1. Reunião
A Jark Matter havia acabado. Os salvadores lendários haviam
vencido.
Os guerreiros que haviam se unido com tanto custo agora
estavam separados, cada um cuidando de sua vida, seguindo suas ambições ou
responsabilidades que haviam chegado com o final da aventura. Lucky e Garu
partiram em uma viagem pelo universo, mesmo depois do último encontro da
equipe. Stinger agora era o Comandante, com o auxílio de Raptor pilotando a
Orion e de Kotaro como seu imediato, como o líder dos Kyurangers.
Balance e Naga foram atrás de recuperar os tesouros que a
Jarm Matter deixou para trás. Champ voltou à carreira de lutador de Wrestling.
Hammie se tornou uma professora universitária. Spada abriu um restaurante e
vive de cozinhar, como queria. Shou assumiu o posto de Comandante Supremo da
Rebelião, e Tsurugi voltou à presidência da Federação da Galáxia.
A paz parecia finalmente ter chegado para ficar. Mas os
guerreiros da paz sempre precisam estar alertas...
?: Don Armage era o mais fraco de todos, com a maior
ambição. Ao invés de dominar o coração das criaturas, tentou dominar pela
violência e pela escravidão. Mas isso vai acabar. Esses mortais verão o que é
se sentir presos sem vontade de se libertar.
Um silêncio sepulcral se fez no universo por esta afirmação
dos antigos deuses do mal. E os salvadores lendários precisariam, mais uma vez,
se reunir. Mas eles sequer faziam ideia do que aconteceria.
O primeiro sinal veio com Lucky e Garu. Os dois viajavam
pelo universo ajudando a reconstrução pelas ações de Dom Armage,, o povo da vez
eram os Khlutuks, no sistema da constelação de Aquário.
Os Khlutuks são como os seres humanos, apenas possuem a pele
verde e a cabeça é levemente maior.
Lucky: Yossha Lucky! Mais um planeta que a
gente vai ajudar, né, Garu?
Garu: Isso, Lucky. Vamos andando que o líder tá
esperando a gente, grr!
Ao passo que eles foram se aproximando lentamente da cidade,
eles foram emboscados pelos nativos.
Nativos: Parados aí. O que vocês vieram fazer em
nosso planeta?
Lucky: Viemos ajudar na reconstrução das cidades!
Nativos: O nosso Salvador já fez isso. Vá embora,
demônio! – Um empurrão foi dado e Lucky deu cinco passos trôpegos para trás.
Garu: Pra que tanta violência?
Nativos: Nosso Salvador disse que apareceriam dois
seres, um humano e um homem fera tentando nos iludir, mas na verdade seriam
demônios! E ele estava certo!
Logo os nativos começaram a ser aproximar da dupla, com pás,
foices, ancinhos e forcados, como se pá dois guerreiros da paz fossem bruxos e
estivessem na Inquisição.
Lucky: Garu, vamos. Não somos bem-vindos aqui.
Garu: Mas Lucky!
Lucky: Vamos.
E os dois deixam o local, ao som de vaias do povo, que
festejam o fato de eles desistirem e irem embora.
Depois de alguns minutos de caminhada, o suficiente para não
ser vistos pelos nativos, Lucky e Garu pararam.
Lucky: Tem alguma coisa errada aqui, Garu.
Garu: Isso tava na cara! Mas porque você saiu, não
enfrentou eles?
Lucky: Eu quis observar primeiro. Quis ver se, de
alguma maneira, dia o contrário de um comportamento por vontade própria, e
percebi que daqueles nativos estavam sob controle de alguém, que usa uma
espécie de religião pra controlá-los. Por isso não confrontei eles. Mas agora
precisamos agir, procurar algum sinal de “templo” desse “Salvador” que eles
tanto falam.
Garu ficou surpreso. Lucky sempre fora um dos mais
impetuosos da equipe, agindo sem pensar muito, e aquilo havia mudado tanto
naqueles cinco anos que eles viajavam juntos. Ele mesmo havia mudado bastante,
mas Lucky havia mudado quase da água pro vinho.
Os dois andaram furtivamente e conseguiram capas para poder
se misturar com os fiéis, a fim de entender o que acontecia ali.
Foi quando conseguiram chegar a uma espécie de culto. Vários
nativos adorando uma estátua, e uma espécie de pastor, de uma raça diferente,
com pele arroxeada, pregava a palavra de um dito Salvador, que separou os
guerreiros dar trevas conhecidos como salvadores lendários para que a paz
reinasse.
Os dois perceberam que aquele culto demonizava o que eles
tinham lutado para conseguir, alegando que Dom Armage era uma vítima e que
queria garantir a paz, mesmo que de maneira equivocada.
A estátua era o pior, emanava uma energia maligna, que
entorpecia os sentidos e realizava uma lavagem cerebral. Os dois perceberam
rapidamente que era necessário destruir aquela estátua, mas teriam de fazer em
um horário em que não tivesse ninguém presente à frente dela.
Para manter as aparências, os dois assistiram ao culto, e
viram todas as mentiras ditas sobre os Kyurangers. Garu precisou ser segurar ao
máximo sua fúria com as mentiras ditas. Se Dom Armage era mais direto, um vilão,
agindo com violência, escravidão e privação de direitos, os novos vilões agiam
através de subterfúgios, mentiras, manipulações das emoções das pessoas,
aproveitando-se dos momentos de fraqueza dos seres pelo universo.
Neste nível, o novo vilão era muito, muito, muito pior que a
antiga Jark Matter.
Aquilo aterrorizou Lucky naquele momento: será que aquilo se
espalhava pelo universo a ponto de corromper quase todos os seres como havia
sido antes?
Lucky e Garu, assim que o culto terminou, fugiram rápido o
suficiente para que pudessem sair de perto dos nativos. Os dois precisavam
pensar e absorver o que viram naquele momento sombrio. Depois de se afastar por
algum tempo do grupo de nativos, os dois entraram em uma caverna e se sentaram,
pois as pernas não aguentavam mais diante daquela situação.
Garu estava possesso. Como aqueles seres interdimensionais
poderiam fazer aquilo com aqueles seres?
Lucky deixou uma grossa lágrima escorrer por seu rosto. Ele
não pensava nos vilões, mas nas vidas que foram afetadas por eles. Eles
precisariam esperar algumas horas para isso, pois ainda era o meio da tarde.
Lembraram que Hammy poderia fazer isso facilmente com sua técnica de
invisibilidade e o poder do Camaleão, mas agora ela estava de volta em seu
mundo, ocupada com sua vida normal. E não tinha como contatá-la.
Ou tinha?
Lucky olhou para seu pulso direito e, com pesar, lembrou que
sua Seiza Blaster havia sido deixada no QG, sob os cuidados de Stinger, que
agora era o Comandante. Mas uma coisa que ele lembrou naquele momento foi um
pequeno botão que Raptor havia lhe deixado, que estava no bolso de trás de sua
calça.
“Hora para saber o que é este botão”, pensou o ex Kyuranger
vermelho.
Garu viu o amigo puxar o botão que Raptor havia lhe deixado
(afinal de contas, ela também havia deixado um para ele), e ele o pressionou.
Uma coisa incrível aconteceu... A Seiza Blaster apareceu em
seu pulso direito. Garu fez o mesmo, e sua Seiza Blaster apareceu também.
Enquanto isso, Raptor viu em seu painel duas luzes acenderem,
uma que oscilava entre vermelho e branco, e a outra que era fixa azul.
Raptor: Stinger, acho que os botões que você sugeriu
criar foi uma bênção. Lucky e Garu se deram conta deles.
Stinger: Ótimo. Eu imaginei que a Jark Matter não
tinha acabado só com o fim de Dom Armage, que havia muito mais. Era uma organização
muito grande pra desaparecesse por completo. Agora que eles estão com as Seiza
Blasters deles, podemos contatá-los. Faça isso, Raptor.
Raptor: Sim, senhor!
Alguns segundos depois de ativar suas Seiza Blasters, Lucky e
Garu começaram a ouvir uma estática vinda delas.
Garu: Você tá ouvindo isso, Lucky? Vem da Seiza
Blaster.
Lucky: Sim, Garu. Tenho certeza que isso é coisa da Raptor.
Foi ela quem nos deu o botão da última vez.
Raptor: Lucky, Garu, vocês me ouvem?
Os dois se assustaram. Agora a Seiza Blaster tinha um
comunicador embutido, mesmo fora do capacete do traje. Ainda assustado, Lucky
respondeu.
Lucky: Raptor?
Raptor: Sim, sou eu! Vocês ativaram as Seiza
Blasters, o que aconteceu?
E Lucky, feliz da vida, mesmo com uma imensa vontade de
disparar seu bordão, não o fez. Estavam disfarçados, e Garu percebeu. Lucky
contou à Raptor o que estava acontecendo e o que havia percebido, e o que eles
pretendiam fazer.
Raptor: Lucky, obrigado. Isso só confirmou a suspeita
do Stinger. Nós três vamos aí te dar suporte. E além disso, vamos precisar
buscar os outros.
Lucky: Nós três?
Raptor: Sim, o Kotaro deixou o planeta Terra e o
irmão em segurança e agora é um membro fixo da equipe. Tem ajudado o Stinger com
as tarefas de Comandante.
Garu sorriu e Lucky ficou feliz a ponto de quase explodir.
Ele não se conteve, mesmo disfarçados como estavam. A sorte é que estavam longe
o suficiente de qualquer reação mais violenta... Levantou em um repelão e, com
um gesto de soco no ar...
Lucky: YOSSHA LUCKYYYYYYYYYYY!!!!!!! Finalmente vamos
poder exterminar estes imundos da Jark Matter!!!!
Raptor: Calma, Lucky. Tem uma coisa mais que nós
fizemos. Agora podemos usar as Kyu Tamas uns dos outros como armamento, basta
que o parceiro não esteja usando. E também pode ser compartilhada.
Lucky e Garu olharam um para o outro e aí a comemoração foi
geral. Eles poderiam usar a Kyu Tama da Hammy. Eles puxaram a alavanca, e com o
som habitual de “Say the Attack”, Lucky pediu a Kyu Tama do Camaleão, e os dois
ficaram invisíveis no mesmo momento seguinte.
Enquanto isso, na Orion...
Raptor: Mas eles nem agradeceram!
Kotaro: Deixa eles, Raptor. Eu sei bem como é ver uma
coisa errada e não poder torna-la certa. É compreensível.
Voltando ao planeta, os dois saíram rapidamente da caverna,
seguindo para a cidade. Passaram por várias pessoas sem que elas lhes percebessem,
e chegaram ao templo, onde a estátua estava em cima do altar de madeira polida.
Garu não se conteve, saiu correndo e, com um golpe preciso
de sua garra da mão direita, esmigalhou a estátua. Assim que ela foi destruída,
um monstro surgiu no lugar dela.
Monstro: Droga! Fui descoberto. Os deuses vão me
matar!!! Vou matar vocês para compensar isso!!
Garu voltou rapidamente para o lado de Lucky.
Lucky e Garu: Star Change!! – Disseram ao pressionar
os botões de suas Seiza Blasters. Logo, à frente do monstro, O Leão Vermelho e
o Lobo Azul dos Kyurangers estavam de volta.
Garu: A Estrela Feroz! LOBO AZUL!!
Lucky: A Super Estrela! LEÃO VERMELHO!
Lucky tomou fôlego...
Lucky: É a volta do esquadrão dos guerreiros
lendários! Esquadrão do Universo...
Lucky e Garu: KYURANGERS!!
E fizeram suas poses características.
Lucky: Vamos testar a sua sorte!!!
E assim os dois partiram para a batalha. Sabendo que os dois
estariam em desvantagem contra um monstro sozinhos, Lucky resolveu agir rapidamente.
Puxou a alavanca de sua Seiza Blaster, ouvindo o costumeiro “Say the Attack”...
Lucky: Hikari Kyutama!!
E logo a Kyutama veio. Encaixou na Seiza Blaster e a
engatilhou, e a disparou para o chão e logo uma lua gigante se fez no céu...
Lucky: Leão Vermelho: MODO LUNAR!!
Garu sentiu-se mais forte e a graça da lua também lhe
atingiu, o deixando mais forte e mais rápido.
Com ataques coordenados e alternados, o monstro foi
recebendo os golpes e logo já estava arfando com dificuldades no chão, cheio de
feridas por causa dos golpes de Garu, e hematomas por causa dos golpes de Lucky.
Lucky: Agora é hora de acabar com você!!
O Leão Vermelho, com um movimento de sua Seiza Blaster,
puxou sua espada, e, com um movimento rápido...
Lucky: REGULUS IMPACT!
Com um corte transversal, Lucky acertou o monstro, recebendo
um talho profundo em seu peito, que caiu, explodindo em seguida.
Naquele momento, os dois perceberam que o ambiente melhorou,
ficando mais leve. Era a impressão que aquele lugar tinha, mas eles não queriam
comentar.
Logo um dos ex “pastores” entrou pela porta e viu metade de
seu templo destruído, a estátua havia sumido e um monstro jazia, carbonizado,
no chão.
Pastor: Isso saiu da nossa estátua do salvador?
Leão Vermelho: Sim, estava. E ele manipulava todos vocês
das sombras. Mas eu e o Lobo Azul aqui conseguimos acabar com ele. Obrigado
pela paciência de esperar.
Mais leves, todos os moradores entenderam que agora estavam
livres, e realmente estavam mais leves. Quiseram abraçar aqueles que foram
demonizados pela Jark Matter.
Lucky, pelo comunicador interno do traje Kyuranger, mandou uma
mensagem para Garu.
Lucky: Agora precisamos entender onde mais no
universo está acontecendo este problema. Será que o Stinger sabe alguma coisa?
Garu: Não sei, Lucky. Mas agora ele é o Comandante, deve
saber alguma coisa.
Os dois puxaram suas alavancas do jeito correto e escutaram
o costumeiro “Say the Voyager”, e logo o Voyager Leão e o Voyager Lobo vieram
em seu resgate, para leva-los até à Orion.
10 Comentários
Olha so! Uma ótima estréia aqui no Mindstorm!
ResponderExcluirConfesso que não vi o seriado original dos Kyurangers, mas do pouco que tinha visto e não gostado, a sua história reverteu a péssima impressão que eu mantinha.
Pelo visto teremos todo um universo de histórias que, agora, vão valeu muito a pena!
Meus parabéns pela estréia Jorge!
Estarei aqui acompanhando sempre!
Obrigado, Norberto. É aquela velha história: quando vemos uma história que aparentemente não gostamos pelos olhos de quem ama, mudamos a nossa visão.
ExcluirAbraço e obrigado por ler!
Parabéns George, muito bom o texto, a narrativa e também a forma como tudo aconteceu! Dar continuidade a uma obra já existente é bem complicado e as vezes assusta muito porque queremos fazer ela ser tão boa ou melhor que a original, e essa responsabilidade pesa bastante! Eu vi bem pouco de Kyuranger então, terei de começar do zero a conhecer os personagens e tal, mas o que vi no primeiro episódio já me empolgou e muito! Grande abraço e parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirObrigado, Lanthys. É sempre uma honra receber comentários de vocês que escrevem Tokusatsu há bem mais tempo.
ExcluirOI, George. Muito legal ver outro trabalho seu e que dá sequência a Kyuranger. Sempre é um desafio escrever algo que é totalmente linkada a uma série real já. Eu nunca vi Kyuranger. Mas, ao menos, seu texto me pareceu bem interessante! Conte comigo na leitura de sua obra.
ResponderExcluirObrigado mesmo, Artur. Fico feliz que tenha gostado do novo texto.
ExcluirFala grande George. Cara, um episodio de Kyuranger que eu assistiria com certeza, pois eu assisti a série até o final e tive que ter uma paciência de jo pra terminar. Enfim, aqui você apresenta uma situação completamente plausível dentro do universo de Kyuranger, pois a Jark Mather realmente era ou deveria ser muito mais que apenas o seu líder. Com a quantidade de planetas que se apresenta na série, ter uma espécie de organização da qual Dom Armage era apenas um faz muito sentido. O universo de Kyuranger é bastante maleável e cheio de possibilidades. A única coisa que eu acho(essa é apenas a minha opinião e não prejudica em nada a ideia e/ou a narrativa), é que faltou um pouco mais de descrição na hora do Luck e o Garu utilizarem as Kyu Tamas, pois eu assisti a série e estou super familiarizado com os termos e com os visuais e tudo que acontece quando eles as invocam, mas pode ser que o texto seja lido por quem não viu a série e essas informações descritivas podem ser de grande valia e enriquecer as visões dos personagens para quem está lendo. Mas sério, curti demais e não devia ter demorado tanto pra conferir e por isso peço desculpas. Belo episodio, e agora vamos ver quem vamos ver em ação no capítulo 02. Parabéns mais uma vez e grande abraço!!!
ResponderExcluirCara, obrigado pelos seus comentários. Com certeza vou usar eles para melhorar nos próximos capítulos!
ExcluirAté!
Grande George!
ResponderExcluirEstamos aqui pra prestigiar mais esse trabalho.
Continuar uma saga depois de terminada é algo difícil .
Eu sei bem.
Não conheço sobre os Kyurangers .
Deu pra perceber que o Lucky era red e o Garu, um lobo alienígena.
Vou dar uma pesquisada pra me familiarizar melhor com as armas e termos.
Mas, a história é muito boa e promete muitos momentos emocionantes com as forças do mal insistindo com seus planos de destruição.
Parabéns!
Obrigado por ter começado a série!!
ExcluirAbração.