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Kamen Rider Peacemaker #7.

 

Olá Tokuleitores!

Espero que estejam todos bem e preparado para mais um capítulo de Peacemaker!

Torço e oro para que todos estejam bem e... Já sabem!

Boa leitura!


Kamen Rider

Peacemaker #7

Se Reerguer.


“Querido Aruto. Meu filho.

 

Eu… Eu queria muito poder lhe falar sobre o amor que eu tenho por você, sobre como era doloroso saber que você estava perto e, ao mesmo tempo, distante, sendo criado por seu pai HumaGear, mas…

 

Mas…

 

Não posso.

 

A dor de saber que sua mãe ainda está viva e nas garras do maldito Osaka…

 

Não posso sequer pensar em desistir da missão, que agora não é apenas por vingança, mas por justiça e, acima de tudo, para libertar sua mãe daquele desgraçado…

 

Por isso, mais que nunca, peço seu perdão, meu amado filho...

 

De seu pai... O humano... Soreo Hiden,”

 

XXX

 

As discussões se estenderam por meses, durante a demorada recuperação de Soreo.

 

No início, com o corpo praticamente paralisado, febril e se equilibrando de forma precária entre a vida e a morte, ele não parou de chamar pelo nome da esposa, deixando Karin e Hideki tão preocupados que entraram em contato com o pai dele.

 

            Mais do que depressa Korenosuke Hiden instalou a equipe em um andar dentro da empresa, onde ele montou todo um laboratório médico particular, de onde não saiu do lado do filho para nada.

 

Em mais de uma ocasião o velho Korenosuke chegou a perguntar se Soreo queria ver Aruto, mas nas ocasiões em que ele despertava por tempo suficiente para uma conversa rápida era categórico.

 

- Não! Não até eu trazer Yoshino de volta!

 

Ele então balbuciava outras frases sem sentido e voltava a perder os sentidos, com seus sinais vitais oscilando de forma preocupante.

 

Toda uma equipe médica de HumaGears, criados pela Hiden, foram desenvolvidos a partir das necessidades de Soreo sendo distribuídos para a população geral somente anos depois.

 

Como não precisavam descansar, os médicos cibernéticos estavam à disposição vinte e quatro horas por dia, administrando em doses perfeitas todo e qualquer medicamento necessário para eliminar o veneno no sangue do paciente.

 

Mais de três meses se passaram até Soreo realmente despertar, e ainda passaram algumas semanas até que ele chamasse seus companheiros e seu pai para uma séria e necessária conversa.

 

Ainda na cama, as mãos sobre seu colo, uma segurando a outra para disfarçar os tremores do nervosismo, tanto pelo assunto que ele não sabia como iniciar, quanto pelo desconforto de ainda mal sentir suas pernas.

 

- Pessoal… Eu…

 

Um silêncio incômodo caiu no quarto, ninguém sabia bem como começar aquele assunto.

 

- Soreo… - Karin acabou iniciando a conversa. - Nós estamos aqui para te apoiar, mas você tem que entender que...

 

- Eu sei… Parece loucura, eu juro que também penso assim, às vezes, mas, não posso negar o que os meus olhos viram… Karin, Hideki… Pai… Era ela… O desgraçado transformou Yoshina na Warhammer…

 

Finalmente as palavras tinham sido ditas, sem que Soreo estivesse febril, ou entre a vida e a morte.

 

Todos os presentes se mexeram, incomodados com a situação, todos torciam para que, quando o amigo finalmente despertasse, perceberia que tudo não havia passado de um sonho, ou um efeito do veneno a que fora exposto.

 

- Pessoal… Por favor, acreditem em mim… Eu jamais me confundiria com algo assim… Eu…

 

- Filho… Eu quero acreditar com todas as forças do meu coração, mas lembre-se da forma como vocês foram atacados…

 

- Eu nunca poderia esquecer pai, mas agora eu peço para você se lembrar que nunca encontramos o corpo dela…

 

- Soreo, você sabe que sou o cara que gosta de ver o lado positivo em tudo e tento sempre acreditar que coisas boas podem acontecer… A negativa e rabugenta aqui é a nossa Karin-Chan. - automaticamente ele levou um doloroso soquinho no braço. - Ai.. Você sabe que é verdade poxa…

 

O ocorrido serviu para aliviar um pouco a tensão, mas apenas por um momento.

 

- Pessoal, eu agradeço a preocupação e, claro, todos os esforços para minha recuperação, mas acreditem, eu sei o que eu vi e vou me focar em encontrar e salvar minha esposa… Com ou sem vocês.

 

Aquela frase, dita com tamanha determinação encerrou o assunto, que voltaria à baila pelos próximos meses, enquanto durava a recuperação de Soreo Hiden, mas ninguém conseguiu demovê-lo de sua decisão.

 

- Mas meu amigo… - um longo tempo se passou, até que o paciente pudesse se manter firme sobre suas pernas, mas assim que conseguiu firmeza  suficiente, iniciou os exercícios de fisioterapia, sempre acompanhando por algum de seus amigos, ou por seu pai. - Tu tem que convir que tá muito estranha essa história…

 

- Acredite Hideki… - ele falava entredentes, o suor lhe escorria pela face, as mãos, que seguravam os corrimões do corredor pelo qual ele tinha que andar, tremiam com o esforço, mas ele continuava – Eu penso nisso toda hora, tento analisar se poderia ter sido o veneno ou qualquer outro motivo, os ferimentos, o calor da floresta, mas não tem jeito… O rosto da Yoshina, por detrás da máscara da Warhammer, ainda está marcada a fogo na minha cabeça.

 

Não havia como argumentar, Hideki então decidiu apenas apoiar o amigo, torcendo para que ele pensasse melhor no futuro, e torcia para que aquela obsessão, ao menos por enquanto, ajudasse na recuperação do corpo do seu amigo.

 

E ajudou.

 

Num tempo considerado praticamente como um milagre, ele havia recuperado o movimento das pernas, o suficiente para que uma pessoa normal andasse sem ajuda de bangalas ou andadores, mesmo que lentamente, mas Soreo foi além.

 

Num galpão alterado para testar as habilidades dos Humagears, o Kamen Rider levava seu corpo aos limites e, apesar da dor, ele conseguia seguir sua recuperação num ritmo alucinante.

 

Num dos treinos mais avançados, com seu corpo já reagindo muito acima da média, Soreo seguia por um percurso idealizado como um cenário, que imitava uma cidade semi destruída, onde ele precisava, não apenas subir ou descer de imensos obstáculos, mas também desviar de robôs que atiravam lasers, não letais, mas que causariam muita dor caso acertassem.

 

Na sala de controle Karin acompanhava o treino, ainda angustiada pela insistência do amigo sobre a esposa que, com certeza, ela acreditava, estava morta.

 

Ter tamanha esperança, em algo tão incerto, poderia causar um colapso imenso quando Soreo fosse confrontado com a verdade.

 

Exatamente por isso, após reparar que o amigo não precisaria de uma supervisão tão intensa, ela se voltou ao que vinha focando sua atenção nos últimos meses.

 

Ao acessar suas pesquisas nos monitores da sala de controle, ela mergulhou nos dados a respeito das informações que haviam vazado da venda dos WarGear pro cartel de drogas.

 

“Preciso ser mais rápido!”

 

E Soreo corria, conforme tiros de energia chegavam perto de atingir seus pés, os pulmões queimando pelo esforço, mas ele não se permitia desanimar ou diminuir o ritmo.

 

“Preciso ser mais forte!”

 

Assim que alcançou um dos robôs de combate, apesar de levar um tiro laser a queima roupa no braço esquerdo, Soreo ignorou a dor, continuou avançando até segurar o pulso do autômato, quebrá-lo com um soco localizado e, em seguida, pegou a arma e a segurou sob o queixo do inimigo.

 

Antes de atirar, no entanto, ele paralisou.

 

No treino, contra um robô sem face, ele poderia ter atirado e explodido sua cabeça, mas, por um instante, ele lembrou de que seus oponentes eram HumaGears modificados, que ele sempre preferia desarmar e devolver para as industrias Hiden, fora outro fato desconcertante.

 

Outra vez a imagem de sua esposa, o rosto aparecendo por detrás da máscara destruída da WarHammer, surgiu diante de seus olhos.

 

O momento de hesitação durou poucos segundos, o suficiente para que o robô tentasse se defender com a mão ainda inteira, mas teve seu ataque bloqueado.

 

Em meio a um grito, misto de ódio e frustração, Soreo jogou a arma longe para, em seguida, quebrar os cotovelos e joelhos dele, largando-o ao chão, totalmente fora de combate.

 

O grito chamou a atenção de Karin que, tendo os olhos cheios de lágrimas ao ver o estado em que o amigo se encontrava, em total desespero, descontando nos robôs, socando-os com as mãos nuas sem, no entanto, causar ferimentos que, em um ser humano, resultariam numa fatalidade.

 

Quando finalmente ele caiu de joelhos, as lágrimas correndo fartas pelo rosto e o corpo tremendo por causa dos soluços, Karin pareceu despertar, tirou as mãos que estavam diante de sua boca, numa tentativa de conter o próprio choro, desativando a sessão de treino e correndo para fora da sala de controle.

 

Instantes depois ela estava abraçando apertado o amigo, tentando diminuir a dor imensa que ele sentia.

 

Tempos depois Korenosuke chamou Soreo até seu escritório, o recebendo do lado de fora e, antes de entrarem, praticamente o forçou a colocar fones de ouvidos praticamente iguais aos de um Humagear.

 

Quando os dois finalmente passaram pelas portas duplas da sala ele entendeu o motivo.

 

- Papai!

 

Sem dar chance para que Soreo sequer pensasse, seu filho Aruto correu para os seus braços, apertando com força o pescoço dele, falando sem parar sobre seu dia, como fez alguns colegas rirem com uma piada, ou seja, sendo a criança feliz e animada com a qual seu pai queria demais estar acima de tudo.

 

Sem que o menino visse, Soreo derramou apenas uma lágrima, não conseguindo manter a farsa de ser um HumaGear sem sentimentos, mas a secou antes de Aruto se afastar, ainda falando alegremente como foi seu dia.

 

Somente quando o pequeno disse que estava na hora de irem até o parque, foi que seu pai pareceu despertar, se voltando para Korenosuke, mas esse o calou de imediato com apenas um simples sussurro.

 

- Vai e aproveite… Meu filho.

 

Eles realmente aproveitaram.

 

Brincaram no parquinho a tarde toda, tomaram sorvete, jantaram juntos, não houve um minuto daquele dia em que não estivessem um do lado o outro.

 

Quando Aruto se deitou, Soreo lhe contou uma história e quando ia se levantando, o menino se ergueu de repente, enlaçando outra vez seu pescoço.

 

- Te amo demais papai…

 

Soreo deixou o filho se deitar, o cobriu com apenas um lençol por causa do calor da noite e quando saiu do quarto, seu coração estava pleno do amor de Aruto, deixando-o dividido quanto a sua missão.

 

Ele passou muito tempo andando pelo prédio das Indústrias Hiden, quando finalmente tomou uma decisão, seguiu com passos firmes até o escritório de seu pai, disposto a abandonar a missão, quanto muito, ficaria numa equipe de auxílio para alguém que assumisse o posto de Peacemaker.

 

Quando ele estava para tocar o interfone ao lado da porta, percebeu vozes alteradas vindas de dentro da sala, identificando como sendo de Korenosuke, Karin e Hideki.

 

Soreo permaneceu ali por tempo suficiente para saber sobre o que estavam discutindo e então se afastou, os punhos cerrados, a feição séria, sua decisão finalmente tomada.

 

- Mas Senhor Hiden… Ele precisa saber e...

 

- Não Karin… Não podemos, nesse momento...

 

- Esperem… - Hideki se colocou entre os outros dois, encerrando a discussão, olhando para um tablete que sempre mantinha à mão. - O nosso jato acabou de decolar.

 

Os três olharam pela janela, viram a aeronave se afastando e foi Karin quem constatou o óbvio.

 

- Ele descobriu!

 

 

Continua.


5 Comentários

  1. TAPORRA!!! Caiu o queixo agora!! Coitado do Soreo tá sofrendo muito, primeiro a recuperação altamente demorada, sem falar na dor e sofrimento que o levaram e o mantiveram naquilo por tantos meses, depois se corroeu decidindo ir atrás da esposa para logo em seguida, por amor ao filho, desistir disso e quando desistiu da ideia, de deixar a caça para outros e cuidar de seu filho, eis que descobre algo brutal que o fez abandonar à tudo para seguir essa situação! Eu chuto, muito aleatoriamente, que eles acharam o paradeiro da WarHammer ou do contrabandista, mas só posso realmente supor que tenha sido isso, de qualquer forma, foi algo brutal e muito incomodativo à ele pra sair assim sem falar com ninguém! Cara, que tensão, ainda teve o filhinho o abraçando e dizendo que o amava, isso é muita coisa para a sanidade ficar intacta... Cara, pobre Soreo, que situação complicada, tô com pena dele... Vamos ver o que vem pela frente, o pai dele não parece ser mau então com certeza, ele não queria contar para que Soreo ficasse com o filho, mas os amigos acreditavam que ele tinha o direito de saber, o que me faz crer ser a localização da esposa que descobriram e não do mercador... Enfim, emoções demais em Kamen Riader PeaceMaker, que baita narrativa, maravilhoso Norberto, parabéns meu velho!!

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  2. Se tem alguém que pode escrever uma série Kamen Rider, este é Norberto. Você capturou a essência dos riders. Estou assistindo zero one agora e posso afirmar que estou até captando melhor agora o que você está buscando explorar.

    PEACEMAKER é obra de arte.

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    1. Valeu grande Artur!
      Tô tentando fazer o meu melhor para estar à altura de Zero One, uma série que eu tanto gostei!
      Que bom que você tá curtindo!

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  3. Grande Norberto!

    Episódio com uma carga dramática muito intensa , igual ao da morte de Touha em Jiraiya NG.


    É impressionante como você manda bem num enredo dramático, embora sua praia seja o gore.


    O convalescente Soreo, além de enfrentar uma difícil recuperação, não era levado a sério sobre o fato de sua esposa ter se tornado a WarHammer.

    Isso é muito triste .


    Ter a certeza de algo que ninguém acredita.


    Esse episódio foi épico!


    Muito bem feito, onde sentíamos o sofrimento de Soreo, aliviado apenas , quando pôde curtir um pouco o Aruto.


    Porém, quando ele pensa em desistir , uma descoberta que o faz mudar de decisão .


    Soberbo, meu amigo!


    Você é um escritor completo !

    Aplausos de pé !


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    1. Muito obrigado pela leitura e comentário meu amigo!
      Tento não me prender a nenhuma "praia", por isso procuro diversificar os textos que faço, mas confesso que o drama não é o meu forte.
      Por isso Eu tento... hehehe
      Achei importante o Dor do ter esse momento de alívio diante do que se avizinha..
      Espero que vc goste.
      E mais uma vez obrigado

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