvore próxima da batalha.
Momentos atrás Soreo
mal conseguiu invocar sua armadura, tentando impedir que Warhammer e Phoneutria
atacassem as pessoas da vila a mando do chefão do tráfico conhecido como
Francisco de La Cruz.
Ainda assim,
sentindo que parte de dentro da Peacemaker ainda se encharcava de sangue, mesmo
com os nanorrobos funcionando a velocidade máxima, Soreo conseguira atingir seu
objetivo principal.
Atrair a
atenção das WarGears que haviam recebido a ordem de matar inocentes e que agora
eram direcionadas a ele pelo mestre delas.
Os outros
objetivos, como sobreviver, vencer seus inimigos, se possível sem destruí-los e
conseguir prender o Mercador da Guerra, já seriam muito mais complicados.
- Fujam! - Soreo
não precisou gritar na língua das pessoas da vila, assim que se colocou diante
deles, recebendo os primeiros golpes da Warhammer e da Phoneutria, tendo a
sorte delas terem atacado com simples socos.
Agora o Kamen
Rider Peacemaker precisava se manter próximo das duas, tentando evitar que a
Wahammer tivesse tempo de formar seu canhão, o que, no atual estado, seria
fatal com certeza.
Ao desviar de
um ataque da WarGear baseada na aranha Armadeira, Soreo viu que a mesma possuía
um golpe extremamente perigoso, pois a área de uma árvore próxima, atingida
pelo punho direito da inimiga, apodreceu de imediato, deixando claro que ele
precisava evitar qualquer soco daquela mão.
Era óbvio que o
doutor Osaka estava baseando suas criações nos animais mais venenosos do mundo,
mas não dava tempo para pensar nessa informação, pois logo ele precisou
bloquear outro chute dado pela Warhammer, cujo impacto fazia jus ao nome
escolhido para ela.
Harhammer batia
como um verdadeiro martelo.
Soreo conseguiu
encaixar alguns chutes e poucos socos, visto que um dos braços ainda pendia
inútil ao lado do corpo, os nanorrobos trabalhando febrilmente para recuperar o
dano.
O mais difícil
era continuar a luta sem se machucar demais no processo, permitindo que sua
armadura se mantivesse concentrada nas prioridades, por isso, nem mesmo seu
escudo ele podia acionar, tentando poupar energia.
Percebendo que
as pessoas da vila já estavam em segurança, Soreo conseguiu se desvencilhar das
inimigas, correndo em seguida para a floresta, torcendo para que seu inimigo
reagisse como ele esperava.
- Sigam-no! -
em seu íntimo o Peacemaker agradecia pelo Mercador da Guerra ser tão
previsível. - E me tragam uma prova de sua morte! Eu quero a cabeça do
desgraçado!
Disposto a não
conceder o desejo do inimigo, Soreo foi se embrenhando na floresta, tentando
ganhar a maior distância de suas perseguidoras, conseguindo, com muita sorte,
escapar por pouco de algumas rajadas de energia disparadas pela Warhammer.
Quanto mais
longe da vila ele conseguisse ficar seria melhor para quando ele precisasse
parar de fugir e enfrentar suas oponentes.
Soreo teria se
afastado ainda mais se não tivesse, literalmente, tropeçado num jovem casal que
havia saído da vila, antes dos atacantes chegarem, tentando consumar o amor que
era proibido por suas famílias.
Ao ver o homem
de armadura cair por cima dele, o jovem pegou um pedaço de madeira e se colocou
diante da namorada, que tentava se vestir desesperadamente, conforme Soreo procurava,
em vão, explicar o perigo que os dois estavam correndo, mas cujas palavras em
japonês acabavam soando como ameaças.
O jovem só
parou de agitar sua arma improvisada, quando um grito ecoou às suas costas e,
quando ele se voltou para onde estava a namorada, viu a pobre moça praticamente
se liquefazer, após ser atingida em cheio pelo veneno da WarGear Phoneutria.
Ele caiu de
joelhos e imediatamente teve seu corpo explodido em pedaços por uma rajada de
baixa intensidade da Warhammer, não deixando a Soreo nenhuma outra opção.
O Peacemaker,
precisando se controlar muito para não avançar para o combate, que resultaria
numa derrota certa, deu as costas para a cena dantesca e se colocou novamente a
correr, desviando de ataques energéticos e de veneno que explodiam às suas
costas.
Ele teria conseguido
aumentar ainda mais a distância entre eles, mas de repente ele se viu diante de
um imenso rio, que terminava numa cachoeira.
Não tinha mais
para onde correr.
O Peacemaker se
voltou para onde as perseguidoras surgiriam em segundos, moveu o ombro ferido,
sentindo uma dor imensa, mas que agora chegava a ser suportável, ele chegou a
mover o braço para cima e para baixo, tentando fazer a armadura suspender o
modo de reparo, voltando suas energias para as defesas.
Não adiantaria
nada ele não conseguir evitar novos ferimentos, por isso não seria prático ele
não usar mais sua melhor defesa.
Foi exatamente
no momento em que ele fez surgir seu escudo, colocando-o diante do corpo,
firmando os pés e disposto a não cair facilmente que uma voz ressoou no seu
comunicador auricular.
Um sorriso se
formou no rosto de Soreo, enquanto ele dava passos para trás, ficando perto da
margem do rio, prestes a cair na cachoeira, conforme os sons das suas
perseguidoras iam chegando cada vez mais e mais perto.
- Finalmente
chegaram... Achei que ia ter que deixar uma trilha de pedaços de pão para vocês
me acharem...
Nem
Warhammer, nem Phoneutria responderam, a primeira tinha transformado os dois
braços em seus canhões, enquanto da manopla da outra vinha pingando um líquido
verde e viscoso, seu veneno, sem dúvida.
A
vegetação tocada pelo veneno definhava e morria quase de imediato.
Se
estranharam o fato do alvo ter parado de fugir e começado a provocá-las, as
duas WarGear, seguindo cegamente as ordens de seu mestre, não demonstraram e
continuavam a avançar, cercando-o de modo a não permitir que o Peacemaker
escapasse.
Quando
ele sentiu a borda do rio se desfazendo sob seus pés, prestes a cair direto na
cachoeira, Soreo ergueu seu escudo, se preparando para conter os ataques que
viriam, quando a voz de Karin ecoou em seus ouvidos.
“Agora!”
O
Peacemaker desativou seu escudo, agora sim causando um sentimento de
estranhamento e hesitação por parte de suas perseguidoras, que ficaram ainda
mais confusas quando ele ergueu os braços e, com um salto de costas, seguiu
para onde a cachoeira quebrava.
Segundos
depois, conforme Warhammer e Phoneutria correram até a margem, tentando ver
onde o corpo do inimigo caíra, o som de algo se aproximando só foi percebido
tarde demais.
Cinco
pequenos mísseis atingiram o chão ao redor das WarGears, fazendo com que as
duas viessem a cair na cachoeira.
Não
muito longe dali, dentro do blindado que servia de base móvel para a equipe
Peacemaker, Karin afastava sua cadeira do console de armas do veículo, erguendo
os braços em comemoração.
-
É isso aí!
-
Soreo! Aqui é o Hideki! Conseguimos atingi-las! Repito! As WarGears estão na
água! Soreo? Soreo!
Continua.
6 Comentários
O que foi esse final? Putz? Será que SOreo morreu? Não pode ser. O desespero de Karin no seu clamor me causou calafrios...
ResponderExcluirPeaceMaker usou toda sua força numa baralha cruel. Que ação, meu caro!
Manda bala.
fazer finais com ganchos assim são uma das coisas que mais adoro no mundo da escrita.
ResponderExcluirFico por demais feliz pelas suas reações!
E vamos seguir na maratona!
Caramba, coitado do PeaceMacker cara, a coisa não alivia nunca pra ele! Detonado, armadura sem total resposta, meio duma selva, inimigos poderosos, inocentes que ele quer proteger a todo custo e ainda, a saudade do filho que deve ser o pior de todas as partes... Eu como pai não consigo me imaginar longe de minha filha, ainda mais longe a ponto de não poder voltar, por exemplo, hoje, ou de nunca mais voltar... Sinceramente acho que é uma barra que eu não aguentaria... Sem dúvidas uma história intensa que mostra muito mais o lado humano e suas complicações do que a batalha em si e isso é ótimo, mostra uma capacidade de escrita incrível visto que, o título te remete à combate, e eles existem e em grande escala e de forma magnífica, mas o que te cativa mesmo, mesmo sendo as menores porcentagens de escrita dentro do texto, é como o lado sentimento de Soreo consegue roubar a cena em meio a temática maior e mais explorada que é o combate do PeaceMacker contra o mercador de armas! Sem palavras cara, excelente e maravilhoso episódio, resta agora saber o que se deu com o Soreo, vão se encontrar ao final do rio e lutarem de novo ou Soreo está com outros planos em mente? Que venha o próximo episódio! \0/
ResponderExcluirGrande Lanthys!
ExcluirUm heróis que se prese precisa enfrentar muito obstáculos, se a jornada for fácil não tem graça né?
Confesso que os trechos dele deixando mensagens para o filho é uma das partes mais difíceis para escrever, tenho que dar muitas paradas ou ir direto ao ponto, porque mesmo sendo passagens simples no campo da gramática, tem um peso grande no meu coração de pai.
Quando comecei Peacemaker, quando o idealizei, foi só porque achei a armadura que eu ia usar muito maneira, mas a cada capítulo estou mais e mais familiarizado com os personagens e esse é o resultado!
Fico feliz demais de que você esteja acompanhando e curtindo!
Valeu mesmo irmão!
Concordo com o comentário do Lanthys.
ResponderExcluirAs mensagens ao filho, as batalhas sem fim, tornam Peacemaker uma série única.
Adrenalina em níveis máximos.
Fiquei preocupado com a queda dele !
Se sobreviver já terá sido um milagre!
Parabéns!!!
Valeu pela leitura e pelo comentário meu amigo!
ExcluirEu realmente tentei deixar essa série o mais interessante possível, usando dessas idas e vindas no tempo, o que geralmente não uso.
Que bom que você está curtindo!